Air China quer abrir voos directos para Portugal
Companhia aérea chinesa chegou agora a Portugal mas já tem planos para o futuro e, dentro de um a dois anos, conta abrir ligações directas entre o território nacional e a China. Até lá, o trabalho passa por dar a conhecer a oferta e a qualidade de serviço daquela que é uma das maiores companhias… Continue reading Air China quer abrir voos directos para Portugal
Inês de Matos
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Companhia aérea chinesa chegou agora a Portugal mas já tem planos para o futuro e, dentro de um a dois anos, conta abrir ligações directas entre o território nacional e a China. Até lá, o trabalho passa por dar a conhecer a oferta e a qualidade de serviço daquela que é uma das maiores companhias aéreas do mundo mas que, pelo menos em Portugal, continua a sofrer do “preconceito do desconhecimento”.
Com 25 rotas para 13 países europeus, a Air China é actualmente a maior companhia aérea em número de passageiros entre a China e a Europa. Apesar da dimensão da operação e de contar com uma frota de mais de 600 aviões, o que a coloca ao nível dos gigantes da aviação, o certo é que a companhia aérea chinesa continua a ser ainda desconhecida em Portugal. E foi para contrariar esse facto que a Air China se apresentou, a 7 de Junho, aos agentes de viagens e operadores turísticos nacionais, num cocktail que reuniu cerca de 70 pessoas e que foi também a ocasião ideal para o Publituris falar com João Moreira Baptista, representante da Air China em Portugal, e com Peter Han, General Manager da Air China em Espanha. Começando pelos objectivos da Air China com esta chegada a Portugal, João Moreira Baptista diz que “este é um mercado muito importante para a companhia” e que, mesmo sem voos directos para Portugal, a Air China transportou, no ano passado, entre 11 e 12 mil passageiros, o que representou um acréscimo de 15% face ao ano anterior. A maioria dos passageiros portugueses terá viajado via Madrid, Barcelona e Frankfurt, com a Air China a esperar novo aumento de passageiros lusos em 2017, ainda que este seja também o ano da entrada da Beijing Capital Airlines em Portugal, com voos directos desde Lisboa para Pequim e Hangzhou. “Comparativamente, penso que a Beijing Capital Airlines e a Air China são companhias totalmente diferentes”, afirmou João Moreira Baptista, salientando que as diferenças de serviço a bordo e as melhores opções de voos na China vão levar os clientes a escolher a Air China face à concorrência. Ainda assim, o responsável admite que a companhia a possa vir a perder passageiros portugueses. “A Beijing Capital Airlines vai voar para Pequim três vezes por semana e talvez isso leve a que venhamos a perder passageiros portugueses que voam para a China”, admitiu, para logo a seguir apresentar o trunfo que leva a Air China a chegar agora ao mercado português: a intenção de abrir voos directos para Portugal. “Os responsáveis da Air China também sabem que a Beijing Capital Airlines vai abrir voos directos para Portugal e é por isso que temos planos para lançar um voo entre Lisboa e Pequim”, revelou, explicando que a data para o lançamento dos voos ainda não está definida, mas pode ocorrer já no próximo ano ou no máximo de dois anos. Quanto à cidade que poderá vir a acolher os voos, João Moreira Baptista indica que a opção deverá recair em Lisboa, uma vez que o objectivo é “ligar as duas capitais”, já que os voos serão directos a Pequim. Ainda assim, o lançamento de voos para o Porto não está totalmente fora de questão. “Em principio, a nossa preferência será por Lisboa, porque é a capital e, como tal, é a nossa primeira opção. A segunda será o Porto, que é uma cidade muito forte para negócios. É por isso que estamos divididos, mas a preferência será por lançar Lisboa em primeiro lugar, queremos voar de uma capital para outra capital”, explicou o responsável.
