O novo presidente dos EUA
Leia a opinião por Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal.
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Ao continuar a assistir, nos meios de comunicação social, aos mais variados comentários sobre o novo Presidente dos EUA, surgem-me algumas reflexões que me permito partilhar convosco. Ficou claro que o atual Presidente eleito venceu contra a “barragem” de insultos das televisões, e dos jornais (exceto a Fox News, o The Telegraph e pouco mais). Ficou também claro, que foi sobretudo através do Facebook, Twiter e Instagram, que Donald Trump conseguiu fazer chegar às pessoas as suas mensagens e Programa Político. Tal facto pode ajudar a explicar muita desta incomodidade, que se lê e ouve, no seio dos “jornalistas” e nos dirigentes dos principais partidos políticos. A gravidade da situação, para esses grupos, é de tal ordem que já “só a custo” disfarçam o enorme nervosismo, face a esta possibilidade do ocupante do cargo político mais importante da nação mais poderosa do globo, passar a dispensá-los do papel de “filtros” ou “mediadores” que chamaram a si. Foi visível a “incómodo” da jornalista do “60 minutos” da CBS, quando o Presidente eleito lhe disse, que o seu meio de falar com as pessoas, continuará a ser muito através do contacto pessoal e através destas redes sociais. Isto porque: Se o fizer, como o fez, a comunicação social deixa de ter o monopólio de “dominar” e influenciar as mentes dos cidadãos menos informados; Se o fizer, como o fez, a comunicação social em geral (propriedade de grupos de interesses políticos e financeiros), deixam definitivamente de ter o monopólio de dizer o que querem, sem que ninguém os contradiga. A ser, desta forma, tornar-se-á, no mínimo, “incómodo” para vários grupos, a saber: Para os “comentadores” e pretensos” analistas” que têm imposto a “sua verdade”; e para os “jornalistas” que deixam de ter a imagem (ainda que falsa) de serem “os donos da verdade”.
Debrucemo-nos, agora, sobre as principais linhas do Programa Político do 45º Presidente dos EUA, em particular, sobre as suas “reais intenções”, e que estão a deixar nervosos e incomodados os principais dirigentes políticos ocidentais:
Na Imigração:
a) Vigiar mais efetivamente as fronteiras dos EUA, sobretudo com o México;
b) Repatriar os imigrantes ilegais, sobretudo os que já tiverem cadastro policial por infrações à lei americana;
c) Impedir a entrada de novos imigrantes ilegais;
d) Vedar mais a fronteira dos EUA/México, quer com redes de segurança, quer com muros, quer em policiamento para suster a imigração ilegal, o contrabando, o tráfico de drogas, e de armas;
e) Estabelecer especial vigilância sobre os imigrantes que queiram entrar nos EUA, sobretudo os oriundos dos países muçulmanos;
Na Economia:
a) Baixar os impostos sobre as pessoas, reformulando os escalões;
b) Baixar os impostos para as empresas;
c) Requalificar as infraestruturas rodoviárias dos EUA, construídas nas décadas de 1950 e 1960, que estão em estado de degradação visível, recorrendo sobretudo a joint-ventures com investidores privados;
d) Requalificar hospitais e aeroportos que estão a ficar obsoletos;
e) Tentar repatriar boa parte da indústria americana, que se tinha deslocalizado para outros países;
Na Saúde:
a) Substituir o “Obamacare” por outro programa;
b) Eliminar do mesmo o que custa muito dinheiro, e que está a arruinar o orçamento dos EUA, e repor os programas pré-existentes de seguros, e programas de reforma em vigor;
Na Política Externa:
a) NATO – desde 1945 que os países europeus quase nada contribuem, quer em meios militares, quer em orçamento, para as despesas da organização. Pretende que, sobretudo a França, a Alemanha e o Reino Unido, passem a contribuir com mais meios e mais dinheiro e aliviem assim as correspondentes contribuições dos EUA;
b) TTIP – anulação das negociações;
c) NAFTA – renegociação dos acordos em vigor;
d) Restabelecer as negociações com a Rússia, por forma a pacificar a zona euro-asiática;
e) Reexaminar o acordo nuclear feito com o Irão;
f) Introduzir direitos niveladores aos produtos oriundos dos países asiáticos, em que vigorem esquemas de remuneração que distorcem a concorrência sã, e que estão a prejudicar a economia americana; – (salários de miséria, inexistência de férias, trabalho infantil, etc.);
No Supremo Tribunal:
Nomeação de um novo Juiz que defenda a Vida – pró-vida – contra o aborto e suas práticas, para além das razões médicas que antes já estavam contempladas; Se cumprir o programa que está escrito e anunciado, e apesar da eventualidade de vir a “prejudicar” a União Europeia, Donald Trump tem, para já, a minha “admiração”.
Como Português, espero que nos aproximemos novamente dos EUA e do Reino Unido, pois está em formação, de novo e com nova força, o poderosíssimo Eixo Londres-Washington. Tal ação trar-nos-ia várias vantagens económicas, financeiras e políticas, uma vez que: Somos um País que está no Centro do Mundo Atlântico; O Reino Unido é o nosso mais antigo Aliado (Tratado de Windsor); Este eixo reconstruído, será o eixo mundial mais forte, em termos dos capítulos acima enunciados; Evitaremos ser dominados pela Alemanha; Aliviaremos o domínio excessivo, e esmagador, da U.E. sobre o nosso país.
Não sendo americano e não apreciando de todo os discursos insultuosos de ambos os candidatos, apenas me resta respeitar a vontade democrática do Povo Americano. Tem sido “divertido” apreciar os discursos contra o “Sistema Eleitoral” americano.
Segundo o mais recente relatório do Deutsche Bank, a política anunciada pelo novo Presidente dos EUA, “tem o potencial de criar uma nova era de crescimento da economia americana e pode mesmo vir a servir de padrão para a economia mundial.” Segundo afirmou David Folkerts-Landau, Economista-Chefe do Deutsche Bank “esta política tem o potencial de aumentar o crescimento da produtividade americana”, acrescentando que “ao mesmo tempo que Trump introduz a incerteza, isso é melhor do que a certeza da continuação de um cenário medíocre”. Prevê para os EUA, um crescimento do PIB de 2,4% em 2017 e de 3,6% em 2018, contra o crescimento médio do governo Obama que foi de apenas 1,6% ao ano, crescimento que o Deutsche Bank classifica como “the worst recovery since the Great Depression.”
Isto deixa muitas pessoas, incluindo nós, portugueses, “à beira de um ataque de nervos”. Vamos ver o que o futuro – 1 a 2 anos – nos dirá sobre este novo Presidente Americano, que vai governar para os Americanos, e sobre as suas promessas, que nele fizeram tanta gente depositar a sua confiança.
*Por Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal