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Dossier: Aventura e animação prosperam em Portugal

Neste dossier, damos-lhe a conhecer a importância do Turismo de Aventura e da Animação Turística para as diversas regiões de Turismo e apresentamos-lhe alguns operadores, uns já consolidados, outros em fase de abertura. A oferta é extensa, variada e, por vezes, bastante original e inesperada.

Patricia Afonso

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Dossier: Aventura e animação prosperam em Portugal

Neste dossier, damos-lhe a conhecer a importância do Turismo de Aventura e da Animação Turística para as diversas regiões de Turismo e apresentamos-lhe alguns operadores, uns já consolidados, outros em fase de abertura. A oferta é extensa, variada e, por vezes, bastante original e inesperada.

Patricia Afonso
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Neste dossier, damos-lhe a conhecer a importância do Turismo de Aventura e da Animação Turística para as diversas regiões de Turismo e apresentamos-lhe alguns operadores, uns já consolidados, outros em fase de abertura. A oferta é extensa, variada e, por vezes, bastante original e inesperada.

A Animação Turística é um dos segmentos que mais vantagens pode trazer a um destino. Desde na mobilidade, como os tão polémicos Tuk Tuk, a actividades e entretenimento variado, este negócio é transversal ao País e ajuda, inclusive, ao desenvolvimento das economias locais. Trata-se de um segmento que ocupa de forma inequívoca um lugar de destaque no Turismo de Aventura, possibilitando desfrutar de forma diferenciada a Natureza.

Algarve

O Turismo de Aventura, enquadrado no Turismo de Natureza, é um “produto em desenvolvimento no Algarve”, enceta Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), para quem “a região reúne as condições geográficas e climáticas ideais para a prática de um vasto leque de actividades aquáticas, terrestres e aéreas, apresentando um grande potencial para a promoção de férias activas”. “O que há alguns anos foi um produto de nicho e domínio de uns poucos especialistas, tornou-se hoje um dos mercados que mais têm crescido, seja enquanto motivação primária da viagem, ou como complemento a outros produtos turísticos.”

Desidério prossegue, afirmando que “há cada vez mais turistas a incluir nas suas viagens actividades de aventura, como o parapente, o mergulho e passeios de BTT, entre outras” e que uma das “grandes potencialidades” deste segmento é poder ajudar a atenuar a sazonalidade. “O Turismo de Aventura é, assim, um produto que permite diversificar a oferta turística do Algarve e valorizar o destino e os seus diversos recursos naturais, contribuindo para a preservação ambiental dos ecossistemas, pois os turistas de aventura são, por norma, viajantes ambientalmente exigentes”, salienta o responsável, acrescentando tratar-se de um produto que “permite ainda dinamizar a economia local, através da implementação e florescimento de empresas familiares e micro-empresas que se dedicam à animação turística”. Desidério Silva adianta que, para dar resposta à procura, “temos assistido a um crescimento exponencial do lado da oferta, quer no número de empresas de animação turística, quer na diversidade de serviços” e salienta que a região “tem vindo a criar condições para o desenvolvimento deste segmento, nomeadamente ao nível da estruturação e capacitação da oferta, bem como no enorme enfoque promocional no produto”.

Alentejo e Ribatejo

No Alentejo e no Ribatejo, o Turismo de Aventura assume uma importância “enorme”, pois consagra um “perfil de turista diferenciador”, que mudou muito nos últimos anos, começa por dizer António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo. “A componente da animação turística mudou radicalmente nos últimos anos”, considera, frisando que o Turismo de Aventura, hoje, tem “um peso claramente mais relevante e de maior intensidade na estrutura do destino”. Sobre o apoio às empresas de animação turística, António Ceia da Silva afirma: “Somos gestores do destino e, portanto, o nosso trabalho, em primeiro lugar, é criar uma plataforma global, abstrata, do ponto de vista de um destino que seja competitivo, de excelência. É através disso, e do trabalho que fazemos todos os dias, de estruturar o produto, de colocar o destino em termos de patamares de exigência e qualidade, que, ao mesmo tempo, estamos a optimizar todo o trabalho das empresas. Obviamente que os empresários só investem numa região que seja apelativa do ponto de vista da dinâmica turística.” “O que fizemos nestes anos foi criar esses patamares para o Turismo do Alentejo e, mais recentemente, do Ribatejo, no sentido de que os empresários sintam – e isto tem sido evidente ao nível do investimento nos últimos anos – que há, de facto, a procura.”


Lisboa

Na Região de Lisboa, Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT-RL), frisa o “enorme potencial e vocação” da região, que contempla cinco áreas protegidas: Sintra/Cascais, Tejo, Arriba Fóssil da Caparica, Arrábida e Sado, e destaca alguma da oferta existente, “desde o mergulho ao Coasteering, do BTT aos percursos pedestres, do Birdwatching às actividades ligadas ao mar como o surf, ou seja um mundo de experiências muito vasto, impossível de vivenciar em qualquer outro lugar”. Só na Região de Lisboa existem 660 empresas de animação turística, “sendo que não existe nenhum dos 18 municípios da Região de Lisboa que não tenha empresas com actividades, ofertas e serviços directamente ligados ao Turismo de Aventura”, refere Vítor Costa, segundo o qual “o Turismo de Aventura e as ofertas de Natureza são parte importante da comunicação da Região de Lisboa como destino”. “Directamente ligado às empresas, e em particular às empresas da Arrábida e do Arco do Tejo, temos a funcionar um sistema de apoio à comercialização e à venda das ofertas prestadas por estas empresas. Apoio este, totalmente vocacionado para a venda, que complementa outros apoios às empresas, nomeadamente os apoios constantes do Portugal 2020”, esclarece.

ecuador-774618 (600 x 337)Centro

Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal (TCP), começa por dizer que existem, em Portugal, “3315 registos no Registo Nacional de Agentes de Animação Turística”, sendo que na região pela qual responde estão registadas cerca de 507, 15,3% da oferta. “Além da promoção das empresas nos diversos suportes de comunicação da TCP, temos disponível, em permanência, um serviço de apoio aos investidores que, nesta matéria, além da explicação do enquadramento legal para o acesso à actividade e da informação sobre os sistemas de incentivos que podem ser usados pelas empresas para criarem ou desenvolverem os seus negócios, inclui o preenchimento do formulário de registo no RNAAT sempre que solicitado pelos clientes.” Só em 2015, este serviço registou 216 atendimentos neste âmbito.

