TAP confirma que não vai conseguir fazer charters em Lisboa
Diretora de Marketing e Vendas da TAP, Paula Canada, diz que a companhia aérea apresentou o Aeroporto de Beja como solução aos operadores turísticos.

Inês de Matos
A diretora de Marketing e Vendas da TAP, Paula Canada, confirmou ao Publituris que a companhia aérea não vai conseguir realizar as operações charter que estavam já contratadas em Lisboa para este verão, o que se deve ao facto da companhia ter recebido, este ano, menos 1.500 slots face às necessidades da companhia aérea.
“Não vamos conseguir fazer operações charter em Lisboa. Os operadores já foram informados e demos uma alternativa, até porque tínhamos aviões dedicados e esses aviões vão ficar parados”, disse a responsável ao Publituris na sexta-feira, 28 de fevereiro, explicando que a alternativa apresentada aos operadores turísticos foi a realização dos charters à partida de Beja, o que não terá agradado aos operadores.
“Disponibilizámo-nos a colocar os aviões em Beja, mas os operadores não querem. Pedimos uma resposta até 15 de março, mas já sabemos informalmente que os operadores não estão interessados”, revelou Paula Canada.
De acordo com a diretora de Marketing e Vendas da TAP, a realização dos charters à partida de Beja seria uma forma da TAP “honrar os contratos assinados”, algo que a companhia aérea sempre conseguiu fazer no passado, ainda que, explicou, em última análise e do ponto de vista legal, “tudo depender dos slots”.
Paula Canada revelou ainda que, devido ao corte nos slots, a TAP está inclusive a realizar “alguns ajustes” na sua operação regular e deu como exemplo a Ponte Aérea que a companhia aérea vai abrir este mês para Madrid, que vai contar com menos voos do que o inicialmente previsto devido à menor disponibilidade de slots.
“Neste momento, a área de rede está a tentar perceber o que é que conseguimos fazer com estes slots a menos. Vamos ter de fazer um reajuste e, por exemplo, a ponte aérea para Madrid era para ter oito voos, mas só vai ter sete. Temos de fazer alguns ajustes de modo a conseguirmos colmatar a redução”, explicou.
Paula Canada diz que a TAP foi surpreendida pela redução dos slots e que esta notícia foi “uma bomba” para a própria companhia aérea, assim como para a operação turística, mas diz ter alguma esperança de que ainda exista solução.
“Temos vindo a falar sobre isto nos jornais para ver se o Governo se sensibiliza, apesar de não sabermos se há solução, mas falam-se em algumas questões técnicas e talvez se possa resolver por aí, como o reforço de controladores aéreos. Mas é uma matéria que não conheço e a realidade é que foram muito factuais, não há slots e ponto final”, acrescentou a responsável.
Apesar de confirmar que a TAP não vai realizar charters em Lisboa, este ano, Paula Canada garantiu, no entanto, que a Portugália vai continuar dedicada à realização de operações turísticas, tal como a TAP tinha anunciado em meados de janeiro, e que a companhia vai continuar a operar voos charter à partida do Porto.
Notícia atualizada às 15h20, de 4 de março de 2020.