Corporate será primeira aposta
Enquanto não chegam os voos directos entre Portugal e a China, a companhia vai apostar no segmento corporate e de incentivos, não só devido à experiência da Summerwind, o GSA que a Air China escolheu para a sua representação em Portugal, mas também devido às características da oferta da própria companhia. “A Air China tem por ela própria um produto de excelência que pode oferecer, sobretudo aos clientes de corporate. Os aparelhos que estão a fazer a rota de Madrid, por exemplo, são Dreamliners que oferecem uma executiva de excepção, com um serviço de primeira classe que se equipara a qualquer uma das grandes companhias do mundo”, explicou o responsável, destacando também as tarifas a partir de 360/380 euros por voo de ida que a companhia disponibiliza e que são muito competitivas neste mercado, além dos acordo de code-share que a Air China mantém com várias companhias, com destaque para a TAP e para as europeias Lufthansa, Iberia, Air Europa, Swiss, British Airways e KLM. Por outro lado, diz ainda o responsável, poder “apresentar a China como um destino possível para grupos tem o seu quê de especial, até porque o próprio mercado chinês está numa profunda transformação e a qualidade de serviço prestada ao visitante é cada vez com um sentido de excelência mais apurado”. A primeira reacção do mercado, diz João Moreira Baptista, tem sido positiva, o que permite ter boas expectativas. “Felizmente o feedback está a ser positivo, já fizemos um trabalho comercial bastante exaustivo e já temos acordos com algumas das principais redes para terem acesso a tarifas competitivas e estamos com uma expectativa muito dentro da filosofia chinesa: vamos dar tempo ao tempo para começar a apresentar resultados sustentáveis”, explicou, frisando que a Air China vai ajustar a sua “estratégia em função daquilo que for a resposta do mercado”. A Air China está também em negociações com a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), não só porque a entrada da Air China em Portugal coincide com os preparativos para o congresso da APAVT em Macau e a companhia quer oferecer tarifas especiais para os congressistas, mas também porque, como explica João Moreira Baptista, o sucesso da Air China em Portugal “passa também pela capacidade de resposta do mercado das agências em Portugal. Se as agências de viagens não reservarem Air China, por muito que nos esforcemos por comunicar a qualidade do serviço, não conseguimos alcançar o sucesso”, diz.
Acabar com o preconceito do desconhecimento
Além da aposta no corporate, os primeiros tempos da presença da Air China em Portugal vão servir também para a companhia acabar com o “preconceito do desconhecimento”, como explica o responsável. “Quando falamos do mercado corporate, que é um mercado muito exigente, já fui confrontado várias vezes com comentários sobre o facto de os clientes quererem viajar para a China mas não quererem voar numa companhia chinesa, muitas vezes preferem uma Lufthansa ou uma outra companhia europeia. É o preconceito do desconhecimento que temos que contrariar e esse é o maior trabalho comercial que temos que fazer”, refere João Moreira Baptista, admitindo que, numa primeira fase, “o principal trabalho é, sobretudo, de esclarecimento e de educação sobre o que é a Air China”. Neste sentido, o objectivo é apresentar a companhia como ela é realmente, “que é uma das maiores companhias de aviação do mundo”. “A nível de frota, nomeadamente em aviões wide body, que fazem os voos intercontinentais, a Air China só é ultrapassada pelas grandes companhias americanas, como a Delta Air Lines. Neste momento, temos uma frota de 668 aviões, com uma idade média dos aparelhos de seis anos, o que é uma frota extremamente recente”, refere o responsável. Mas não é só em números que a Air China se coloca ao lado das maiores companhias do mundo. Ao nível da segurança, por exemplo, a Air China tem “parâmetros que são, em boa parte dos casos, superiores aos de muitas companhias europeias”, explica João Moreira Baptista, referindo que “a questão da segurança é um dos principais pilares que se podem apresentar em relação à Air China”. E a preocupação com a segurança é tal que os aviões da Air China voam muitas vezes com quatro pilotos a bordo, só descolam quando a segurança estiver totalmente garantida em caso de intempéries e chegam a ser abastecidos com combustível para mais duas ou três horas de voo, caso seja necessário mudar de rota, em caso de emergência. “São aspectos que têm que ser tidos em consideração e que o mercado, à partida, desconhece”, acrescentou o responsável. “A Air China já é um gigante da aviação civil, Portugal é que ainda não conhece a companhia”, concluiu João Moreira Baptista.