O Turismo é coisa séria!
Leia a opinião por João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve.
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Despropositada é a cândida afirmação deste título… É que apesar de o setor representar 9,4% do emprego, 19,4% das exportações e 13,7% do PIB, não raras vezes assistimos à ideia preestabelecida de que o “Turismo é apenas lazer”. “Atividade supérflua”. “Não estruturante para a economia”. “Fenómeno passageiro”. “Eucalipto que tudo seca à sua volta”. Como se explicará então o facto de os 10 países mais competitivos em V&T estarem, sem exceção, no top 30 dos Índices de Desenvolvimento Humano e da Competitividade Global? Serão epifenómenos os cerca de 400 mil postos de trabalho ou os mais de 105 mil empreendimentos e empresas do turismo em operação no país?… O que esperar da progressiva facilidade em viajar e da globalização do acesso a férias, que nas últimas décadas tem gerado um aumento exponencial dos passageiros e das receitas internacionais?
Ainda durante a recente greve dos motoristas, ouvimos alguns comentadores contraporem o direito à greve ao direito às férias dos portugueses e “desses outros” que nos visitam. Pois bem, em primeiro lugar importa salientar que o direito a férias está também consagrado na Constituição Portuguesa de 1976 (alínea d, art.º 59). Em segundo, será que quem convidámos para nossa casa, que se encontra fora do seu meio e que na sua maioria nem conhece as instituições ou mesmo a língua, não estará mais vulnerável para ultrapassar dificuldades (alimentação, saúde, segurança, etc)? Será que, em situações críticas, os portugueses ou estrangeiros deslocados com as suas famílias são seres humanos privilegiados?… Ou serão pessoas com necessidades adicionais para garantir o seu bem-estar?
Não pretendo retirar mérito ou importância à atividade de outros setores, nem colocar em causa a inquestionável relevância de um direito constitucionalmente consagrado. Esta é, sim, a afirmação de que o turismo é já hoje estruturante na economia nacional e tenderá a sê-lo cada vez mais na vida de todos os que residem neste Portucale.
Por João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve