Admirar em Belém: arte, a nossa história naval e um belo estuário aberto ao Atlântico
Turiscópio por Humberto Ferreira.
Humberto Ferreira
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No Turiscópio anterior foquei as vantagens de dez sectores ligados ao Turismo para se criar uma estratégia capaz de atrair mais turistas, importadores e parceiros internacionais, com programas das melhores propostas do que Portugal produz em alimentos, vinhos, roupas, calçado, joalharia, flores, azulejos, artesanato, tecnologia, talentos, etc.
MELHORES DO MUNDO – Hoje, cada destino quer integrar os melhores rankings do mundo ou da Europa, e não nos faltam cenários como o belo estuário do Tejo e as atracções de Belém. Mas começo por felicitar António Guterres pela eleição de secretário-geral da ONU, esperando que faça parte do seu plano dinamizar a Organização Mundial de Turismo, que vai ter novo titular: o ministro do Turismo do Zimbabwe, Walter Mzembi.
PORTUGAL BEST – Artistas, atletas, banqueiros, industriais, agricultores, exportadores e líderes viajam com frequência em férias e negócios, mas tardam em aderir à plataforma Portugal Best e às imagens mais apreciadas sobre a nossa arte, património, História, clima, alimentação e capacidade de iniciativa, comprovando que o Turismo é o elo para as melhores experiências de milhões de viajantes em Portugal. Guterres, porém, acaba de demonstrar como se ganha o maior desafio mundial. Um meio é promover acções combinadas de Turismo e das geoâncoras locais. Em Itália, os consórcios regionais reforçam a aliança das marcas e produtos italianos. Entre as marcas lusas mais procuradas há vinhos e caiaques Nelo, mas crescem as compras por turistas de produtos, roupas, calçado, acessórios, e equipamentos com design e materiais nacionais. Mas como cada sector exige protagonismo extinguiram as acções conjuntas com Vinhos e Turismo, Moda e Viagens, desportos, roupas e calçado, etc.
BELÉM: JANELA PARA O ATLÂNTICO – Resta-nos promover alguns recantos como Belém com dezenas de atracções de Arte, História e Desporto. Mas desfeita a réplica em Belém da empresa municipal «Parques de Sintra – Monte da Lua», quando António Lamas geriu dez parques e palácios integrados em Sintra, alcançando um significativo aumento de visitas de 2006 a 2014 nota-se a deterioração das análises e promoção das tendências de programas e modelos de animação cultural. Pode ser fatal o recuo na gestão integrada do eixo turístico-cultural Belém-Ajuda. No currículo de João Soares fica, porém, uma das mais curtas passagens pela tutela da Cultura e o atraso neste incomparável pólo turístico-cultural-desportivo em três áreas exportadoras.
ANIMAÇÃO – A ideia que divulguei no Publituris no Verão de 2012 sobre o potencial de Belém para grandes eventos, visava uma estrutura de voluntários na gestão e promoção de iniciativas de arte, património, espectáculos (caso do CCB), parques e jardins temáticos, e desportos náuticos, com a adesão de experientes organizadores de escolas e torneios de vela, hoteleiros e gestores de restauração. Temos gestores e autarcas brilhantes, que poderiam melhorar a minha ideia e a experiência de A. Lamas, a qual tinha um defeito: um pólo como este tem de ser gerido pela autarquia e não pelo Ministério da Cultura. Também não vejo o CCB liderar um pólo tão complexo. A Fundação EDP faria melhor, programando visitas aos Jerónimos, Torre Belém, Padrão de Descobrimentos, Palácio da Ajuda e Jardim Botânico Tropical; mais os museus de Coches, Arqueologia, Etnografia, Etnologia, Arte Popular, Marinha, Planetário, o museu da Presidência da República, mais as colecções CCB e os museus na Central Tejo e o MAAT, faltando apenas a mostra sobre a vela no Tejo encerrada em Setembro; a exposição Rio Abaixo-Rio Acima, excelente iniciativa da CML à qual sugiro que esta mostra faça em 2017 o périplo dos clubes naúticos do Tejo, para depois se fixar em Belém ou Pedrouços.
PERTO DO ATLÂNTICO– O Eixo Belém-Ajuda-Restelo-Algés tem três docas de recreio: Belém, Bom Sucesso e Pedrouços, e nesta funciona o Centro Internacional de Apoio a Torneios de Vela, ao qual chegaram em 5 de Outubro as primeiras equipas de manutenção para a volta ao mundo «Volvo Ocean Race 2017», e de onde partiram, de 5 a 9 de Outubro, as regatas de qualificação para «Extreme Sailing Series 2017», com nove equipas, entre as quais a Sail Portugal-Visit Madeira, que ganhou uma das regatas.
DIVERSIDADE – O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, aberto em 4 de Outubro (grátis até Março 2017), será a nova pérola da cultura na capital e miradouro sobre o Tejo. Os privados gerem belas unidades hoteleiras na zona, como o novo Hotel do Governador à vista da Torre de Belém; o Altis Belém Hotel & Spa, que reconquistou o prémio WTA do melhor hotel de design europeu; esplanadas viradas ao Tejo e cafés na zona urbana, incluindo a Casa dos Pastéis de Belém desde 1837.
NÁUTICA INTERNACIONAL – O Tejo é palco de regatas e Belém acolhe a Associação Naval de Lisboa, a mais antiga da Península Ibérica fundada em 1856; a escola de vela do Sport Algés e Dáfundo, outros clubes e associações náuticas e a zona de manutenção de embarcações; e em Pedrouços as bases da Volvo Ocean Race e outras; além de operadores náuticos de recreio e marítimo-turísticos. E eu aprecio arte, desporto, e viagens.