Barceló Hotel Group analisa entrada em Portugal
Em 2016, a divisão hoteleira do Grupo Barceló incorporou 12 hotéis no seu portfólio. A expansão da terceira maior cadeia hoteleira espanhola continua e, além de se estrear na China, olha para Portugal como prioridade dos seus investimentos. Jaime Buxó Clos, director-geral de desenvolvimento de negócio da Barceló Hotels & Resorts, falou ao Publituris sobre… Continue reading Barceló Hotel Group analisa entrada em Portugal
Raquel Relvas Neto
Francisco Calheiros: “Cá estaremos para dar voz a todos os ramos do turismo representados na CTP”
Hoteleiros questionam aumento da taxa turística em Lisboa e pedem “transparência” na relação com o Turismo
Marriott International acrescenta 100 hotéis e 12.000 quartos ao portfólio europeu até 2026
Lufthansa revê resultados para 2024 em baixa
CoStar: Pipeline hoteleiro regista trajetória ascendente no continente americano
Depois dos hotéis, grupo Vila Galé também aposta na produção de vinho e azeite no Brasil
Novo MSC World America navega a partir de abril de 2025 com sete distritos distintos
Top Atlântico promove campanha para as viagens de verão
ERT do Alentejo dinamiza Estações Náuticas na Nauticampo
TAP escolhe filmes do Festival ART&TUR para exibição nos voos de longo curso
Em 2016, a divisão hoteleira do Grupo Barceló incorporou 12 hotéis no seu portfólio. A expansão da terceira maior cadeia hoteleira espanhola continua e, além de se estrear na China, olha para Portugal como prioridade dos seus investimentos. Jaime Buxó Clos, director-geral de desenvolvimento de negócio da Barceló Hotels & Resorts, falou ao Publituris sobre os planos de expansão da cadeia hoteleira e os desafios da indústria em Portugal.
Actualmente, o Barceló Hotel Group tem unidades hoteleiras em 20 países. Provavelmente, quando ler este artigo, este número já estará desactualizado, pois a terceira maior cadeia hoteleira espanhola e 44ª mundial está focada no seu extenso plano de expansão mundial. Principais capitais de província em Espanha, cidades mais importantes da Europa, destinos urbanos na América Latina e China fazem parte deste plano. No entanto, o grupo olha também para o destino internacional mais próximo: Portugal.
Em entrevista, durante a FITUR 2017, Jaime Buxó Clos, director-geral de Desenvolvimento de Negócio da Barceló Hotels & Resorts, confirmou o interesse da divisão hoteleira do grupo espanhol por Portugal. “Creio que Portugal nos oferece oportunidades muito claras, primeiro em Lisboa e no Porto”, mas não só: “Em destinos turísticos para hotéis de praia oferece-nos dois destinos fundamentais, primeiro o Algarve e também a Madeira, que pensamos que pode ser um destino para um dos hotéis da marca Barceló”. Contudo, a concretização dos projectos em Portugal está algo dificultada. “Estamos a falar com vários grupos, temos feito negociações, estivemos perto de fechar um projecto, mas no final não se concretizou”.
Jaime Buxó Clos considera que o mercado imobiliário em Portugal está muito caro, à semelhança do que tem acontecido em Espanha. “Não sei se não começa a estar um pouco sobrevalorizado”, realça, esclarecendo que “existe uma situação de mercado muito activa ao nível de transacções, de vendas, que pode estar um pouco sobrevalorizado o que torna mais difícil para nós entrarmos em Portugal, pois queremos entrar a longo prazo”. O responsável explica que o Barceló Hotel Group tem intenções de estabelecer-se em Portugal a longo prazo e que esta situação do mercado tem dificultado a entrada. “A Barceló é conhecida por ser uma empresa de projectos a longo prazo, prudente e não queremos estar em Portugal de qualquer maneira”, destaca.
Flexibilidade
O actual plano de expansão da Barceló faz-se em diversos modelos de negócio: propriedade, management, arrendamento ou participação na propriedade. É esta flexibilidade da cadeia hoteleira que o responsável destaca entre as mais-valias para entrar no mercado português. “Como empresa hoteleira, a Barceló tem a vantagem de poder ser flexível no seu modelo de expansão. A flexibilidade quer dizer que nós podemos aportar ou entrar nos projectos dependendo do sócio, que pode ser português ou internacional, tanto em management, como aluguer ou na compra ou na participação no projecto”, explica. “Podemos oferecer estas diferentes formas e já vimos vários projectos, tanto no Porto, como Lisboa e Algarve, mas todavia não pudemos ainda fechar negócio”, ressalva.
