50 ideias para o Turismo | Como manter a excelente performance do melhor destino turístico do mundo?
No âmbito da celebração do seu 50º aniversário, o Publituris convida uma figura do sector a lançar uma “Ideia para o Turismo”.

Publituris
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Começo por agradecer a iniciativa ao Publituris, salientando o facto de que enunciar uma ideia para o Turismo, conforme me pediu a Carina Monteiro, não é tarefa fácil, pois o sector do Turismo é sem dúvida alguma dos mais avançados no que a ideias, inovação e dinamismo respeita, sendo um dos sectores que mais rapidamente se ajustou às preferências e aos comportamentos dos consumidores.
Devido à nossa localização geográfica, ao nosso clima, à nossa história e cultura, temos como uma das atividades económicas principais, em Portugal, o Turismo. É inequívoco o seu impacto na Economia, o seu potencial exportador e a criação de emprego qualificado. O sector do Turismo em 2018 continua a crescer, mas o ritmo já não é o mesmo… está, sem dúvida alguma, em desaceleração. Os destinos afetados pela “Primavera Árabe” estão de volta e como sempre, com preços muito competitivos e são já evidentes os transtornos que estão a criar a algumas das nossas regiões de Turismo, nomeadamente à Madeira e ao Algarve, onde é já notória uma quebra, essencialmente dos seus principais mercados emissores, o inglês e o alemão.
Sem dúvida alguma que destinos como a Turquia, a Tunísia, ou o Egipto, são mais baratos, mas de forma alguma nos deveremos posicionar no mesmo nível de preço dos mesmos. A nossa competitividade não está aí. Portugal tem uma excelente imagem e reputação no exterior, somos, sem dúvida, o melhor destino turístico da Europa e um dos melhores do mundo. Urge efetuar mais e melhores campanhas publicitárias, aí sim, deveremos posicionar Portugal ao nível dos nossos concorrentes que inundam com cartazes e imagens os media dos principais mercados emissores, mas nunca pela via ou apelando ao preço baixo. Lisboa não está a ser atingida por este problema, pois tem uma diversificação maior de mercados e de segmentos de negócio, estando o aumento de turistas oriundos dos EUA, Brasil ou mesmo de França, a colmatar a quebra acentuada que se tem notado essencialmente no mercado Inglês. Por outro lado, o crescimento de Lisboa, no que ao aumento dos que nos visitam respeita, está atualmente condicionado uma vez que a sua principal entrada de turistas, o Aeroporto Humberto Delgado, está a atingir a sua capacidade máxima.
Assim sendo, só nos resta qualificar, melhorar a oferta criando condições para sermos mais competitivos e fomentando o segmento mais rentável, o da Meeting Industry, que é o que apresenta melhores resultados, contribui substancialmente para o aumento do REVPAR, bem como para a reputação e qualificação do Destino Portugal. Aqui sim há muito a fazer, para conseguirmos captar mais e melhores eventos internacionais, nomeadamente no enquadramento fiscal, onde estamos a perder competitividade.Veja-se por exemplo o que tem feito a nossa vizinha Espanha, que inclusivamente anuncia nos mercados emissores europeus: “Realize aqui o seu Incentivo Evento/Congresso ou Conferencia e recupere a totalidade do IVA”.
Há também a necessidade de, em Portugal, criarmos uma plataforma integradora da oferta turística nacional, a exigência dos que nos visitam aumentou, procuram experiências diferentes que vão muito além da simples reserva e aquisição de uma passagem aérea e a estadia num hotel. A oferta de voos e reservas de hotel está muitíssimo desenvolvida, mas a oferta de atividades e experiências associadas a um destino turístico não atingiu de todo maturidade. Surge assim a necessidade da criação de uma plataforma que, além de facilitar a vida aos turistas que nos elegem como destino, a fim de não terem de andar à busca da oferta verticalmente, otimize o esforço dos diversos agentes turísticos e concentre num único sítio toda a oferta e, consequentemente, a sua divulgação aumentando assim a eficácia dos investimentos. Uma espécie de “iTunes” da oferta turística em Portugal. Será, sem dúvida, a evolução natural nesta era digital e sinal de maturidade da nossa indústria turística, na continuidade de uma dinâmica tão especial que a caracteriza e se reflete na importância crescente que possui na nossa economia e sociedade.
João Luís Moita, CEO da Citur
Nota de editor: No âmbito da celebração do seu 50º aniversário, o Publituris convida, em todas as suas edições de 2018, uma figura do sector a lançar uma “Ideia para o Turismo”.