Hotelaria nacional regista quebras nas reservas e receitas de norte a sul
O Covid-19 tem tido efeitos na procura pelas unidades hoteleiras nacionais.
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O impacto da propagação do vírus Covid-19 tem causado danos nas várias atividades económicas por todo o mundo, sendo o Turismo uma das principais a sofrer os seus efeitos. Em Portugal, além da diminuição considerável de voos, como é exemplo a principal companhia aérea nacional, TAP, também a hotelaria tem registado impactos negativos de norte a sul do país.
Segundo a CEO da Associação de Hotelaria de Portugal, Cristina Siza Vieira, ainda “é prematuro estar a medir e a quantificar” os efeitos que o Covid-19 tem nas reservas e receitas nas unidades hoteleiras em Portugal, estando, de momento, a associação a desenvolver um inquérito junto dos seus associados para medir este impacto. Contudo, Cristina Siza Vieira é peremptória em afirmar que “[a hotelaria] está a ter impactos negativos”, não apenas ao nível dos cancelamentos mas das reservas que abrandaram de “uma maneira atroz”. Além destes indicadores, a responsável dá conta também dos efeitos nas receitas gerais das unidades, que vão além do simples alojamento. “Mais do que quebra na taxa de ocupação é grave perceber que o maior impacto vai-se verificar em termos das receitas gerais, não apenas do alojamento, mas das receitas gerais da hotelaria que cada vez pesam mais”, salienta, referindo-se às receitas de food & beverage das unidades, assim como das reuniões, encontros, incentivos, etc.
Apesar de considerar também prematuro fazer uma avaliação por região, Cristina Siza Vieira aponta que “as regiões têm todas relativo impacto, umas mais do que outras”, explicando que algumas são mais tradicionais no segmento de grupos, como Fátima, outras de negócios, como Lisboa e Porto. “Temos um retrato de travão a fundo em todos os segmentos e em todo o país”, salienta. A responsável refere, no entanto, que existem alguns segmentos que “sofrem menos” este impacto, concretamente “os nossos associados hostels, o que é compreensível porque têm um público mais jovem e individuais”.
No que diz respeito ao Algarve, a AHETA – Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve já veio dizer que, segundo o mais recente inquérito da associação, 58,8% das unidades inquiridas tiveram cancelamento de reservas justificadas pelo Coronavírus, enquanto 35,6% devolveram adiantamentos efetuados e ainda 19,1% tiveram cancelamentos de eventos. O inquérito da AHETA conclui ainda que se tem verificado “o adiamento de reservas de alojamento e de eventos para outras épocas do ano, nomeadamente a partir do mês de outubro”, e que a generalidade dos inquiridos afirma que “o fluxo de reservas para a época turística está a diminuir”.
Com 25 hotéis em Portugal, o Grupo Vila Galé dá conta de cancelamentos ou adiamentos nas suas unidades hoteleiras, seja de grupos como individuais. Fonte oficial do segundo maior grupo hoteleiro português explica que “devido ao Coronavírus, temos registado alguns cancelamentos ou adiamentos de eventos corporativos que já estavam previstos para março. E tivemos alguns cancelamentos de reservas de particulares em fevereiro e março, notando-se também uma ligeira redução do número de reservas novas para os próximos meses”. A Vila Galé indica que têm sido passadas “todas as recomendações oficiais da DGS às nossas equipas e clientes e foi elaborado um plano de contingência com base nessas recomendações”.
Quanto a medidas que possam ser tomadas para colmatar estes efeitos, Siza Vieira refere que “não há muito que se possa fazer”, indicando que “há uma contracção muito grande, não é um ‘shutdown’, mas uma contracção muito grande nas viagens e, neste momento, em termos de marketing ou medidas alternativas não o há”.
Para fazer face a estas quebras nas empresas nacionais, onde se incluem as turísticas, o Governo anunciou, esta segunda-feira, na reunião da Concertação Social que a linha de financiamento para apoiar as empresas afetadas pelo Covid-19 vai passar para 200 milhões de euros e fica disponível já a partir de 12 de março. Paralelamente, o Governo vai também criar um regime de lay-off simplificado e lançar medidas de apoio à formação profissional, tendo decidido ainda adiar os prazos de algumas obrigações das empresas, nomeadamente a nível fiscal, e acelerar pagamentos pendentes.