“Fechámos o ano com a melhor performance turística de sempre”
Depois de um 2017 positivo, que se arrisca mesmo a ser o melhor ano de sempre para a actividade turística na Madeira, Roberto Santa Clara, director executivo da Associação de Promoção da Madeira (AP Madeira), prevê um 2018 cheio de desafios, muito por culpa da insolvência de companhias aéreas que tinham operações de relevo para a Madeira. Ainda assim, a expectativa é positiva, com o responsável a eleger a consolidação da oferta e a continuação da aposta no Turismo Activo como objectivos para este novo ano.
Inês de Matos
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Depois de um 2017 positivo, que se arrisca mesmo a ser o melhor ano de sempre para a actividade turística na Madeira, Roberto Santa Clara, director executivo da Associação de Promoção da Madeira (AP Madeira), prevê um 2018 cheio de desafios, muito por culpa da insolvência de companhias aéreas que tinham operações de relevo para a Madeira. Ainda assim, a expectativa é positiva, com o responsável a eleger a consolidação da oferta e a continuação da aposta no Turismo Activo como objectivos para este novo ano.
Como é tradicional, a Madeira voltou a oferecer uma grandiosa festa de fim-de-ano. Como correu o Réveillon, um dos principais cartazes turísticos do destino?
Depois de um dia de sol intenso na Madeira e no Porto Santo, onde os nossos turistas puderam experienciar o melhor que o destino tem para oferecer, foi uma noite memorável que culminou com um belíssimo espectáculo pirotécnico que, em complemento aos turistas dos hotéis, foi presenciado por 10 navios de cruzeiros na baía do Funchal que trouxeram até a Madeira 20.000 turistas. Claramente, este foi um ano de reforço deste excelente cartaz turístico.
2017 chegou agora ao fim e foi, nitidamente, um ano globalmente positivo para o turismo nacional. No caso da Madeira, que balanço é possível fazer deste ano turístico?
Tudo indica que fechámos o ano com a melhor performance turística de sempre ao nível de vários indicadores de desempenho. Ao nível de hóspedes, Revpar e proveitos totais vamos apresentar crescimentos muito significativos tendo em conta a base de crescimento de 2015 e 2016. Se tivermos em conta que a taxa de ocupação acumulada a Outubro rondava os 74,4%, penso que temos motivos para estar satisfeitos. Todavia os valores podiam ser ainda melhores se não tivéssemos sido afectados pelos dossiers das falências da Monarch, Air Berlin e, mais recentemente, da NIKI.
Quase a encerrar 2017, a Madeira foi eleita como melhor destino insular do mundo, nos World Travel Awards? Qual é a importância deste prémio e que vantagens pode trazer ao Turismo na Madeira em 2018?
É realmente notável um destino como o nosso vencer por três vezes este prestigiado galardão mundial atribuído pelos WTA. Ao nível de vantagens acreditamos que é um importante gerador de notoriedade para a Madeira, que origina contudo enormes responsabilidades ao nível de preservação do produto Madeira e do serviço que todo o sector presta.
Promoção e oferta
Recentemente, a secretária Regional de Turismo da Madeira, Paula Cabaço, afirmou que “o futuro do Turismo na Madeira implicará, sempre, falar de consolidação, de sustentabilidade e de identidade”. De que forma terá essa aposta reflexo na promoção do destino?
Um destino com a nossa dimensão e com os crescimentos que apresentou nos últimos três anos precisa, naturalmente, de consolidar o seu desempenho. Por outro lado, a preservação do produto Madeira é algo que há muito mencionamos ser vital garantir. Os ‘key products’ do destino são a base da comunicação que levamos a cabo. Temos naturalmente que ser fiéis aos produtos que nos distinguem e que são valorizados pelos nossos visitantes, pois só dessa forma garantimos a sustentabilidade do destino.
A Madeira tem vindo também a apostar no Turismo de Natureza e no Turismo Activo. Esta será uma aposta para manter também em 2018? O que está previsto a este nível?