“Se analisarmos as variáveis estatísticas estudadas pelo INE, neste caso recorrendo a dados de 2015, a região Centro representa 9,3% das dormidas do País; apresenta uma estada média de 1,74 dias (contra 2,81 dias de média nacional); as empresas de hotelaria da região Centro tiveram taxas de ocupação-cama de 32,6% ( face aos 46,1% de média nacional); e exibe um RevPar de 19,5 euros, cerca de metade da média nacional, com cerca de 37,8 euros”, indica Pedro Machado, defendendo que estes números “mostram-nos a importância da animação turística para a região e a urgência na aposta na diversificação de actividades, na sua articulação em rede com os empreendimentos turísticos, como forma de promover o aumento da permanência de turistas no território, no reforço da sua satisfação durante a sua estadia e, consequentemente, na geração de valor acrescentado para as empresas do setor e para as economias locais”.

Porto e Norte de Portugal

“A região Norte tem uma condição ímpar no contexto europeu quanto à oferta de Turismo de Natureza/ Turismo Activo, pela diversidade de paisagens, habitats, fauna e flora. A paisagem muda, a natureza muda, a cultura muda, a gastronomia muda, a tradição muda”, considera Melchior Moreira, presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, E.R., acrescentando que “dificilmente se encontrará um destino com uma oferta tão completa e diversificada, com três qualidades reconhecidas a nível europeu enquanto destinos”: ambiental, “pelos territórios protegidos e/ou classificados (Parque Nacional, Parques Naturais, Paisagens Protegidas, Geoparques, Espaços da Rede NATURA 2000)”; agroalimentar, pela coincidência dos referidos territórios “com áreas de produção de vários produtos agroalimentares de qualidade reconhecida pela União Europeia (DOP, IGP, ETG, etc.)”; e turística, “pelo reconhecimento dessas áreas protegidas e/ou classificadas pelo EUROPARC Federação Europeia de Parques Nacionais e Naturais com a CETS enquanto destinos que estão a trabalhar em prol de um desenvolvimento turístico sustentável baseado no produto estratégico Turismo de Natureza”.

Na região, existem seis territórios com CETS [diploma atribuído pela EUROPARC aos espaços protegidos e/ou classificados que implementam a metodologia CETS, que trabalhem com as entidades, os empresários e a população local na construção de uma estratégia de desenvolvimento turístico sustentável a cinco anos e respectivo plano de acção com vista a promover o desenvolvimento do turismo de uma forma sustentável]: o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho, o Parque Natural do Douro Internacional, as Montanhas Mágicas e o Alto Minho. Segundo Melchior Moreira, “explorar de forma sustentável esta abundância de recursos naturais representa um grande desafio para a Região como um todo e para as empresas de Turismo Activo/ Aventura em particular”, sendo que este “é diferenciador, num mercado global cada vez mais competitivo, em que a autenticidade e força das experiências é determinante na escolha dos potenciais clientes”.

“Há, hoje, uma perspectiva mais clara de todas as entidades envolvidas no sector turístico no que respeita à importância e ao papel que cabe às empresas de animação turística em geral e, assim, também às de Turismo Activo/ Aventura, no grande desafio da Região Norte que é aumentar a estada média dos Turistas na Região”, afirma e acrescenta que este sector das empresas de animação turística “tem acompanhado o crescimento da procura de Turismo em geral na Região Norte e tem vindo a consolidar a sua oferta com a estruturação de oferta turística cada vez mais especializada”. Estas empresas “estão a dar um contributo importante para ajudar a aumentar a estada média dos turistas na Região através da criação de actividades que transformem a estada em experiências memoráveis”. Além do apoio individual que a entidade presta a cada profissional, o Porto e Norte de Portugal desenvolveu “com os seus parceiros uma Estratégia Regional ambiciosa para o Turismo Natureza da Região Norte – O Norte Natural”, sendo que a “estratégia de cada CETS contém uma componente regional comum aos territórios e uma componente territorial específica a cada um deles, priorizando a acção a nível de cada destino, sem nunca perder de vista o objectivo final: uma oferta única e articulada do Turismo de Natureza na região Norte”. Por fim, o responsável indica que a estratégia “representa verdadeiramente um desafio, um compromisso colectivo e um investimento a curto/ médio e longo prazo de todas as partes envolvidas, inclusive das empresas de animação turística/ Turismo Activo que se agruparam através da figura de uma cooperativa de empresas do sector do Turismo Activo/ Natureza, a TNCOOP – Norte Natural” e que todas as partes envolvidas “acreditam que a aposta deve ser no sentido de construir uma oferta cada vez mais diferenciadora e com escala para poder ser promovida nos mercados internacionais e cada vez com mais eficácia”.


travel-1233762 (1440 x 960)Açores

Nos Açores, Vítor Fraga, secretário Regional do Turismo e Transportes, conta que “a diversidade e versatilidade das paisagens do arquipélago, que, no conjunto de mar e terra, resultam em cenários naturais únicos, com um enorme potencial turístico, levaram a que o desenvolvimento do turismo se orientasse e se identificasse prioritariamente como um destino de Turismo de Natureza, que, por sua vez, incentivou a criação de produtos de cariz ambiental que tiram partido da excelência dos nossos recursos naturais”. Porém, afirma que, “em termos de imagem, ambicionamos posicionarmo-nos como um destino onde se podem viver grandes experiências e grandes aventuras, pelo que o Turismo de Natureza/Aventura é, sem dúvida, o produto central e o mais bem consolidado dos Açores actualmente, com uma oferta diversificada de produtos que podem ser praticados durante todo o ano, desde os passeios a pé, Geoturismo, Whale Watching, Canyoning, entre muitos outros, que, gradualmente, têm vindo a aumentar a sua atractividade perante os mercados emissores e, dentro destes, perante nichos de mercado especialmente interessados neste tipo de turismo”.

Para este crescimento têm contribuído, também, a organização de “grandes eventos”, como, por exemplo, o Azores Ultra Trail Run, o Red Bull Cliff Diving, o Encontro Internacional de Canyoning, o Formula Windsurfing World Championship, o Azores Airlines PRO em Surf, o VISSLA ISA World Junior Surfing Championship, o Azores MTB World Marathon Series, entre outros. O governante refere que, fruto do investimento público ao nível da estruturação e diversificação da oferta de animação turística e da criação de produtos que tornam o os Açores mais “apetecíveis”, o número de empresas de animação turística terrestre e marítima tem vindo a aumentar, existindo, actualmente, um total 273”, o que significa que a oferta mais que triplicou em seis anos. Vítor Fraga estima “que o aumento dos fluxos turísticos que tem vindo a verificar-se tenha um impacto bastante significativo no negócio, tendo em conta as novas oportunidades decorrentes, acima de tudo, do novo modelo de acessibilidades aéreas”.

A Região tem em vigor o Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial (COMPETIR+), que dispõe de sete sub-sistemas, dos quais o Subsistema de Incentivos para o Fomento da Base Económica de Exportação, que constitui uma das medidas de incentivos financeiros dirigidos ao sector do Turismo, para o período 2014-2020, “com o objectivo de reforçar a competitividade deste sector, capacidade de penetração em novos mercados e a internacionalização das empresas Regionais”. Este subsistema pressupõe o apoio a projectos de investimento superiores a 15 mil euros “que visem actividades de animação turística, (…) e sejam reconhecidas de interesse para o desenvolvimento e consolidação da oferta turística Regional”; e “despesas com acções e eventos de promoção turística a desenvolver por empresas do sector do turismo desde que superiores ou iguais a cinco mil euros”. Vítor Fraga conclui que as “empresas de Turismo de Aventura, desde que sejam detidas maioritariamente por jovens empreendedores, (…) e sejam reconhecidas de interesse para o desenvolvimento e consolidação da oferta turística regional, poderão ainda ser apoiadas através do Subsistema de Incentivos para o Empreendedorismo Qualificado e Criativo”.

2 (1)PORTO BRIDGE CLIMB ABRE PONTE DA ARRÁBIDA AO PÚBLICO
Escalar e andar a pé numa ponte pode parecer cena de um filme. Mas não é. Pelo contrário, é uma realidade no Porto, mais concretamente na Ponte da Arrábida, que liga a cidade Invicta e Vila Nova de Gaia, onde a recém-criada Porto Bridge Climb deu início, no dia 24 de Junho, a visitas guiadas ao arco, “um local icónico com vistas surpreendentes sobre o Porto”, que abre ao público pela primeira vez desde 1963. O dia para começar estas visitas foi escolhido a rigor: o dia de São João e “da habitual regata que passa sob a Ponte da Arrábida”, explica ao Publituris Pedro Pardinhas, responsável e guia da Porto Bridge Climb, contando que “a ideia original era reactivar os elevadores da Ponte da Arrábida, mas os enormes custos envolvidos levaram-nos a pensar numa alternativa mais simples, saudável e inovadora”. Surgiram, assim, as visitas guiadas a pé em grupos de até 14 visitantes.

A Porto Bridge Climb quer expandir o portfólio e está a analisar ter “pacotes para pedidos de casamento, fazer visitas dedicadas a engenheiros, realizar eventos de team-building… e até lançar discos; e estamos abertos às ideias dos clientes, pois um local assim vai de certeza inspirar propostas engraçadas”, afirma o responsável, que espera ter 10 mil visitantes no ano de arranque. Em termos de clientes, Pedro Pardinhas aponta como primeiro segmento “as pessoas da região do Porto, que têm uma ligação afectiva com a ponte”. Na época-alta, são esperados turistas nacionais e estrangeiros; e, no resto do ano, “esperamos também receber grupos de empresas e universidades”. Em termos de emissores, “esperamos uma distribuição parecida com a do turismo que chega ao Porto, com predomínio de Espanha, França e Alemanha”. O preço desta pequena aventura é de oito euros no período de pré-abertura, entre 24 de Junho e 8 de Julho. Sobre o apoio de entidades públicas, Pedro Pardinhas indica que “todas as entidades com quem temos contactado (Infra-estruturas de Portugal, Municípios do Porto e V.N.Gaia, Turismo de Portugal) têm contribuído para concretizar uma ideia que, à partida, parecia uma quimera. Estamos gratos a todas”.

22BCICLISTAS PREFEREM ALENTEJO
A Bike Tours Portugal tem como core business viagens de bicicleta, “percorrer o País ou uma região de bicicleta”, conta ao Publituris Ricardo González, tour manager, revelando que o Alentejo é a região mais escolhidas pelos clientes desta empresa de animação turística. Em actividade desde 2010, a Bike Tours Portugal trabalha, essencialmente, um segmento alto de clientes. Este ano, a empresa quer “reestruturar a oferta e criar programas para diferentes tipos de clientes”, conta Ricardo González. Questionado sobre os pontos positivos deste sector, o tour manager da Bike Tours Portugal afirma: “Tudo o que possa imaginar: gastronomia, clima, segurança, paisagens, diversidade, estradas e caminhos, as pessoas, entre outros”. No outro lado da balança, Ricardo González aponta que “ainda há muitas pessoas que preferem França ou Itália”. Já sobre o apoio por parte das entidades publicas, o responsável considera que “há bastantes apoios”. “Dão trabalho, mas se as empresas andarem atentas conseguem ter apoios”, ressalva tour manager da Bike Tours Portugal.

22CALENTEJOBREAK QUER CONSOLIDAR ACTIVIDADES
A Alentejobreak começou a sua actividade em 2008 e, actualmente, são diversos os programas da empresa. A saber: canoagem, SUP, actividades aquáticas – manhãs de barco no Alqueva com pic nic e visita às aldeias ribeirinhas -, Waterski, Wakeboard, canoagem noturna (reserva Dark Sky Alqueva), acções de team building e animação infantil. Embora a oferta seja vasta, a canoagem nocturna e o SUP – Stand Up Paddle são as actividades mais escolhidas pelos clientes que recorrem à Alentejobreak. Sobre o perfil de clientes, a empresa de animação turística refere que a idade situa-se entre os 20 e 50 anos, de ambos os géneros, e que 80% são portugueses e os restantes 20% estrangeiros. Em 2016, a Alentejobreak tem como objectivos consolidar as actividades de SUP e actividades aquáticas.

