AHP quer soluções para a falta de capacidade aérea em Lisboa
Associação alerta para que o Aeroporto Humberto Delgado vai atingir a sua capacidade máxima este ano e que é necessário optimizar o transporte aéreo para haver mais passageiros.
Patricia Afonso
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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) manifestou esta terça-feira, 23 de Maio, algumas das suas preocupações com o futuro do sector, com destaque para o esgotamento da capacidade aérea de Lisboa, que chegará ao seu limite este ano e, consequentemente, poderá ter efeitos nefastos na hotelaria. Ainda para mais, numa altura em que as previsões de aumento da oferta continuam a crescer ano após ano: 41 unidades com abertura prevista para este ano e 42 para 2018 em todo o País.
Num encontro com os jornalistas, o presidente da associação, Raul Martins, e a presidente-executiva, Cristina Siza Vieira, expressaram a sua preocupação com a falta de capacidade do aeroporto de Lisboa, indicando algumas soluções que consideram “exequíveis” e já partilhadas com a ANA. Raul Martins começou por falar no aumento da capacidade dos aviões que as companhias operam. Uma situação que já acontece nos dias de hoje, em casos pontuais, mas “amiúde” e que resulta no transporte de um maior número de passageiros.
Outra das soluções apontadas passará pela utilização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, como uma plataforma para voos intercontinentais, abrindo slots em Lisboa. Uma medida que, segundo Raul Martins, seria “benéfica” para ambas as infra-estruturas.
Em terceiro lugar, a AHP sugere uma “optimização” dos horários de voo, em especial do nocturno, à semelhança do que acontece actualmente no Aeroporto de Barcelona. Ou seja, tendo em conta as restrições aos voos nocturnos, ser possível aumentar o número de frequências nas horas limites, que, nos dias de hoje, estão condicionadas, nomeadamente por causa do barulho.
Mas as restrições no aeroporto de Lisboa estendem-se, também, às operações em terra, nomeadamente controlo de passaportes e entradas no País, efectuado pelo SEF, cuja espera tem vindo a aumentar em períodos de pico, como seja a hora de almoço, sendo necessário, por exemplo, o reforço de recursos humanos. Ou, por exemplo, no caso dos check-in, a possibilidade de balcões comuns, tornando o processo mais célere.
Todas estas preocupações da AHP foram partilhadas com a ANA numa reunião no início do mês, sendo que a associação quer igualmente falar com a TAP, companhia de bandeira nacional. Porém, Raul Martins é peremptório ao afirmar que é neste tipo de situações que o Governo deve intervir, visto a companhia ter uma participação estatal.