“Há turistas que querem voltar para ajudar na recuperação dos incêndios”
Um retrato completo e actual da Madeira, os resultados das campanhas, próximos passos, os incêndios de Verão e os resultados turísticos da região. Eduardo Jesus, secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, falou com o Publituris e traçou o cenário do arquipélago. Quase no final do Verão, já é possível fazer um balanço… Continue reading “Há turistas que querem voltar para ajudar na recuperação dos incêndios”
Ângelo Delgado
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Um retrato completo e actual da Madeira, os resultados das campanhas, próximos passos, os incêndios de Verão e os resultados turísticos da região. Eduardo Jesus, secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, falou com o Publituris e traçou o cenário do arquipélago.
Quase no final do Verão, já é possível fazer um balanço da campanha “Descubra a Madeira”?
O balanço é positivo e entusiasmante. Esta campanha visava vários objectivos, entre os quais – e fruto de sermos, este ano, o destino preferido da APAVT – o de aproximarmos o destino Madeira aos Operadores Turísticos e Agentes de Viagens nacionais, assim como o de reforçarmos a notoriedade e proximidade a este tão importante mercado. Quando temos, no primeiro semestre de 2016, crescimentos que variam entre os 17,5% para os hóspedes e os 18,7% nas dormidas, no mercado português, parece-me que o balanço só pode ser positivo, sobretudo atendendo ao esforço que foi levado a cabo na sua recuperação para a Madeira. Por outro lado, é importante dizer que esta campanha tinha também por objectivo chegar a novos tipos de público, o que, de acordo com o feedback que nos tem chegado do mercado, também tem sido bem conseguido. Estamos convictos de que somos mais próximos e atractivos aos olhos do turista nacional e isso motiva-nos a continuar a estratégia traçada, sobretudo atendendo à importância que este mercado representa para a estabilidade do sector na Região.
Que balanço faz da época de Verão no arquipélago? Que mercados responderam melhor?
A Madeira cresce, neste momento e consecutivamente, em todos os seus indicadores de produção turística e isso significa que estamos a seguir a estratégia mais correta e que estamos a conseguir, sobretudo, afirmar a notoriedade do nosso destino com maior eficácia junto dos nossos mercados. Convém aqui sublinhar que 2015 foi, até agora, o melhor ano de sempre para o Turismo regional, o que significa que, perante os crescimentos até agora registados, a Madeira poderá viver, este ano, um novo recorde. As várias sondagens que têm vindo a ser promovidas, pela Direção Regional do Turismo, junto da hotelaria regional e tendo por base as reservas efectuadas, apontam para que a Madeira possa vir a registar, este ano, o seu melhor Verão de sempre. Na primeira aproximação à hotelaria regional, levada a cabo em Abril, o crescimento comparativamente ao ano passado já se situava nos 10%. Tínhamos, na altura, a previsão de uma ocupação média global, entre os meses de Abril e Outubro (Verão IATA), na ordem dos 63%, contra os 52,4% que, em Abril de 2015, eram projectados para este mesmo período. A nova sondagem realizada em Julho não só reitera este crescimento como o duplica, para os restantes meses da estação: nesta altura, a ocupação média global prevista entre os meses de Julho e Outubro sobe para 75%, mais 21 pontos percentuais do que revelava a sondagem feita o ano passado. Em Agosto e no âmbito da nova auscultação levada a cabo ao sector, no respeitante às reservas previstas para os meses de Agosto, Setembro e Outubro, a ocupação média global cresce de novo e passa a situar-se acima dos 80%. Excelentes notícias que confirmam o bom momento que o destino atravessa, com dados que devem ser interpretados no conjunto dos excelentes resultados que têm vindo a ser alcançados, não apenas no que concerne à procura mas, também, à rentabilidade do sector que cresce, progressivamente, a cada mês que passa.
Os incêndios no Funchal
De que forma os incêndios ocorridos em Agosto prejudicaram as operações deste Verão?
Os incêndios que assolaram a Região não tiveram um impacto negativo na procura do destino, tal como foi possível de aferir na sondagem desenvolvida, uma semana depois desta ocorrência, junto da hotelaria regional para os meses de Agosto, Setembro e Outubro. A média global destes três meses, no que respeita à situação actual das reservas, situa-se acima dos 80%, mais 10 pontos percentuais do que aquela que foi projectada para o mesmo período na sondagem feita em Julho. Estes resultados atestam a mobilização e o empenho extraordinário do sector em ultrapassar e recuperar, de imediato, a imagem do destino, numa intervenção que foi exemplar e congregadora de vários esforços, a nível regional, nacional e internacional. Quanto ao Hotel Choupana Hills, trata-se de uma situação que naturalmente lamentamos. Esperamos que possam ser encontradas soluções tendentes a recuperar aquele que é e que continuará a ser um dos marcos mais importantes da história do Turismo da Madeira.