MISSION IMPOSSIBLE (1)EQUINÓCIO ASSENTA NEGÓCIO NO CORPORATE
Desde 2002 que a Equinócio, Actividade de Tempos Livres, Lda. se foca na organização de Eventos Corporativos, como o Team building, Incentivos Outdoor, Formação Experiencial e outros eventos comemorativos, como sejam, por exemplo, eventos empresariais familiares ou dedicados aos mais novos. Cláudia Caetano, da direcção de comunicação, explica que as actividades mais escolhidas pelos clientes são as que “integram as acções que desenvolvemos no âmbito dos eventos de teambuilding, sendo que uma boa parte é personalizada”. Porém, “se em vez de actividades falarmos dos nossos programas mais vendidos, diria que temos três ‘best sellers’: “Movie Making”, “Mission Impossible” e os “Jogos sem Fronteiras”. Existe, obviamente, a sazonalidade que nos meses de Inverno nos faz vender mais programas ‘indoor’ e no Verão mais programas que incluam água”.
A carteira de clientes da Equinócio é “quase exclusivamente o segmento corporativo, composto por empresas de vários sectores: farmacêutica, banca, seguros, novas tecnologias, alimentar, metalúrgica, editoras, formação”, entre outras. Cláudia Caetano fala sobre a visão da empresa e conta: “Pretendemos ser uma empresa de referência no mercado da Animação Turística, sinónimo de qualidade, flexibilidade e capacidade de resposta personalizada, destacando‐se pela responsabilidade e sentido ético com que conduz os seus negócios junto do mercado, sociedade e colaboradores.” Quanto aos objectivos para 2016, a responsável refere que um deles já foi alcançado, “a certificação”. “Obtivemos o primeiro selo de qualidade emitido pela APECATE (a certificação ficou a cargo da SGS). Este era um objectivo importante para nós, pois temos como base de actuação a qualidade do serviço que prestamos. A certificação veio reforçar que o fazemos e o selo de Qualidade da APECATE é uma forma de melhor o comunicarmos.” Segue-se o objectivo de “reforçar o relacionamento com os nossos parceiros e clientes. E isso é um trabalho contínuo que exige uma capacidade de rápida resposta, flexibilidade, inovação contínua e de seriedade no relacionamento com o cliente” e a “maior captação de clientes internacionais e, nesse sentido, estamos a investir na nossa comunicação com o mercado europeu”. Por fim, “mas, obviamente, não menos importante, aumentar o volume de vendas em cerca de 10% face ao ano anterior. E suspeito que vamos no bom caminho para o conseguirmos”.

LisboaTUK TUK ME AWAY QUER AUMENTAR FACTURAÇÃO EM 25%
Com 90% dos clientes estrangeiros e 10% oriundos do mercado nacionais, os programas mais escolhidos são a Lisboa Tour, que é um circuito pela Lisboa Antiga – monumentos e miradouros; seguindo-se Oeiras, com um passeio pelo Parque dos Poetas, Palácio Marquês de Pombal, Fábrica da Pólvora e Jardim da Cascata (Caxias); o Cristo- Rei; Cascais; Cabo da Roca; Parque das Nações (Oceanário); e Sintra. Sobre os pontos positivos do sector em Portugal, João Costa fala no “aumento do Turismo em Portugal, e, em Lisboa, com crescimentos muito bons”; da “criação pela Câmara de espaços de estacionamento (116 lugares), que, ainda que insuficientes, são já um sinal de apoio e reconhecimento”; que a PSP e a Polícia Municipal “estão mais tolerantes, depois dos lugares de estacionamento criados”; e que os táxis “reconhecerem que não somos uma ameaça, pois praticamos preços acima do que eles apresentam para os mesmos sítios turísticos, pois temos uma animador turístico como condutor”.
No lado negativo, o responsável aponta a “demasiada regulação para esta actividade, com limitações de locais, horários e limitação do exercício de actividade (Ex: Cascais – proibido apanhar qualquer turista na rua. Não autorizaram a nossa empresa a poder ter estacionamentos definidos em Cascais); a fiscalização excessiva (PSP-Divisão Transito e Policia Municipal – Lisboa e Cascais) ; e outras empresas que não Tuk Tuks que tem acesso a horários mais alargados e facilidades de estacionamento e circulação durante todo o dia e noite (Não podemos estar em Lisboa em certos bairros depois das 21 horas – Edital da CML)”. João Costa refere, ainda, que “os táxis podem ir a qualquer lado, sejam a gasóleo ou gasolina ou gás e os autocarros de empresas também”. Questionado sobre se há apoio por parte das entidades públicas, o responsável afirma: “Não há apoio por parte das entidades publicas para pequenas empresas de turismo. Somente as grandes empresas candidatam-se a subsídios estatais e internacionais.”

AçoresPICOS DE AVENTURA VOLTA A APOSTAR NO NORTE DE S.MIGUEL
Os programas da Picos de Aventura dividem-se em duas áreas: mar e terra, sendo que ambos “permitem conhecer os recantos da ilha de São Miguel, envolvendo o cliente numa interacção constante com a natureza, e tudo o que esta representa, bem como a cultura e gastronomia locais”, diz João Rodrigues, presidente do conselho de administração, acrescentando que a empresa caracteriza-se “pela prática de actividades recreativas em espaços naturais com o intuito de promover o lazer e o desporto, numa lógica de respeito e preservação da natureza”.
No mar, a Picos de Aventura destaca-se pelo Whale Watching e Natação com Golfinhos, as actividades que são igualmente mais apreciadas pelos clientes. Em terra, o destaque vai para o Canyoning, Passeios Pedestres, BTT, Canoagem – os três produtos mais escolhidos – , Escalada e Jeep Tours. Criada em 2003, os clientes desta empresa açoriana “são maioritariamente portugueses, alemães, franceses, britânicos, espanhóis e nórdicos. Trabalhamos com todos os perfis de clientes, desde jovens, famílias, ‘backpackers’, amantes dos desportos da aventura, seniores. Essencialmente todos aqueles que gostam de estar em contacto com a Natureza, que é única em São Miguel, sejam estes portugueses ou do mercado internacional”. Este ano, a Picos de Aventura vai “continuar o investimento para aumentar a capacidade e qualidade do serviço nas actividades em que somos referência, nomeadamente o Whale Watching, Natação com Golfinhos e Canyoning”.
“No ano de 2015 iniciámos a operação de actividades de mar na costa norte da ilha de São Miguel, sendo até à data a única empresa de animação turística a operar naquela zona no segmento de Observação de Cetáceos e Natação com Golfinhos. Para 2016, iremos dar continuidade a esta operação e estamos também a trabalhar em produto especializado para o segmento do Grupos e Incentivos”, diz João Rodrigues.

