Especial: Sustentabilidade é critério de topo para atrair Turismo
Dedicado ao imobiliário e ao Turismo, o Grupo André Jordan é conhecido pela aposta na sustentabilidade, tendo sido pioneiro a combinar a construção com as muitas regras que visam um menor impacto ambiental e o primeiro a partir para a certificação de sustentabilidade de um campo de golfe, há 20 anos. Por ocasião de mais uma conferência inserida nos GPA – Green Project Awards, o Publituris foi falar com Gilberto Jordan, CEO do Grupo André Jordan, para saber como tem crescido este sector.
Inês de Matos
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Dedicado ao imobiliário e ao Turismo, o Grupo André Jordan é conhecido pela aposta na sustentabilidade, tendo sido pioneiro a combinar a construção com as muitas regras que visam um menor impacto ambiental e o primeiro a partir para a certificação de sustentabilidade de um campo de golfe, há 20 anos. Por ocasião de mais uma conferência inserida nos GPA – Green Project Awards, o Publituris foi falar com Gilberto Jordan, CEO do Grupo André Jordan, para saber como tem crescido este sector.
Os temas ligados à sustentabilidade ambiental estão na ordem do dia e parecem ter cada vez maior importância também no Turismo. Se ainda há poucos anos a aposta nestas temáticas era uma tendência, hoje, já é uma realidade, fruto da exigência de turistas de segmentos mais elevados, como diz Gilberto Jordan, em conversa com o Publituris. “O turista que nos interessa, que é um turista de um segmento mais alto e mais exigente, principalmente o americano e do centro/norte da Europa, e curiosamente também o brasileiro, dá preferência a este tipo de critérios e há muitos agentes de viagens que oferecem isso nos seus catálogos”, refere o responsável, explicando que “a certificação de sustentabilidade é uma forma de cuidarmos de um activo fundamental, porque senão deteriora-se e isso é importante para as zonas turísticas”. Gilberto Jordan diz que a consciência tem vindo a mudar e que isso é visível, por exemplo, ao nível da certificação energética dos edifícios, um dos critérios que entram na sustentabilidade ambiental, já que se a certificação for baixa, o consumo de energia será maior. “Quando entrou em vigor a certificação de energia e qualidade do ar, em 2005/2006, só 2% ou 3% das casas novas tinham a certificação A. Neste momento, anda nos 15% a 20%, ou seja, é um salto muito significativo em 10 anos”, refere, explicando que ao nível do imobiliário, por exemplo, “há um segmento mais sofisticado de consumidor que não compra uma casa nova sem esse nível de certificação. É uma coisa pedida na procura de uma casa, do ponto de vista da consciência de um cliente de um segmento elevado, é um pedido, senão mesmo uma exigência”, sublinha.
Além da certificação energética, também as emissões de CO2 são um problema para o qual se começa a despertar no Turismo, nomeadamente na hotelaria. “As alterações climáticas são uma realidade, temos que dar o nosso contributo e é reconhecido que as cidades, os edifícios, são produtores entre 30 a 35% de CO2 e temos aqui uma responsabilidade, enquanto construtores de edificado, quer ao nível do consumo, da poupança e do uso de energias renováveis”, acrescenta o responsável.
Futuro optimista
O CEO do Grupo André Jordan vê com bons olhos os passos que se têm vindo a dar, mas considera que é preciso fazer mais, até porque a recente crise económica deixou marcas. “Com a crise económica internacional, Portugal em particular, muitas empresas descansaram o nível de exigência, entrámos num modus operandi de sobrevivência, em que tudo o que não era obrigatório foi cortado”, refere, afirmando-se, contudo, optimista quanto ao futuro. “Estou optimista, acho que as alterações climáticas são uma realidade e que o nível de exigência legal que as empresas têm está mais elevado”, diz, alertando, no entanto, para a necessidade de passar a mensagem de que “há uma combinação de factores que é preciso gerir, porque cumprir um critério a mais não é uma coisa linear”.
Gilberto Jordan gostava, no entanto, de ver mais campos de golfe certificados ao nível da sustentabilidade, algo que ainda continua a ser pouco usual, mas que poderia trazer vantagens, nomeadamente ao nível da promoção turística. “Quando certificámos os campos de golfe de Vilamoura com a ISO 14001, foi algo pioneiro, fomos a sétima empresa a nível nacional a fazê-lo, a quarta do Turismo e a primeira do golfe. Gostávamos que houvesse mais campos de golfe certificados, pensámos que outros nos seguiriam, o que tornaria mais fácil a promoção, mas poucos seguiram o mesmo caminho”, concluiu o responsável.
Turismo sustentável em debate
O Grupo André Jordan foi um dos promotores da conferência “Imobiliário e Cidades Sustentáveis para o Futuro das Gerações”, iniciativa desenvolvida no âmbito dos Green Project Awards, que decorreu no final de Maio, no Belas Clube de Campo, e que teve como objectivo debater a temática do Turismo sustentável. “Há muitas iniciativas a serem desenvolvidas, mas esta é uma das melhores que conheço no país no fomento da consciência quanto à necessidade de manter um futuro sustentável”, refere Gilberto Jordan, fazendo um balanço positivo da iniciativa. “Convidámos uma série de pessoas ligadas ao sector, o secretário de Estado do Ambiente esteve presente e o tema passou por muito daquilo que nós, também enquanto família, viemos a fazer há muitas décadas. Ou seja, é preciso inverter a maneira de produzir para que o ambiente seja preservado”, explicou, recordando o pioneirismo do grupo, que esteve ligado ao desenvolvimento de uma “urbanização sustentável no interior do Rio de Janeiro, no Brasil, nos anos 50” e foi “o primeiro, a nível mundial, a ter o golfe certificado pela ISO 14001, em 1998”.