BdP prevê “crescimento relativamente forte” das exportações turísticas nos próximos anos
Banco central português está optimista e lembra que o crescimento da actividade turística traz vantagens para a economia nacional, “mas coloca também alguns desafios”.
Inês de Matos
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O Banco de Portugal (BdP) está optimista quanto ao futuro da actividade turística em Portugal e prevê “a manutenção de um crescimento relativamente forte das exportações de turismo nos próximos anos”, ainda que se esperem desafios, segundo o Boletim Económico de Dezembro de 2018, que inclui o relatório “Exportações de turismo: desenvolvimentos recentes e perspectivas futuras”.
“Estas perspectivas positivas estão, no entanto, sujeitas a incerteza e riscos. Por um lado, a actividade turística tem uma elevada sensibilidade ao ciclo económico global, pelo que uma deterioração das perspectivas de crescimento mundial terá certamente impacto neste sector. Por outro lado, a recuperação da actividade turística em destinos concorrentes, que competem essencialmente na vertente preço, também poderá afectar negativamente as exportações portuguesas de turismo”, refere o BdP, na parte relativa às previsões do Turismo.
As perspectivas apontam para o crescimento das exportações turísticas, que deve ser “superior ao projectado para o total das exportações de bens e serviços e para o PIB”, ainda que “inferior ao registado em 2017”, refere o BdP, que estima que o produto interno bruto (PIB) cresça 2,1% em 2018, 1,8% em 2019, 1,7% em 2020 e 1,6% em 2021.
Contribuição positiva para o aumento das exportações turísticas devem dar as chegadas de turistas, cujas projecções, indica o BdP, apontam “para um crescimento do número de chegadas de turistas essencialmente em linha com o da actividade”.
O BdP diz que “estas perspectivas positivas para a actividade turística em Portugal comportam, no entanto, importantes desafios”, a exemplo da “concorrência elevada”, que “torna fundamental continuar a apostar em factores de atractividade turística não centrados na competitividade-preço, nomeadamente num aumento da qualidade e valor acrescentado dos serviços oferecidos que contribuam para fidelizar os visitantes e para um aumento da receita média”, refere o banco central português, considerando que esta aposta “permitirá manter um crescimento elevado das exportações de turismo em paralelo com o desenvolvimento de segmentos com margem de crescimento, como o turismo de negócios”.
No que respeita à competitividade, o BdP lembra que “Portugal tem um sector turístico relativamente competitivo”, que ocupava, em 2017, a 14.ª posição no ranking do World Economic Forum (WEF), lugar que é “ligeiramente superior à média dos países da Europa do Sul” e “claramente superior à da média dos países do Norte de África”, sendo que, em relação a estes países africanos, “Portugal regista uma posição inferior apenas no item de competitividade-preço”.
O BdP refere-se também ao alojamento, considerando que, “em particular o alojamento local de pequena dimensão, tem dado um contributo forte para o aumento da oferta global do país aos visitantes estrangeiros”, o que tem “sustentado uma parte importante do desenvolvimento desta actividade”.
Para o BdP, o “previsível aumento da intensidade turística traz óbvias vantagens para a economia do país mas coloca também alguns desafios”, nomeadamente “riscos de hostilidade por parte dos habitantes locais, a deterioração da experiência turística e a degradação do património natural, cultural e histórico”, motivo pelo qual aconselha “uma melhor distribuição do turismo não residente ao longo do ano e em termos regionais”.
“Os progressos realizados nestas áreas deverão ser aprofundados de forma a evitar potenciais efeitos de congestão na época alta ou de subutilização de infraestruturas na época baixa, bem como o impacto negativo da sazonalidade sobre o mercado de trabalho, onde contribui para aumentar o emprego temporário e precário”, acrescenta o BdP, considerando que “o investimento em infraestruturas de transporte e outras facilidades turísticas não deve ser descurado”, de forma a evitar “estrangulamentos”.
A finalizar, o BdP defende ainda que “o quadro regulatório do sector deve permitir o desenvolvimento ordenado de novos modelos de negócio”, nomeadamente os que estão associados a novas tecnologias.