IMG_4143SUP IN RIVER PROMOVE STAND UP PADLE
O Stand Up Paddle é uma actividade recente em Portugal, no entanto, é cada vez mais comum vermos, nos nossos mares e rios, figuras em cima de uma prancha idêntica à do Surf com um remo na mão. Pois é neste conceito que assenta a Sup in River, uma empresa de turismo activo especializada em Stand Up Paddle (SUP), que quis levar a actividade até rios e lagoas do interior do País e que, “tem como principais actividades os passeios de rio ou lagoa, SUP Yoga e SUP Fitness, ATL´s, Team Buildings, despedida de solteira(o)s, eventos, organização de programas turísticos e comercialização de equipamento”.
“Sendo o Stand Up Paddle (SUP) um actividade recente em Portugal, o maior atractivo tem sido os passeios de rio ou lagoa que podem ter uma duração de duas ou três horas e que podem ser feitos por qualquer pessoa e sem experiência anterior, uma vez que a primeira meia hora é focada nos três pontos chave desta actividade – equilíbrio, técnica e concentração”, explica a empresa, indicando que seguem-se os Team buildings, ATL´s e Despedidas de Solteira, “uma vez que conseguimos criar uma dinâmica nova e criativa através do Stand Up Paddle”. “Recentemente, começámos a ter alguma procura pelo SUP Yoga, embora esta mais procurada pelo público feminino, uma vez que está muito na moda a nível internacional e, principalmente, porque ajuda a relaxar e manter a boa forma física, podendo ser praticado ao ar livre ou em piscinas”.
Esta empresa, ao contrário de outras que também oferecem Stand Up Paddle, “especializou-se unicamente nesta actividade e, como tal, está aberta 365 dias por ano, o que levou a uma estratégia assente em dois pilares”: por um lado “trabalhamos o Turismo na chamada época alta, que normalmente se situa entre Julho e meados de Setembro e onde podemos apontar 70% de turistas nacionais e os restantes 30% estrangeiros”. Nos restantes meses do ano, “o nosso foco incide unicamente no cliente corporate e institucional como é o caso das câmaras municipais e ou associações que vêm no Stand Up Paddle uma alternativa aos habituais jogos tradicionais ou um sério complemento com outras actividades”. Formada em Março de 2014, a Sup in River quer, este ano, manter a sustentabilidade financeira da empresa, contratar a tempo inteiro um novo funcionário, crescer no segmento de venda de equipamento, fomentar os programas turísticos a nível internacional e angariar novos clientes corporate.

26BTRIPIX AZORES  FOCADA NA PERSONALIZAÇÃO
A Tripix Azores foca a sua oferta na “na personalização de serviços e organização de pacotes de atividades em grupos reduzidos”, nomeadamente “a subida à montanha / vulcão do Pico – com as opções diurna, noturna e pernoita; tours nas ilhas do Pico, Faial e São Jorge; tours temáticos na Ilha do Pico como o Wine Tour e o tour das Lagoas Secretas & Tubo de Lava; e trekking nas ilhas do Pico, Faial e São Jorge”, começa por dizer Matteo Carosi Cordeiro.
O responsável indica que o principal mercado desta empresa é o norte-americano, turistas entre os “30 a 60 anos de idade, que normalmente viaja em casal”. As principais actividades escolhidas pelos clientes da Tripix Azores são as subidas à Montanha do Pico, a Wine Tour e Pico Day Tour eo tour das Lagoas Secretas & Tubo de Lava. “A abertura de actividade foi em Janeiro 2015, mas o início operativo somente em Junho desse mesmo ano. Durante este período, passámos pelo normal processo burocrático de registo enquanto empresa de Animação Turística”, explica Matteo Carosi Cordeiro, revelando que os objectivos para este ano passam pelo “crescimento da Tripix Azores com um forte posicionamento no mercado local e foco no serviço diferenciado pela personalização, autenticidade e qualidade, sempre estando engajados nas causas ambientais visando promover uma maior consciência das comunidades locais e visitantes para a preservação e respeito do meio ambiente dos Açores”.

26CVERTENTE NATURAL QUER CRESCER NO MERCADO EXTERNO
A Vertente Natural está no mercado desde 2004 e incorpora diversas actividade nos eu portfólio, como sejam a canoagem, Coasteering, observação de golfinhos, caminhadas, espeleologia e team building, sendo as duas primeiras as preferidas entre os clientes. Os principais segmentos de trabalho de clientes com que a Vertente Natural trabalha são os praticantes de Turismo Ativo/ Turismo de Natureza e o Empresarial/Team Building, revela José Saleiro, indicando que, em 2016, esta empresa de animação turística quer “consolidar, crescer no mercado externo e aumentar os níveis de qualidade dos serviços prestado quer no campo quer no apoio ao cliente/operador”. Sobre o sector e o País, João Saleiro considera que “os pequenos poderes, em vez de ajudarem a desenvolver investidores e investimentos, complicam e tornam muitas vezes desesperante e desmotivador querer andar para a frente”. Sobre o apoio de entidades publica, os responsávei diz que estes existem, “no que toca às suas administrações e poder políticos”. “Quando se chega aos serviços muitas vezes esses apoios diluem-se em dificuldades e contrariedades. Existe muito pouco espirito de entreajuda em Portugal, metade quer andar para a frente e outra metade prega rasteiras e emperra”, defende.

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Evolution Cascais-Estoril | Créditos: DR

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Savills aponta para aumento do volume de investimento em hotéis europeus face a 2023

O mais recente estudo da Savills prevê que os volumes de investimento em hotéis europeus este ano ultrapassem “significativamente” os números de 2023.

