Ministra do Turismo de Angola está em visita a Portugal e quer apostar em hotéis-escola
Em visita a Portugal, a ministra do Turismo de Angola, Ângela Bragança, diz querer estabelecer parcerias com as escolas e empresas portuguesas, no sentido de desenvolver a formação dos recursos humanos através, por exemplo, de hotéis-escola.

Raquel Relvas Neto
A formação dos recursos humanos está entre os principais desafios do Turismo de Angola. Em visita a Portugal, a ministra do Turismo, Ângela Bragança, diz querer estabelecer parcerias com as escolas e empresas portuguesas, no sentido de desenvolver a formação dos recursos humanos através, por exemplo, de hotéis-escola. Em declarações ao Publituris, à margem do Portugal Exportador, onde participou como oradora, Ângela Bragança afirmou já ter visitado diversas escolas e tem agendadas reuniões com grupos hoteleiros. “Estamos a privilegiar a formação, com a visita a várias escolas e reuniões com grupos hoteleiros, porque estamos muito focados na área da formação e temos possibilidade de abrir hotéis-escola”.
Segundo a ministra, o Turismo é hoje encarado pelo governo angolano como um dos sectores que deve suportar a economia do país no sentido de captar “receitas para o PIB e criação de emprego”. Apesar do Plano Director do Turismo estar “em actualização”, o governo está a desenvolver já algumas áreas. Uma delas é o Ecoturismo. “Estamos a desenvolver parcerias com empresas que vão fazer a gestão de parques naturais em concertação com os angolanos e organizar aquilo que poderá ser o embrião para futuros safaris, sobretudo no Parque Nacional do Iona, no sul de Angola, onde temos uma grande biodiversidade de flora e fauna e uma riqueza cultural muito pouco conhecida”.
Paralelamente, a responsável diz que é preciso desenvolver alguns pólos turísticos como o Cabo Ledo, a 120 quilómetros de Luanda, e a província de Malanje, onde se situa Kalandula, com as suas quedas de água, e a maior barragem de Angola, construída recentemente. A ministra dá ainda o exemplo do Namibe, considerada a “pérola do Turismo”. “Temos o deserto, pinturas rupestres, sol e natureza”, afirma a propósito deste destino. Em suma, a responsável conclui que, nesta fase, “estamos a estruturar o Turismo e a criar roteiros que sejam viáveis para iniciar o processo de captação de turistas”.
Ângela Bragança sublinha ainda que o governo angolano está empenhado em melhorar a qualidade do serviço na hotelaria e restauração. E, nesse sentido, houve já uma reunião com a ASAE, para replicar o modelo em Angola. Por outro lado, “estamos a reunir com os hoteleiros para passar esta mensagem e também para receber as opiniões deles. Uma das críticas que se faz é que a hotelaria é cara. O problema está na estrutura de preços, onde são reflectidos os custos operacionais que são muito elevados. Estamos a analisar com eles este problema.”