Ana Mendes Godinho| “Portugal tem Condições para Liderar o Turismo de Futuro”
A atividade turística tem batido sucessivos recordes em Portugal. Até Setembro tivemos nove milhões de hóspedes internacionais, 30 milhões de dormidas, vimos as receitas turísticas aproximarem-se dos 10 mil milhões de euros em nove meses.
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Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo
A atividade turística tem batido sucessivos recordes em Portugal. Até Setembro tivemos nove milhões de hóspedes internacionais, 30 milhões de dormidas, vimos as receitas turísticas aproximarem-se dos 10 mil milhões de euros em nove meses. Mês após mês o turismo reforça a sua importância para a economia nacional, destacando-se como uma das atividades mais relevantes para o PIB nacional. Os bons resultados não nos devem fazer baixar os braços. É precisamente nos momentos de crescimento que se deve investir e trabalhar para garantir competitividade nos próximos anos.
Foi com esse objetivo que lançámos a construção de uma estratégia participada que promova o crescimento sustentado da atividade, do emprego de qualidade e da riqueza gerados pelo turismo, assumindo a necessidade de planeamento, abandonada nos últimos anos. A atividade turística é um elemento fundamental para alavancar outros setores da economia e da sociedade, promovendo a coesão social e territorial. É necessário que a atividade turística seja sustentável para que o país, as regiões, as empresas e as pessoas possam, de facto, beneficiar do crescimento no turismo, sendo para isso essencial trabalhar para a desconcentração da procura ao longo do ano e em todo o território.
É com estes objetivos que temos vindo a trabalhar. Ao longo deste ano apostámos no aumento das ligações aéreas a Portugal, através de um programa de promoção de novas rotas e operações turísticas. Só este ano surgiram 64 novas operações aéreas e foram disponibilizados 750 mil lugares novos lugares durante o inverno IATA. Para a dinamização do investimento, lançámos novos instrumentos financeiros específicos para o turismo, como forma de alavancar o esforço das empresas na renovação e na inovação da oferta turística. Lembro a Linha de Qualificação da Oferta, com uma dotação de 60 milhões de euros, em que mais de 50% já se encontra comprometido; e também acelerámos a execução do PT2020: de um para 175 projetos pagos.
Trabalhámos para aliviar a tesouraria das empresas e neste campo é importante lembrar a reposição do IVA na restauração com um claro reflexo no emprego: a restauração responde por mais de metade dos 45 mil novos postos de trabalho criados entre Janeiro de Setembro de 2016. Assumimos a necessidade de inovar na capacitação da oferta, apostando no que é único e estruturando novos produtos, que atraiam pessoas ao longo do ano e do território, de que são exemplo o Revive, os programas Cycling and walking, Alll for All, 365 Algarve, a iniciativa de levar Wifi aos centros históricos ou Turismo 4.0.
Queremos apostar no que Portugal tem de único e que é reconhecido unanimemente por quem nos visita: um património cultural e natural inigualável. Lançámos também um programa de captação de eventos internacionais e congressos corporativos, tendo sido criado uma equipa especializada para o efeito. Nada disto se faz sem pessoas e a formação assume um papel central em toda esta estratégia.
Estamos a dar uma nova força às escolas de turismo, criaremos uma nova escola em Portimão e estamos a terminar a requalificação da escola de Faro. Em Setúbal já decorrem as obras para que o Hotel de aplicação possa abrir portas em fevereiro de 2017. Portugal tem as condições para liderar o turismo de futuro. Há desafios, sim, mas esses enfrentamos e resolvemos em conjunto, quando assumimos que temos objetivos comuns: crescimento, maior emprego e maior igualdade.
*O autor escreve de acordo com o novo Acordo Ortográfico.