Em nota de imprensa referente ao Savills European Investor Sentiment Survey 2024, a consultora imobiliária internacional afirma que “Espanha ultrapassou o Reino Unido em 2022 para se tornar no maior mercado de investimento hoteleiro da Europa”. No entanto, “o Reino Unido recuperou a sua posição no ano passado, registando 2,62 mil milhões de euros em transações hoteleiras, ligeiramente acima dos 2,61 mil milhões de euros anotados em Espanha”.

A consultora explica que “este facto foi impulsionado por um aumento acentuado da atividade no Reino Unido no último trimestre, ajudado por uma redução dos custos dos empréstimos e, assim, pela melhoria do sentimento dos investidores”. Com mais de mil milhões de euros de ativos hoteleiros do Reino Unido já transacionados este ano, a expetativa agora é a de que os volumes totais do corrente ano ultrapassem os níveis de 2023.

“No segundo semestre de 2023, a atividade de investimento mostrou sinais promissores de recuperação, assinalados por aumentos trimestrais consecutivos. Os volumes regionais aumentaram 20% em relação ao trimestre anterior durante o terceiro trimestre, um desenvolvimento assinalável, dado que o terceiro trimestre é tradicionalmente marcado por uma atividade moderada. Esta dinâmica continuou com volumes mais fortes no primeiro trimestre de 2024 em vários mercados-chave da região”, refere Richard Dawes, diretor da equipa hotéis para região EMEA na Savills.

O Savills European Investor Sentiment Survey 2024 mostra também uma tendência entre os investidores para aumentar o seu capital alocado ao segmento hoteleiro nos próximos três anos. Neste período, os inquiridos esperam investir cerca de dez mil milhões de euros, visando em particular os Serviced Apartments, os Lifestyle Hotels e os Mid-Market Hotels.

Charlie Bottomley, director, Savills Capital Advisors, Debt Advisory, afirma: “Os mercados de dívida desempenharão um papel importante na definição do panorama de investimento da hotelaria europeia em 2024. Navegar corretamente no ambiente de dívida apresentará oportunidades para aqueles que conseguirem adaptar a sua abordagem e, à medida que o sector continua a ajustar-se, a monitorização cuidadosa e a tomada de decisões estratégicas serão essenciais para o crescimento sustentado e para a rentabilidade em 2024.”

No caso português, em 2023 o segmento hoteleiro liderou a tabela de investimento imobiliário, registando sensivelmente mais de 570 milhões de euros de volume de investimento imobiliário, com 83% do capital de origem internacional.

“Em Portugal, nos próximos dois anos, deverão abrir mais de 80 novas unidades hoteleiras, que resultarão numa oferta total superior a 7.900 camas espalhadas por todo o país e promovidas por marcas internacionais de peso. Este ano, prevê-se que o segmento hoteleiro mantenha o dinamismo, assente num excelente desempenho operacional, que manterá o país na rota de investidores e marcas hoteleiras internacionais”, afirma Luís Clara, Capital Markets Associate da Savills Portugal.

Numa nota final, Marie Hickey, diretora de pesquisa na Savills, aponta que “com a procura em vários mercados hoteleiros europeus ainda em modo de recuperação, continua a existir um apoio significativo a um maior crescimento da ocupação, o que irá sustentar as taxas e ajudar a impulsionar as receitas. Embora os compradores privados e proprietários/operadores tenham sido particularmente ativos em 2023 – e continuarão a sê-lo este ano –, também esperamos que o capital privado de média capitalização e as instituições recuperem em 2024, apoiados pelo apelo relativo do setor de hospitalidade, fortes fundamentos de procura, desempenho operacional e a pressão para implantar capital.

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Indicadores

Volume de negócios no setor das viagens e turismo caiu 14,9%

A GlobalData, empresa especializada em dados e análises, dá conta de que no primeiro trimestre de 2024 o setor das viagens e turismo registou uma descida no número de negócios celebrados face ao período homólogo. Se as maiores descidas foram verificadas na América do Norte e na Europa, o volume de negócios na região da Ásia-Pacífico permaneceu praticamente estável.

Durante o primeiro trimestre de 2024 o setor das viagens e turismo registou 165 negócios a nível mundial, entre fusões e aquisições, private equity (PE) e negócios de financiamento de risco. Este valor representa uma queda de 14,9% face ao primeiro trimestre de 2023, altura em que se registaram 194 negócios, de acordo com a GlobalData, empresa especializada em dados e análises.

“A descida do número negócios na América do Norte e na Europa, que coletivamente representaram cerca de dois terços do número total de negócios anunciados globalmente durante o primeiro trimestre de 2024, impulsionou o declínio geral no volume de negócios”, refere Aurojyoti Bose, analista líder da GlobalData, em nota de imprensa.

Enquanto na América do Norte a descida do número de negócios foi de 26,2%, a Europa registou um declínio de 12,3% neste indicador durante o primeiro trimestre de 2024, em comparação com o primeiro trimestre de 2023.

As regiões da América do Sul e Central, bem como do Médio Oriente e África, também verificaram uma descida no volume de negócios durante o primeiro trimestre de 2024. Por outro lado, o volume de negócios na região da Ásia-Pacífico permaneceu praticamente estável.

Vários mercados-chave em todas as regiões mundiais registaram uma atividade de transações moderada, como foi o caso dos Estados Unidos da América, que registou uma descida de 21,7% no primeiro trimestre de 2024 face ao período homólogo, Reino Unido (descida de 30%), China (66,7%), França (27,3%) e Japão (28,6%).

Uma análise do banco de dados de negócios da GlobalData revelou que o volume de negócios para fusões e aquisições, bem como negócios de financiamento de risco, diminuiu 14,2% e 29,2%, respetivamente, durante o primeiro trimestre de 2024 em comparação com o primeiro trimestre de 2023, enquanto o número de negócios de private equity registou “algumas melhorias”.

Em comunicado, a Global Data ressalva que os dados podem sofrer alterações, caso algumas transações sejam acrescentadas a meses anteriores devido a um atraso na divulgação de informações no domínio público.

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Destinos

Macau facilita entrada de portugueses com passagem automática na fronteira

Macau vai facilitar, a partir de sexta-feira, 19 de abril, a entrada de visitantes portugueses no território, com o alargamento da passagem automática fronteiriça a quem for titular de um passaporte de Portugal, anunciaram as autoridades.

