TACV abandona operações domésticas esta terça-feira
TACV realizava voos domésticos há 59 anos.
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A companhia aérea TACV deixa esta terça-feira, 1 de Agosto, de realizar operações domésticas, medida que surge no âmbito da reestruturação da companhia decidida pelo governo cabo-verdiano, depois de vários problemas de ordem financeira.
A companhia aérea de bandeira cabo-verdiana é considerada a mais segura entre as transportadoras de países africanos de língua oficial portuguesa, sendo a única autorizada a voar para a União Europeia e para os EUA.
Os problemas agravaram-se no ano passado, com o acumular de dividas e problemas que levaram ao cancelamento de diversos voos, o que motivou uma onda de reclamações por parte dos passageiros.
Em 2015, a dívida da TACV chegava aos 100 milhões de euros, com os custos operacionais da companhia, que emprega cerca de 500 trabalhadores, a somarem encargos no valor de um milhão de euros mensais.
Em Dezembro de 2015, a TACV foi suspensa da Câmara de Pagamentos da IATA, por atrasos nos pagamentos aos fornecedores, numa suspensão que acabaria por ser levantada mas que causou graves prejuízos na imagem da companhia.
A partir daqui, os problemas sucederam-se e, dois meses depois, um dos aviões boeing da TACV foi arrestado no aeroporto de Amesterdão, por causa do não pagamento das prestações relativas ao “leasing”.
Depois das eleições de 2016, o novo governo cabo-verdiano ordenou uma auditoria técnica e financeira para apurar a “verdadeira” situação económica e financeira da empresa, que classificou como “financeiramente falida”.
Seis meses depois, a Binter iniciou operações domésticas em Cabo Verde, passando a realizar o serviço em concorrência com a TACV, que até aí tinha o monopólio dos voos entre as ilhas cabo-verdianas. No dia 23 maio, o ministro da Economia, José Gonçalves, anunciou que a companhia aérea deixaria de operar a nível doméstico a partir de 1 de Agosto.
Os voos inter-ilhas serão assegurados em exclusivo pela Binter Cabo Verde, em cujo capital o Estado cabo-verdiano entrará com 49%.
Na semana passada, o ministro da Economia de Cabo Verde disse que, durante o próximo mês, a TACV ainda vai continuar a operar nos voos regionais para o Senegal e a Guiné-Bissau, que depois passam a ser assegurados também pela Binter Cabo Verde, que tem actualmente como único accionista a empresa Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada. O Governo cabo-verdiana está também à procurar de um parceiro para a privatização da TACV Internacional.
Recorde-se que a TACV realizava voos domésticos há 59 anos e até 1984 este era o único negócio da companhia. Lisboa foi o primeiro destino internacional da TACV, que, em 1985, lançou voos directos entre a capital portuguesa e o Sal.