Basta andar pelas nossas serras ou no mar para perceber a importância que o Turismo Activo tem no nosso destino. Por essa razão, o plano de 2018 continua a prever comunicar este aspecto como oferta ímpar para o Turismo Activo ao longo de todo o ano na Madeira e no Porto Santo. Um dos exemplos será a continuação da activação do conceito de comunicação “Madeira Ocean Trails” como mote de sistematização da oferta e de comunicação do muito que a Madeira tem para oferecer nesta área. Tentaremos, por isso, ser relevantes para o consumidor final nessa matéria, através de várias áreas que vão das relações públicas, às feiras da especialidade ou ainda, de forma clara, no panorama digital. O foco será claramente nos mercados emissores com mais apetência, como por exemplo os mercados alemão, holandês, nórdicos e, naturalmente, o mercado francês.
Na BTL 2017, a Madeira lançou uma campanha com a oferta de experiências. Que balanço é possível fazer desta campanha e qual é a possibilidade de vir a ter uma nova edição em 2018?
Apesar de ter sido uma campanha muito solicitada pela distribuição nacional a mesma não teve a adesão que pretendíamos no mercado. Por essa razão não prevemos repetir a campanha nos mesmos moldes em 2018.
Futuro
A Madeira vai ter uma nova marca turística, como anunciado em Maio de 2017, durante a XI Conferência Anual do Turismo. Em que ponto está o lançamento desta nova marca e qual será a sua importância para a promoção do destino?
Este é um dossier que é gerido pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura da Madeira, pelo que julgo dever ser a mesma a falar sobre o tema.
2017 foi um ano em que Portugal apostou forte na captação de mercados emissores menos tradicionais, como o mercado chinês ou norte-americano. No caso da Madeira, estes mercados já começam a ter expressão? O que está a ser feito no sentido de atrair novos mercados para a Madeira?
O plano de 2017 da AP Madeira previa como mercados de diversificação os EUA, o Brasil, a Rússia e ainda estudar o potencial da China. De acordo com os dados mais recentes referentes a hóspedes, os EUA crescem 17,6%, o Brasil 45,6% e a Rússia 30%. São mercados ainda de pequena dimensão, mas que acreditamos, especialmente no caso dos EUA, que podem ser importantes para o futuro. São, todavia, mercados que pela sua dimensão, nomeadamente os EUA, carecem de fortes investimentos e de uma estratégia a médio prazo. Nesta fase, e face ao orçamento disponível, além de tentarmos conhecer os mercados e fazer boas parcerias ao nível de distribuição, o esforço é feito essencialmente ao nível de press e blog trips, para que ao nível de relações públicas possamos progressivamente aumentar o conhecimento do destino.
Quais são as expectativas da Madeira para 2018?
Será um ano de enormes desafios. Desde logo, e pelos exemplos de falências de companhias aéreas que citei, será um desafio acrescido ao nível do transporte aéreo, que é crucial para um destino de Ilhas. Diria mesmo que o grande desafio do destino para o ano corrente será o de poder compatibilizar a oferta esperada com a procura e, nesse sentido, é vital garantir as necessárias acessibilidades. Prevejo por isso que, ao nível do Inverno, a performance seja mais difícil, pois não recuperaremos a oferta de lugares no imediato, esperando depois que no Verão e no Inverno 2018/2019 possamos recuperar a performance. Estamos, nesse sentido, a trabalhar de forma intensa, e coordenada, com a ANA – Aeroportos de Portugal, entidade em cujo trabalho confiamos. A Madeira tem vindo a ganhar também novas ligações aéreas e, para 2018, estão já anunciadas novas rotas. Quantos novos lugares vão estar disponíveis e qual a importância destas novas rotas? Não dispomos ainda da informação do número de lugares oferecidos para 2018, até porque os slots do período IATA 2018/2019 não estão fechados. Como é óbvio, a abertura de rotas é sempre crucial e existem já algumas boas notícias, das quais destacaria o crescimento da operação da Jet2 e da Lufthansa. ¶