Com o objetivo de “elevar a experiência de passagem fronteiriça dos visitantes estrangeiros” e torná-la “mais conveniente e eficiente”, a PSP vai permitir que “visitantes estrangeiros titulares de passaporte português e de passaporte de Singapura entrem ou saiam de Macau através dos canais de passagem automática”, lê-se num comunicado da corporação.

Nacionais portugueses, com idade igual ou superior a 11 anos de idade, devem efetuar o registo para poderem utilizar os canais nos postos fronteiriços, acrescenta-se na nota da PSP.

As pessoas que efetuam o registo devem ter o passaporte com pelo menos 90 dias de validade, e quem tiver menos de 17 anos deve fazer-se acompanhar pelos pais ou tutor.

Após a inclusão de portugueses e singapurianos na lista de destinatários, o Governo “continuará a alargar” a lista, para “promover ativamente a facilitação da circulação de pessoas” e “contribuir para o novo desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, referiram as autoridades.

Este ano assinala-se o quinto aniversário da Área da Grande Baía, uma das três principais estratégias do líder chinês, Xi Jinping, para a integração regional.

O projeto abrange as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong, através da criação de um mercado único e da crescente conectividade.

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Transportes

easyJet corta voos para Israel até outubro

Dado o atual clima de instabilidade e insegurança no Médio Oriente, a easyJet decidiu cancelar os voos até outubro deste ano.

A easyJet suspendeu os voos para Telavive (Israel) durante os próximos seis meses na sequência do recente ataque com mísseis e drones do Irão contra Israel.

A companhia aérea informou que suspenderá os voos até 27 de outubro, dada a “situação em Israel”, depois de ter retomado recentemente os voos para Telavive, na sequência do ataque do Hamas a Israel no ano passado, que desencadeou uma guerra na Faixa de Gaza.

A companhia informa que os clientes com reservas para voar nesta rota até esta data estão a receber opções que incluem um reembolso total.

“Em resultado da contínua evolução da situação em Israel, a easyJet tomou a decisão de suspender os seus voos para Telavive durante o resto da época de verão, até 27 de outubro”, refere a companhia que operava cerca de quatro voos por semana para Telavive.

Várias companhias aéreas suspenderam os voos para Israel e outras partes do Médio Oriente na sequência dos recentes acontecimentos, outras reencaminharam os voos para evitar o espaço aéreo israelita ou iraniano, o que pode aumentar o tempo dos voos.

A 27 de outubro, a easyJet lançará a sua nova operação de inverno, altura em que reavaliará a situação do mercado israelita.

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Hotelaria

W Algarve tem novo diretor-geral

Com uma vasta experiência internacional em cadeias de luxo, Christian Humbert assume a direção do primeiro hotel da marca W em Portugal.

Dois anos depois de ter aberto portas, o W Algarve tem um novo General Manager. Christian Humbert deixa a Ásia, onde esteve nos últimos 18 anos, para assumir a direção do primeiro hotel da marca W em Portugal.

Com uma carreira na hotelaria de luxo com mais de 20 anos, Christian trabalhou como diretor de Vendas e Marketing nos The St. Regis Beijing e The St. Regis Bali Resort. Também como diretor de Vendas e Marketing, fez parte da equipa de abertura do W Retreat – Koh, onde também atuou como diretor do hotel durante cinco meses. Aprofundou depois a sua experiência de pré-abertura de hotéis como diretor do hotel e diretor-geral do W Bangkok.

Depois disso, Christian Humbert foi promovido a diretor-geral do Le Meridien Bangkok, em 2014, para dois anos mais tarde, regressar à China para abrir o W Shanghai – The Bund. Foi responsável pela pré-abertura e pelo posicionamento do hotel no cenário do luxury lifestyle.

Assumiu posteriormente o cargo de diretor-geral no The Ritz-Carlton Shanghai, Pudong. Num mercado altamente competitivo, Christian apresentou e excedeu os resultados financeiros ano após ano.

Em comunicado, a marca refere que “o estilo de liderança de Christian Humbert, que motiva os colaboradores a proporcionar experiências de luxo excecionais aos seus hóspedes, em combinação com a sua sólida experiência operacional, contribui para elevados níveis de retorno”.

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Turismo

Nações Unidas discutem papel do turismo para o desenvolvimento sustentável

O papel do turismo no desenvolvimento sustentável foi o tema central da recente Assembleia-Geral das Nações Unidas. No evento, além do foco dado à importância do setor para as sociedades e economias, houve também uma chamada de atenção para o consumo insustentável e como este está a provocar a perda de biodiversidade.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas realizou, recentemente, um segundo evento temático centrado no turismo e no papel fundamental do setor no desenvolvimento sustentável e na resiliência.

Organizado pelo presidente da Assembleia-Geral em colaboração com o Turismo da ONU (UN Tourism), o evento teve lugar na sede da ONU no âmbito da Semana da Sustentabilidade. A presença de Estados Membros, Observadores, organizações da sociedade civil e agências da ONU refletiu um crescente compromisso coletivo para aproveitar o poder transformador do turismo para o desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Dirigindo-se à Assembleia-Geral, o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, destacou a “importância crescente do setor do turismo para as nossas sociedades e economias acarreta uma responsabilidade acrescida. Não podemos permitir que a tábua de salvação do turismo seja novamente cortada. A resiliência no setor do turismo não é apenas uma questão de planeamento ou de reação a crises. Trata-se também de abordar de forma proactiva os factores subjacentes a essas crises”.

Pololikashvili salientou ainda que “o consumo insustentável está a provocar a perda de biodiversidade, as alterações climáticas e o aparecimento de pandemias”. Por isso, considerou que “é vital que adotemos políticas que acelerem a mudança transformadora”.

Já o presidente da Assembleia-Geral da ONU, Dennis Francis, reconheceu que “precisamos de um setor de turismo global que seja sustentável – um setor com cadeias de valor locais profundas que expandam a procura de produtos e serviços feitos localmente de forma a beneficiar direta e positivamente as comunidades locais; um setor que sirva como uma força positiva para a conservação da biodiversidade, proteção do património e meios de subsistência amigos do clima”.

Plataforma de partilha
O evento temático proporcionou também uma plataforma para os Estados-Membros partilharem as melhores práticas, estratégias e abordagens inovadoras para promover o turismo sustentável e resiliente, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os principais destaques incluíram o “Fireside Chat: O Futuro do Turismo” onde os líderes da indústria do turismo, do meio académico e da sociedade civil participaram numa discussão dinâmica sobre o futuro do turismo e a necessidade de soluções inovadoras para enfrentar os desafios e oportunidades emergentes.

