Governo mantém aposta no Turismo visando “o aumento das exportações”
Governo vai adotar uma Estratégia Turismo 2030 e estabelece a aposta nos trilhos, turismo ferroviário e LGBT como prioridades para a próxima legislatura.
Inês de Matos
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Portugal vai continuar “a apostar no Turismo para o aumento das exportações”, indicador em que o setor é já líder, depois de um “crescimento de 45% das receitas turísticas nos últimos 4 anos” e que se tem vindo a afirmar como um “poderoso instrumento de posicionamento internacional e de coesão económica, social e territorial” do país, segundo o programa do XXII Governo Constitucional, que tomou posse no sábado, 26 de outubro.
“Esta aposta e este esforço têm de ser continuados, por públicos e privados, para garantir que Portugal continua a liderar como o destino turístico mais sustentável, autêntico e inovador para viver, investir, trabalhar, estudar e filmar – além do melhor destino para visitar”, lê-se no programa do Governo, que foi divulgado durante este fim-de-semana.
A parte dedicada ao Turismo surge entre as páginas sobre a digitalização da economia e destaca que, em 2018, Portugal atingiu “o menor índice de sazonalidade de sempre: 36%” e viu o número de trabalhadores declarados à Segurança Social ultrapassar, “pela primeira vez, 400.000”, contribuindo ainda “para a dinamização de outros setores e na afirmação internacional de Portugal como país de referência e inovador”.
Para manter a aposta no Turismo, o Governo conta, desde logo, manter a aposta na digitalização da oferta nas suas diferentes dimensões e anuncia que vai “adotar uma Estratégia Turismo 2030”, enumerando, depois, uma série de outras medidas, nomeadamente ao nível da oferta, que visam garantir o crescimento do setor.
O Centro de Inovação do Turismo surge em destaque, prevendo-se o seu posicionamento a nível internacional como “motor de antecipação, experimentação e disseminação de tendências e de soluções e de capacitação de competências digitais, em toda a cadeia de valor”, até porque se pretende capacitar o país “como destino turístico sustentável e inteligente, para a valorização da autenticidade e do território, gestão de fluxos de procura, mobilidade e desconcentração da procura ao longo do país e ao longo do ano”.
Entre os destaques está também a intenção de “posicionar Portugal como país de caminhos cénicos, trilhos e percursos cicláveis, implementando um modelo de gestão de rotas para dar visibilidade aos destinos” e como “destino de referência no turismo de natureza”, estando, para isso, prevista a criação de uma “plataforma nacional para a partilha de conteúdos e de roteiros, dando visibilidade à diversidade da oferta em todo o território, concretamente quanto à natureza, património, cultura, tradições, gastronomia, vinhos e eventos”.
O Governo quer ainda “desenvolver um programa de turismo ferroviário” e outro para a “promoção de Portugal como destino LGBT”, ao mesmo tempo que pretende reforçar as “condições de competitividade de Portugal como destino de filmagens internacionais”, visando ainda “implementar o “Passe Portugal”, com sistema de mobilidade e seamless experience para turistas, incluindo bilhética e compra”.
Outras medidas
Já os programas ‘Revive Património’ e ‘Revive Natura’ vão ser alargados “a imóveis públicos devolutos”, enquanto o programa Valorizar vai ser alargado para o “desenvolvimento de produtos turísticos nos territórios de baixa densidade” e com vista “à sua promoção internacional”.
Nesta legislatura, o Governo pretende também “reforçar as competências das estruturas regionais de turismo e garantir a respetiva articulação para otimização de recursos e maior eficácia da promoção nacional e internacional” e “desenvolver um programa nacional de promoção do turismo interno”, incluindo os segmentos seniores e juniores, enquanto o travelbi deverá passar a disponibilizar indicadores turísticos online “em tempo real, e informação preditiva sobre evolução da procura e mercados”.
O Turismo deverá passar a contar também com “instrumentos de financiamento específicos”, que permitam dar resposta “ao tempo de amortização dos investimentos e à necessidade de requalificação e adaptação da oferta aos desafios de sustentabilidade ambiental e das tendências da procura”, prevendo-se ainda a implementação de “one stop shops dedicadas às startups e empresas de turismo para assegurar uma resposta rápida por parte da Administração Pública a novas realidades” e a inclusão do alemão, francês e mandarim nos “curricula das escolas de turismo”.