ARAC: Rent-a-car vive “pior ano de sempre” devido à crise do coronavírus
Secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC), Joaquim Robalo de Almeida, dá conta das medidas mais urgentes para apoiar o setor do rent-a-car.
Inês de Matos
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O setor do rent-a-car está em “sérias dificuldades e os cancelamentos são mais que muitos”, devido à crise provocada pela pandemia de Covid-19, que está já a tornar 2020 no “pior ano de sempre” para as empresas que atuam neste setor, cuja faturação deverá cair “mais de 50%”, mesmo que o verão seja razoável, disse ao Publituris Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor.
“Posso dizer, desde já, que 2020, mesmo que a partir de junho a situação normalize – que nunca normaliza de imediato, porque há sempre alguma inércia – e tenhamos um verão razoável, dadas as perdas que já temos acumuladas neste momento, é o pior ano de sempre. O setor pode ter perdas, em termos de faturação, superiores a 50%”, avançou o responsável, revelando que, atualmente, a taxa de ocupação dos veículos de rent-a-car estão abaixo dos 10%, já que os “alugueres de carros a turistas são residuais”.
Joaquim Robalo de Almeida explicou ainda que a associação criou de imediato um grupo de trabalho, constituído por nove empresas, para acompanhar a situação e comunicar com as autoridades, até no sentido de transmitir as necessidades das empresas, que esperam que o setor venha a contar com medidas e apoios específicos.
Medidas pedidas pelo rent-a-car
“No nosso caso, seria muito importante e à semelhança do que está a acontecer noutros países, que o Governo, junto das instituições financeiras, criasse uma linha de crédito ou uma norma para a dilação de pagamentos de prestações. Falando concretamente no caso do rent-a-car, seria uma norma para a dilação das prestações do leasing do rent-a-car, ou seja, que se criasse uma carência de pagamento, para adiar esses pagamentos nos quatro ou cinco meses seguintes para que as empresas possam recuperar e livrar as suas contas”, aponta o secretário-geral da ARAC.
Além desta linha de crédito, a associação pretende também uma dilação no prazo de pagamento de impostos, como o PEC, o IRC e o IVA, em pelo menos 90 dias, bem como a dedutibilidade do IVA para os combustíveis utilizados pelas viaturas de rent-a-car, quando forem pagos pelas empresas locadoras e a agilização dos procedimentos de devolução do IVA às empresas que se encontrem credoras.
Importante para o rent-a-car seria também a eliminação do Imposto Único de Circulação (IUC) durante um ano, porque este é um imposto anual, assim como a aplicação do regime de proteção previsto na portaria 71A/2020, relativa ao lay-off e aos apoios e isenção de pagamentos à Segurança Social.
Relativamente a esta portaria, Joaquim Robalo de Almeida defende que o período de queda abrupta da faturação das empresas e que é um dos critérios para recorrer à figura do lay-off, não deve ultrapassar, no caso do rent-a-car, um mês, ainda que o ideal fossem 10 dias.
“Embora isto já tenha sido modificado, entendemos que a situação de quebra abrupta e acentuada, de pelo menos 40% da faturação, no período homólogo de três meses – neste momento está em 60 dias, a portaria foi retificada ontem. Mas continuamos a entender que 60 dias é muito, a solução desejável para nós seria 10 dias, porque houve uma queda abrupta, mas um mês seria aceitável”, explicou o responsável.
Razoável para o rent-a-car seria também “a reposição do banco individual de horas, que foi recentemente alterado, e a isenção do pagamento das contribuições para a Segurança Social, que está neste pacote também do lay-off”.
“Números são reduzidos”
Quanto às linhas de apoio já anunciadas pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, assim como pelo Turismo de Portugal, o secretário-geral da ARAC considera que são “positivas”, ainda que escassas e pede “celeridade no seu diferimento”.
“Entendemos que estas medidas têm de ser de diferimento muito célere para terem o seu efeito, porque estamos sem faturar, mas continuamos a ter compromissos que têm de ser pagos. Por outro lado, face aos investimentos nestes setores, continuamos a achar que os números são reduzidos”, acrescentou Joaquim Robalo de Almeida.
O responsável partilha a visão dramática que tem sido avançada por algumas associações de turismo e diz que também o rent-a-car está “a lutar pela sobrevivência”, motivo pelo qual considera que as medidas já anunciadas e que totalizam três mil milhões de euros, 1,7 mil milhões dos quais destinos ao setor turístico, são “insuficientes”.
“Estas medidas são claramente insuficientes, já o dissemos ao ministro, porque se não existirem novas medidas e com mais valores, muitas empresas vão desaparecer, irão fechar portas e são mais pessoas que ficarão no desemprego”, acrescentou.