O próximo Verão não será prejudicado devido a estes incêndios, portanto?
Estamos em crer que não, até porque, tal como indicam as sondagens desenvolvidas, não houve impacto directo e imediato desta ocorrência. Devo dizer, aliás, que os nossos turistas compreenderam a situação e, mais do que isso, disponibilizaram-se para apoiar e até para regressar, numa próxima viagem, ajudando-nos a recuperar o momento. Gestos que significam muito para quem trabalha neste sector, mas que simultaneamente confirmam a nossa maturidade, a confiança que merecemos e a credibilidade na qual diariamente nos empenhamos.
Projectando o futuro: o que está a ser preparado para a época de Inverno, nomeadamente para o Reveillon, momento do ano tão esperado na Madeira?
Como sabe, a Madeira é uma terra que vive e respira Turismo durante os 365 dias do ano. Depois da Festa do Vinho, teremos agora, de 15 a 17 de Setembro, o Festival Colombo, depois o Festival da Natureza e, finalmente, as Festas de Natal e Fim-do-Ano, com o mês de Dezembro pleno de actividades para celebrar a época natalícia e dar as boas-vindas ao Ano Novo. Paralelamente, existirão outras manifestações, assim como campanhas que serão lançadas, algumas das quais em colaboração com o Turismo de Portugal. Concretamente em relação ao Ano Novo, está a ser preparado um programa que promete surpreender e que, mais uma vez, confirmará a Madeira como um dos melhores sítios no mundo para a passagem de ano.
Em termos de acessibilidades aéreas, há alguma nova operação para o Inverno para a Madeira e Porto Santo?
De acordo com as informações que temos, a capacidade aérea para a Madeira deverá aumentar na ordem dos 5% no próximo período IATA de Inverno. Não menosprezando outras ligações, diria que na Madeira se destacam a nova operação da Lufthansa e o aumento significativo das operações da Germania e da TUI. No caso do Porto Santo, sublinha-se a operação do Operador Primotours que, pela primeira vez, fará quase toda a estação, começando já em Outubro.
Em termos de promoção, em que mercados vão apostar no próximo ano?
Embora a Associação de Promoção da Madeira ainda não tenha o seu plano de 2017 aprovado, é expectável que continuemos a estratégia de foco nos principais mercados (Reino Unido, Alemanha, França e Portugal), acompanhando de perto importantes mercados em desenvolvimento, como é o caso da Holanda, Polónia, Suíça e de outros países emergentes. Haverá, também, uma particular atenção à Suécia e à Dinamarca, sendo que tentaremos intensificar e diversificar o nosso posicionamento, olhando atentamente para o Brasil e para os Estados Unidos.
O Turismo é o tema do momento em Portugal, com o país a apresentar, consecutivamente, os melhores resultados de sempre. A Madeira está a acompanhar este crescimento?
Não só acompanha como supera a média nacional na maioria dos resultados. Se tivermos em atenção as estatísticas do primeiro semestre, facilmente constatamos que a Madeira cresce a um ritmo que é superior e deixo-lhe apenas alguns exemplos: neste período, crescemos 12,9% no que toca aos hóspedes, quando a média nacional foi de 10,8%. Relativamente aos proveitos, crescemos 17%, contra um crescimento médio nacional de 16,5%. A grande diferença reside na rentabilidade por quarto, sendo que a Madeira cresceu, neste indicador, 17,2%, perante uma média de crescimento nacional que se ficou pelos 12,9%.
De que forma se poderá alargar, de forma sustentada, este bom momento do Turismo em Portugal?
Aproveitando o bom momento que o Turismo atravessa, julgo que o grande desafio – diria até a grande responsabilidade – assenta em olharmos para o que pode ser melhorado e intervirmos, simultaneamente, em duas frentes: por um lado, na consolidação e superação dos resultados atingidos e, por outro, na requalificação e renovação do nosso produto turístico, encarado como um todo, tendo por base uma relação de maior proximidade, confiança e interacção junto dos nossos clientes. É esta a perspectiva que temos para o nosso destino e é nela que temos vindo a trabalhar, encarando este bom momento, acima de tudo, como uma oportunidade. Hoje, a Madeira consegue vender-se mais e melhor e isso deve-se a uma afirmação distinta que tem vindo a ser conseguida e que nos confere uma outra visibilidade e notoriedade, cumprindo-se, assim, um dos principais objectivos da estratégia delineada por esta Secretaria Regional, para o presente mandato, ao qual se juntam o da elevação da qualidade global do destino, o reforço da sua competitividade e atractividade e o incremento da procura sustentada ao longo do ano. A estratégia que temos vindo a defender e a implementar assenta no trinómio referencial “Montanha, Mar e Cultura” e prima pela humanização e pela afirmação do que somos, da nossa autenticidade, do que nos caracteriza, intrinsecamente, enquanto Região mas, sobretudo, enquanto população.