easyJet: Redução de custos aeroportuários pode ajudar a tarifas mais competitivas
Com toda a frota europeia parada, a easyJet continua a aguardar o levantamento das restrições dos vários Estados europeus e a avaliar uma retoma assim que seja possível.
Carina Monteiro
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Com toda a frota europeia parada, a easyJet continua a aguardar o levantamento das restrições dos vários Estados europeus e a avaliar uma retoma assim que seja possível. José Lopes, diretor-geral da companhia aérea para Portugal, voltou a repetir esta quinta-feira, dia 30 de abril, a necessidade de se conhecerem as medidas que vão ser implementadas de forma faseada de modo a preparar a retoma das operações.
“Da nossa parte, precisamos de pelo menos 15 dias para começarmos a retomar qualquer tipo de operação. Assim que as medidas forem oficializadas, iremos analisar até que ponto nos é permitido dentro de algum tempo fazer uma retoma”, referiu diretor-geral da companhia na Web Conferência “Lisboa: Preparar o Futuro”, promovida pelo Publituris.
Apesar de ainda não se conhecerem as regras aplicadas à aviação em Portugal, a easyJet já se pronunciou sobre a possível limitação de lugares a bordo.
“A easyJet e a Airlines for Europe, que é a associação de companhias de aviação que representa os maiores grupos de aviação de toda a Europa, têm uma posição comum: defendemos que a conetividade não deve ser limitada, tudo o que sejam imposições artificiais à conetividade vão prejudicar esta indústria, no momento em que necessitamos de ser proativos em estimular o mercado que vai ter de arrancar do zero”, defende. José Lopes considera que “impor limitações ao número de assentos disponíveis nos aviões, irá levar as companhias a fazer uma análise de rentabilidade mais rígida, que resultará em menos frequências disponíveis e a custos superiores ao normal para o passageiro”. “Aquilo que temos de fazer é precisamente o contrário, ou seja, estimular o mercado, e se calhar até sermos mais agressivos em termos de preços, com preços mais baixos, para que o passageiro se sinta motivado a poder retomar a operação”, defende.
Existem outras medidas que são necessárias implementar, na opinião do diretor-geral da easyJet, e que apontam no sentido do controlo dos custos da operação das companhias aéreas. José Lopes sublinha que a retoma da operação já irá ser “extremamente onerosa”, uma vez que na fase inicial “será difícil os voos terem load factors normais”. Por isso, defende, “é também necessária uma ajuda a jusante do Governo e das autoridades reguladoras, a nível de custos aeroportuários, que podiam ser suspensos numa primeira fase, ajudando a limitar os custos e a poder transferir esses benefícios para tarifas mais agressivas para o consumidor”, José Lopes sugere ainda “mais apoios dos turismos nacionais e regionais”. “Já começamos a ver isso em alguns países europeus. Em Malta, por exemplo já foram lançadas ajudas para tentar estimular e cativar rotas. Vai haver, sem dúvida, uma guerra de destinos para tentar atrair para si a retoma dos primeiros voos”, alerta.
Sobre as medidas em concreto de Health & Safety na aviação, quer em aeroportos e companhias aéreas, José Lopes afirma que “deveriam ser transversais” a toda a União Europeia. “Aquilo que temos visto até agora são uma amálgama de medidas que variam de país para país e até dentro do próprio país com diferenças entre várias regiões. Por exemplo, temos na Madeira quarentenas transversais obrigatórias a todos os passageiros que chegam, enquanto que, em Portugal continental, não temos. É uma barreira real ao tráfego doméstico, que será um dos mais resilientes e que mais facilmente poderá retomar”.
José Lopes defende também a existência de informação aos passageiros. “Os passageiros vão ter de saber o que está à sua espera nos destinos. Precisam de saber se podem ir à praia, se podem jogar golfe, se podem ir visitar um museu, se podem ir a um restaurante. Quais são as limitações dessas atividades? A ideia do selo Clean&Safe do Turismo de Portugal é interessante, pode passar a mensagem de qualidade e serviço, mas temos de ser proactivos a transmitir tudo aquilo que temos disponível para que a experiência seja apetecível e para que o passageiro se sinta confortável”.
O responsável da easyJet em Portugal dá o exemplo do Turismo das Ilhas Baleares que avançou com uma mensagem de confiança ao nível dos cuidados de saúde disponíveis naquele destino.