“Estamos disponíveis para vários modelos de negócio em Portugal”
Apenas com duas unidades em Portugal, o Barceló Hotel Group quer expandir presença no país.
Raquel Relvas Neto
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O ano de 2018 marcou a “desejada” estreia em Portugal do Barceló Hotel Group, com a abertura do Allegro Madeira, no Funchal, e, posteriormente, do Occidental Lisboa, na capital portuguesa. Contudo, esta presença do grupo hoteleiro espanhol ainda não corresponde às expectativas, que o grupo pretende ter de unidades no país vizinho. Ao Publituris, Raúl González, CEO para a Europa, Médio Oriente e África do Barceló Hotel Group, acredita que a recente operação de fusão, entre a divisão de distribuição do Grupo Barceló – Ávoris – com a divisão de distribuição da Globalia, vai contribuir para o aumento desta presença em Portugal. “Penso que a rede de distribuição pode ser um ponto forte. Uma cadeia hoteleira que tenha uma rede de distribuição é uma mais-valia”, indica, acrescentando que o objetivo é “sermos líderes em viagens em Espanha e Portugal”.
Apresentando-se assim como uma empresa “mais forte e competitiva”, o responsável considera que vão cativar mais negócio em Portugal, sobretudo ao nível de unidades hoteleiras. Raúl González sublinha que o grupo está disponível para fazer negócio no setor hoteleiro por três vias: “Possível aquisição, tanto maioritária como minoritária tanto de ativos individuais como de cadeias hoteleiras; contrato de aluguer, o mais variável possível; e gestão”. “Estamos interessados em fazer uma operação sobre uma cadeia ou sobre algum ativo independente com os quais poderemos crescer, afinal temos 60 e poucos hotéis em Espanha e em Portugal apenas dois, está descompensado”, realça, sendo que a aquisição de uma cadeia hoteleira permitirá realizar “uma implementação rápida”.
“Somos um pouco atípicos, porque estamos abertos a distintos modelos de colaboração. Se faz sentido, estamos disponíveis para falar sobre quase tudo, desde ter participação minoritária ou maioritária, só contrato de aluguer ou de gestão. Qualquer modelo que faça sentido, estamos disponíveis”, sublinha, referindo que o grupo conta com uma responsável, Carmen Pardo, para analisar as várias hipóteses disponíveis no mercado.
Atualmente, o grupo encontra-se a fazer várias negociações, especialmente no Algarve, que é um mercado, “que, do ponto de vista de clientes, é muito parecido ao que temos em outras zonas, como em Huelva”. Contudo, “ainda não fomos capazes de encontrar o preço adequado”. Também a cidade do Porto e Lisboa suscitam interesse por parte do Barceló Hotel Group, “mas a minha impressão é que estes dois destinos vão passar por momentos mais complicados e creio que, dentro de dois ou três anos, teremos a oportunidade de poder fechar acordos com pessoas a quem o negócio não corre bem”.
Em desenvolvimento
Para já, o grupo vai aumentar a sua presença na ilha da Madeira, onde são sócios maioritários de uma operação para o desenvolvimento de um hotel em frente à Sé Catedral. Segundo Raúl González, o projecto vai ser uma unidade da marca Barceló, de cinco estrelas, com 100 quartos, estando ainda em cima da mesa a possibilidade de se fazer uma aquisição de um edifício contíguo para se expandir o projeto inicial. A abertura está prevista para o verão de 2021.
Também nos Açores, concretamente em Ponta Delgada, o grupo espanhol conta com uma parceria com um ‘player’ local para terminar a construção de um hotel perto do aeroporto João Paulo II. O CEO para a Europa, Médio Oriente e África do Barceló Hotel Group espera que este projecto esteja pronto também a tempo do verão do próximo ano.
Operação
Enquanto a unidade na Madeira tem estado acima das expectativas do grupo, o hotel em Lisboa está um pouco abaixo do estipulado. “2019 esteve bem, mas não cresceu mais”, indica. Contudo, para este ano, as perspetivas já são mais favoráveis e o responsável aponta crescimentos entre os 5% e os 6%.
Questionado acerca dos desafios do destino, Raúl González afirma Portugal “depende muito do mercado britânico, está pouco diversificado”. Mesmo com o crescimento de outros mercados como o brasileiro, norte-americano e canadiano, o responsável refere que o peso destes “ainda é demasiado baixo” e até inexistente se falarmos de regiões como o Algarve. “Um dos desafios é melhorar a conectividade com mercados novos”, aponta.