Opinião | Inteligência artificial e impacto no emprego
Leia a opinião de Adília Lisboa, administradora e vice-presidente do Grupo Onyria.
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A Inteligência Artificial (IA) faz já, sem dúvida, parte integrante das vidas de muitos de nós e é, seguramente uma tecnologia que veio para ficar. Se tentarmos explicar o que é a IA de forma simplificada, diríamos que se trata de uma disciplina que, tendo surgido pela primeira vez em 1956, atualmente constitui um importante ramo da ciência de computação, que se dedica ao desenvolvimento de máquinas com inteligência considerada comparável à inteligência humana. Evidentemente que uma ferramenta tão poderosa como esta, que se propõe simular a capacidade do homem na resolução de problemas teria que suscitar o maior interesse de todas as indústrias, nomeadamente a do Turismo. As possibilidades de aplicação desta tecnologia são, ao que afirmam os especialistas, ilimitadas e deslumbram quem, como eu, não domina profundamente estas matérias. Os avanços alcançados com a adoção de programas baseados em IA em áreas de grande benefício humanitário são já inúmeras, veja-se, por exemplo, o que sucedeu na Índia, onde a escassez de oftalmologistas, levou os médicos a criar uma base de dados com 127 mil imagens de raios X, para permitir a máquina analisar quem necessita de intervenção cirúrgica e quem dela não precisa. O algoritmo ficou tão preciso que acerta em 95% dos casos!
Evidentemente que o Turismo vai acompanhando estes desenvolvimentos tentando extrair deles o maior partido, sendo disso exemplo a UBER que nos EUA disponibiliza já serviços de carro sem motorista, a BAE SYSTEMS na UK desenvolve estudos no sentido de criar um modelo autónomo de aeronave, i.e, um avião sem piloto, etc. etc.
Mas nem tudo é positivo. Com a intensificação da automação o que vai acontecer a inúmeros postos de trabalho? É verdade que algo semelhante terá já ocorrido com o surgimento de tecnologias igualmente disruptivas como a eletricidade, os computadores e os telemóveis, mas tal facto não deixará de nos inquietar quando verificamos que a aceleração da transformação se tem intensificado… O deslumbramento que todas estas mudanças nos causam e os benefícios que delas podem advir, não podem fazer-nos esquecer da necessidade da adoção de medidas que mitiguem o impacto negativo que as mesmas podem ter, e terão certamente, no mercado de trabalho, em particular dos mais indiferenciados. Não podemos deter o progresso, nem desacelerar o seu desenvolvimento, mas podemos certamente pensar em políticas de transição para os trabalhadores menos preparados para um novo paradigma, através de investimento em educação e formação adequadas. Não sabemos que tipo e quantos empregos desaparecerão com o desenvolvimento da IA, já que todos os estudos sobre tais projeções não cessam de divergir, mas algo parece muito claro: se o que fazemos é “algoritizável”, isto é, se se baseia em algo como: “se fizer isto, depois faço aquilo, e então acontece isto”, devemos começar a preparar-nos para mudanças drásticas nas nossas vidas…E se, como estima a McKinsey num estudo recente, em 2030 cerca de 1/3 das atividades laborais passarem a ser desenvolvidas por máquinas, grande parte da população terá que alterar a sua maneira de trabalhar e de prover ao seu sustento. Não deverá isso dar-nos que pensar?
Por Adília Lisboa, administradora e vice-presidente do Grupo Onyria