TURISMO – Desafios. Hoje.
Leia a opinião por Vítor Neto, empresário e gestor do NERA, Associação Empresarial da Região Algarve.
Publituris
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O novo Governo com os seus 69 membros – 19 Ministros e 50 Secretários de Estado – revela novidades que poderão ter consequências na área da Economia e, em particular, no Turismo, que não podem ser ignoradas. Não, não ficou tudo na mesma. Não deixa de ser, no entanto, extraordinário que tenha vindo a público a perspetiva da criação de um «Ministério do Turismo» – que seria tão importante que até poderia agregar o «Mar» – e que esse cenário não só não se tenha concretizado, como acabamos por ver a ex-secretária de Estado do Turismo, que todos reconhecem ter feito um bom trabalho, e da qual se antevia a continuidade, ser promovida a Ministra de outra área. Fica registado como episódio.
Novo Governo e espaço político do Turismo.
Mas hoje o que interessa verdadeiramente é seguir em frente. Com a vontade de trabalhar para o progresso do Turismo com o novo Governo e com a nova secretária de Estado, Rita Marques, pessoa escolhida pelo Sr. Ministro certamente pela sua competência para o lugar, e a quem fazemos votos do melhor sucesso.
Nota sobre o Governo.
Estamos perante um quadro político-institucional novo e seria um grave erro o setor do Turismo não perceber o seu significado. Sendo certo que a tutela do Turismo continua no Ministério da Economia sob a direção de Pedro Siza Vieira, verifica-se, no entanto, uma alteração qualitativa: uma subida na hierarquia do Governo, onde passa a ocupar o 2º lugar, com o grau de ministro de Estado. Importante. Creio que é a primeira vez que este quadro político se verifica e considero que devemos ter a inteligência de perceber a importância da Economia, e nela o Turismo, passarem a estar em posição relevante, no centro de decisão do poder governativo. Pode até ser mais eficaz do que ter um «ministério» só para o Turismo. Podendo, agora, o ministro da Economia agir também como «ministro do Turismo». É um quadro novo com potencialidades. Os atores do Turismo têm de saber agir nele.
A conjuntura do Turismo.
Numa abordagem global importa ter consciência de que, depois de um período de evolução positiva a nível internacional, consequência do crescimento da economia e do poder de compra nos nossos principais mercados emissores (Europa), de que Portugal também beneficiou, assistimos não só a uma evolução mais moderada, como a alterações de comportamentos (reservas mais em cima da hora, disputa online de preços, estadias mais curtas, etc. ), que dificultam o planeamento das estratégias da oferta. Tivemos exemplos em Portugal e é obrigatório preparar a organização da nossa oferta para um novo quadro. Sem esquecer o Brexit.
Nota geral.
Intensificam-se sinais de profundas alterações, na atuação dos grandes players globais que geram incertezas: plataformas online, companhias low cost, operadores tradicionais, etc. Com falências, aquisições de despojos de grupos falidos, fusões, num quadro onde é visível o papel global crescente de atores sem rosto – Google, Facebook, AirBnB, Booking, Expedia, etc. – que entram em todas as outras áreas de negócio, pondo em causa a viabilidade de muitos segmentos de oferta de alojamento e de serviços, numa ambição de domínio global da economia do Turismo.
A proposta turística de Portugal, com a sua especificidade e real dimensão face à concorrência, está inserida neste quadro em movimento. Importa tê-lo em conta ao definir uma proposta turística de sucesso. Não basta ganhar prémios e usar todas as tecnologias mais avançadas.
É preciso ter produtos e construir ofertas de qualidade, que respondam a diferentes perfis de procura, e sejam competitivas, tendo em conta as novas formas de concorrência.
Novo Governo.
Emergem expetativas positivas para a Economia e em particular para o Turismo. Devemos estimulá-las. Estamos perante uma nova estrutura de decisão que pode gerar uma melhor sensibilidade para medidas que permitam que o Turismo proporcione – com os outros setores geradores de riqueza – um contributo ainda mais forte para Economia Nacional. Estamos a falar de VAB, PIB, exportações, empresas, emprego, eesenvolvimento regional e local. De pessoas. Os protagonistas do Turismo estarão presentes.
*Por Vítor Neto, empresário e gestor do NERA, Associação Empresarial da Região Algarve
Artigo publicado na edição de 25 de outubro do Publituris.