Venda directa estreita relação com clientes
Grande parte do crescimento do mercado de Turismo está cada vez mais concentrada nas tecnologias digitais e, em particular, nas ferramentas de reservas online.

Raquel Relvas Neto
As vendas de viagens online continuam numa ascensão significativa. Contudo, os ‘players’ da web estão a remodelar a estratégia da distribuição e a incentivar os operadores turísticos a investirem nas vendas directas, estreitando assim os laços com os seus clientes.
Segundo um relatório promovido pela Accor, em 2015, as receitas do Turismo atingiram os 264 mil milhões de euros na Europa e deve alcançar os 282 mil milhões de euros em 2017. O relatório indica que uma grande parte do crescimento do mercado de Turismo está cada vez mais concentrada nas tecnologias digitais e, em particular, nas ferramentas de reservas online. Nada de novo até agora. As vendas com estas ferramentas estão a crescer mais rápido do que no mercado global de viagens. Só em 2015, o turismo online cresceu 14%, enquanto nos meios tradicionais apenas 5%. De acordo com uma pesquisa realizada pela PhoCusWright, a taxa de penetração atingiu quase 60% nos EUA e 40% na Europa.
Em poucos anos, os sistemas de distribuição na internet revolucionaram a organização de venda de produtos turísticos. O rápido desenvolvimento do Turismo online e as mudanças nos padrões de consumo da web têm dado origem a novos ‘stakeholders’, como as Online Travel Agencies e os sites de comparação de viagens.
Esta mudança no paradigma dos ‘players’ tradicionais no sector do Turismo faz com que estes agora afirmem a sua posição através da imagem e, especialmente, do programa de fidelização e apoio ao cliente destes. Para tal, as empresas do sector estão a recuperar as suas vendas directas ao apresentar melhores ofertas e praticar uma melhor gestão dos seus programas de fidelização.
Desde companhias aéreas a hotéis, as empresas turísticas estão a investir em reinventar a experiência do cliente e a sua fidelização. Por exemplo, a Air France-KLM está a realizar uma revisão do seu programa de fidelização Flying Blue, com o objectivo de melhorar o índice de satisfação do cliente. Já no sector hoteleiro, destaca-se, de facto, a importância da fidelização, especialmente tendo em conta os altos custos relacionados com a captação dos clientes, seja a nível directo ou através de intermediários. Os hoteleiros estão assim a oferecer soluções e produtos que os independentes e as OTA’s têm dificuldade em replicar. É também neste sentido que está a evoluir o programa de fidelidade da Accor Hotels, Le Club Accorhotels.