O responsável dá um exemplo da flexibilidade de negócio do grupo com a recente aquisição de uma pequena cadeia hoteleira que fizeram em Múrcia (Espanha). “Há famílias que, seguramente com a crise, viram que a hotelaria é cada vez mais uma indústria profissionalizada. E cada vez mais, como ocorre noutros mercados, como nos Estados Unidos, tem que existir o proprietário dos edifícios e é necessário ter uma marca que seja conhecida nos EUA e isso tem um custo altíssimo”, refere, explicando que cadeias hoteleiras pequenas e familiares não têm capacidade para investir a esse nível.
“Em Portugal, existem algumas cadeias hoteleiras pequenas que têm de tomar alguma decisão. Se pensarem no que estão a passar agora (que não vai ser eterno), não necessitam porque agora há pão para todos. Hoje instala um hotel em Lisboa e é uma maravilha. Daqui a três, quatro anos, julgo que estamos todos conscientes de que o futuro vai ser de altos e baixos. Em Espanha, os grupos familiares, que viram a crise, estão à procura de fórmulas para garantir o património da família. E aí a Barceló está a estabelecer vários acordos, como em Múrcia. Queremos que, em Portugal, também exista essa oportunidade”. Para o responsável, os grupos em Portugal devem tomar uma decisão com o objectivo de se consolidarem, “ou entre eles ou procurando uma fórmula mista com algum grupo mais internacional como poderia ser a Barceló”.
Questionado acerca do interesse em hotéis já existentes ou por construir em Portugal, o responsável espanhol sublinha que existe interesse em ambas as vertentes. “Sobretudo em cidades, em Portugal, vejo muita reconversão de edifícios que não eram hotéis, ou que eram escritórios ou residências, que agora se estão a converter em hotéis. Vimos bastantes oportunidades deste tipo”, refere, contudo não deixa de alertar: “Há que medir esta situação, porque está a aportar mais quartos ao destino e temos que ver no futuro o balanço entre a procura e os novos quartos”. O responsável adverte ainda que, actualmente, “existe uma procura muito forte, mas não está tão claro que esta procura vá ser igual ou melhor nos próximos anos”.
No que diz respeito ao Algarve, Jaime Buxó Clos considera que existem oportunidades de reconversão de unidades de três estrelas para quatro ou cinco estrelas, e que este é um ponto de interesse do grupo no destino.
O Barceló Hotel Group tem já analisado unidades hoteleiras que estão inclusive em fundos de investimento português, mas não só. O próprio Programa REVIVE despertou curiosidade do Barceló Hotel Group: “Tivemos um primeiro contacto informal na Fitur com a secretária de Estado para podermos ser um candidato”.
Questionado sobre a probabilidade de se candidatar ao programa do governo português, Jaime Buxó Clos diz que “seguramente que sim”. “A Barceló também iniciou este ano a sua estratégia multi-marcas, temos a Royal Hideaway Luxury Hotels & Resorts, que são hotéis únicos e edifícios icónicos, e seguramente haverá algum projecto que podemos encaixar nesta marca. A marca Barceló Hotels & Resorts são também hotéis de cinco estrelas com propostas muito diferenciadas, como a Occidental Hotels & Resorts que são mais de quatro estrelas. Portanto, seguramente, uma marca como Royal Hideaway poderá encaixar em algum destino ou hotel destes edifícios do Governo”, explica.
Objectivos
Depois dos destinos já enunciados por onde passa a expansão do grupo, Jaime Buxó Clos sustenta que “primeiro queremos conseguir uma óptima implementação em Espanha e Portugal, daí o interesse em estar em Lisboa e no Porto”. Depois de algumas cidades europeias, como Paris, o responsável adianta que em África existem projectos em desenvolvimento em Cabo Verde, concretamente para a ilha do Sal, uma unidade da marca Royal Hideaway, com conclusão prevista para o final deste ano. “Temos visto projectos noutras ilhas como a Boavista e nos próximos dois anos podemos ter vários hotéis em Cabo Verde”, adianta. Egipto, Maurícias, Quénia e Tanzânia são outros dos destinos africanos que o grupo tem interesse.
“Para 2017, o objectivo é ter 20 hotéis novos, que é um pouco a média do que se abria nos anos pré-crise. Alguns estão em construção, outros a fechar negócio. Creio que incorporamos cerca de 20 projectos nos próximos dois anos”, refere, adiantando que “agora estamos em 115 hotéis, penso que podemos chegar aos 160 ou 170 hotéis no final de 2018, estabelecimentos abertos e em ‘pipeline’.