Rotas domésticas, étnicas e destinos de praia. Como a easyJet prevê o início da retoma?
Na Web Conferência “Lisboa: Preparar o Futuro”, José Lopes, diretor-geral da easyJet em Portugal, falou dos mercados que podem arrancar numa primeira fase.
Carina Monteiro
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Os mercados mais propensos a começar a operar são os domésticos. A afirmação é de José Lopes, diretor-geral da easyJet para Portugal, quando questionado sobre quais as ligações que retomarão em primeiro lugar para Portugal. No que diz respeito ao mercado doméstico português, a companhia de aviação revela preocupação com a Madeira. “O mercado doméstico mais forte é a ligação Lisboa-Funchal, e infelizmente, na Madeira, temos restrições que vão além das que temos no continente. O feedback que vamos tendo é que a linha a seguir vai ser essa, com restrições acima do que vai ser implementado em Portugal continental e na Europa. Esperemos que não se concretize, e que exista uma unificação das medidas, porque esse seria à partida um dos mercados com maior potencial para um arranque numa primeira fase”.
O responsável da easyJet em Portugal, que falava na Web Conferência “Lisboa: Preparar o Futuro”, deu ainda como referência outros mercados que podem arrancar numa primeira fase. É o caso do “mercado étnico que tem uma ligação emocional ao país e que acreditamos que poderá também, logo nesta primeira fase, ser uma das pedras basilares para retomar. Estamos a falar não só dos mercados tradicionais, como Suíça, França, Alemanha e Luxemburgo, mas também dos mercados da nova emigração, como Londres, que foi o grande centro de emigração da crise quando tivemos a troika no nosso país, sobretudo da grande Lisboa. Por isso, as ligações entre Lisboa e Londres serão aquelas que poderão arrancar nesta primeira fase”.
Em seguida, “os inputs” que a companhia tem tido vão no sentido de “haver uma maior resiliência do turismo de praia”. Por essa razão, José Lopes lança o desafio de relançar Lisboa neste mercado. O responsável da easyJet em Portugal sublinha que Lisboa é um dos mercados “mais multifacetados da Europa, com uma oferta de praia muito importante”, mas que “tradicionalmente nunca foi vendido” dessa forma. “Lisboa poderá reinventar-se com essa oferta como um dos seus pontos fortes nesta retoma.” Lisboa apresenta ainda outra vantagem comparativamente a outras cidades europeias, na opinião de José Lopes. “Uma das mensagens que nos têm chegado é que o consumidor vai estar numa primeira fase a procurar cidades cidades que sejam menos massificadas. Vão ser evitadas possivelmente deslocações a Paris, Amesterdão, Barcelona, onde por tradição existe uma maior aglomeração. As cidades portuguesas não são vistas ainda como demasiado ocupadas em termos de número de turistas, e podem ter a vantagem de serem mais atraentes para o consumidor”.
Por fim, o diretor-geral da companhia aérea em Portugal estima a reabertura de rotas de Lisboa para os mercados tradicionais. “Temos de voltar ao básico e focar-nos nos mercados fortes para Portugal, que são os europeus: o britânico, o francês, o alemão. São os nossos mercados ‘core'”.
José Lopes defendeu ainda na conferência a extensão do lay off até ao final da temporada de Inverno. “Estamos a falar de uma atividade que tem uma sazonalidade muito acentuada e que, normalmente, tem um Inverno deficitário”.
O responsável da easyJet em Portugal deixou ainda uma mensagem de confiança, acreditando que Portugal está bem posicionado para começar a retomar a atividade. “Vamos mais uma vez mostrar a resiliência que setor do turismo neste país tem para voltar pouco a pouco a reconstruir tudo aquilo que tínhamos construído até agora”.