Nas Mesas redondas ministeriais foram realizadas discussões sobre o lançamento do Quadro Estatístico para Medir a Sustentabilidade do Turismo e estratégias para promover um turismo resiliente face aos desafios globais. Ministros e funcionários de alto nível partilharam ideias e compromissos para promover práticas e políticas de turismo sustentável.

Recorde-se que a Assembleia-Geral da ONU adotou uma resolução para declarar 2027 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável e Resiliente. A resolução convida o Turismo da ONU a trabalhar com governos, agências da ONU e organizações internacionais para a implementação do ano temático.

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Destinos

Quinta de S. Sebastião abre portas ao Enoturismo

Localizada a apenas 20 minutos de Lisboa e com uma história secular, datada de 1755, a Quinta de S. Sebastião acaba de abrir as portas ao Enoturismo.

A Quinta de S. Sebastião, nome conhecido no mundo dos vinhos e reconhecido em mais de 50 países, acaba de abrir as suas portas ao Enoturismo. Situada nas paisagens da Arruda dos Vinhos, a apenas 20 minutos de Lisboa, a Quinta de S. Sebastião passa a oferecer experiências no coração da região vitivinícola de Lisboa, com os visitantes a terem a oportunidade de mergulhar na tradição vitivinícola portuguesa, explorando os vinhedos pitorescos através de passeios de jipe, a pé ou a cavalo, podendo degustar uma seleção de vinhos.

Além das visitas guiadas, os visitantes poderão desfrutar de experiências personalizadas de degustação, harmonizações de vinhos e petiscos regionais, proporcionando uma imersão completa na cultura local.

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Destinos

Solférias esclarece desaconselhamento de viagens para o Egito

À luz da conjuntura geopolítica do Médio Oriente, a Solférias esclareceu em nota de imprensa que apenas a Península do Sinai, na zona norte do Egito, mostra fortes condicionantes de circulação por questões de segurança, algo que garante não ocorrer nas zonas balneares.

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A Solférias esclareceu esta quarta-feira, através de comunicado enviado para as redações, que de acordo com a informação atualizada no Portal das Comunidades Portuguesas a 14 de abril as viagens para o Egito não são desaconselhadas, dependendo das regiões.

Como refere em nota de imprensa, “as recomendações relativamente ao Egito prendem-se essencialmente com a circulação na Península do Sinai, zona norte do país, em particular na zona fronteiriça com Israel e a Faixa de Gaza”.

Aponta ainda que a “península mencionada é muitíssimo distante das zonas balneares, ficando a cerca de 900 quilómetros de Hurghada, por exemplo”.

Numa nota final, a Solférias indica que as “recomendações do Governo português são já prévias ao conflito existente agora na região de Israel”.

“Não podemos deixar de relembrar que estamos, como sempre, atentos e a acompanhar o desenrolar da situação e de salientar que há, aliás, um conselho específico no Portal das Comunidades para que as viagens turísticas sejam efetuadas através de operadores turísticos credíveis”, afirma o operador turístico.

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Meeting Industry

Tiger Team reclama infraestruturas de raiz para servir o MICE

João Moita, Managing Partner da Tiger Team, reclama infraestruturas de raiz em Lisboa para servir o segmento onde a empresa se posiciona, o MICE, designadamente um centro de congressos, hotéis de grandes dimensões e um parque de diversões, sem falar da falta de decisão sobre um novo aeroporto. De resto, diz que Portugal tem boa reputação no panorama internacional para este segmento.

Com mais de 30 anos nesta área do MICE, João Moita deixou a administração da Citur em dezembro de 2019, e desde janeiro de 2023 que é Managing Partner da Tiger Team, empresa formalizada em setembro de 2022 e composta por alguns dos ex-funcionários da Citur. “Já fez um ano e está a correr bem”, disse em entrevista que concedeu ao Publituris, explicando que se trata de um DMC puro que “se dedica ao turismo recetivo – grupos de incentivos, congressos e eventos corporativos e culturais, mas também ao outgoing, mas para grupos, e no segmento do Meeting Industry (MI).

“É uma lufada de ar fresco no mercado” sublinhou João Moita, que deu ainda a conhecer melhor a empresa que dirige. “Temos os eventos, os incentivos, as conferências, os grupos de especial interesse, e é esse mercado que trabalhamos. Temos escritórios em Lisboa e no Porto e somos todos profissionais devidamente reconhecidos e conceituados no mercado”. Um nicho que funciona praticamente o ano inteiro, e cuja sazonalidade não tem nada a ver com o segmento de lazer.

Esclareceu ainda que “continuamos na nossa luta lá fora à procura de novos mercados, que as pessoas realizem os seus grupos, os seus eventos e lançamentos de produtos em Portugal, bem como também temos uma divisão que é liderada pelo Rui Martins e que se dedica essencialmente aos grupos de incentivos para fora”, até porque, “com a nossa expertise também podemos realizar grandes eventos e grandes grupos lá fora e, nomeadamente, para empresas do mercado nacional, e tem sido uma receita que tem corrido bastante bem”.

Fácil de pronunciar nos mercados internacionais
A Tiger é uma empresa portuguesa, só de capital nacional, e a designação vem de Travel, Incentives, and Great Experiences, um nome que, segundo João Miota “é fácil de pronunciar nos mercados internacionais, porque continuamos a trabalhar não só os mercados de expressão portuguesa como o brasileiro, mas também temos os nossos mercados tradicionais como a Alemanha, a Inglaterra, França, um pouco de Itália, a Escandinávia, a Holanda que também vai fazendo uns pedidos e, portanto, estando no mercado global é bom ter um nome internacional, fácil de pronunciar e de decorar”.

A empresa, com pouco mais de um ano de existência ainda tem pouca história para contar, mas o facto da sua equipa ser muito experiente nestes segmentos, conhece bem os desafios que se colocam na área do MICE em Portugal. Diríamos até, os velhos desafios, uma vez que, nos últimos anos, muito pouco foi feito ao nível das infraestruturas que permitam que Portugal seja mais competitivo.

“A nossa ideia foi especializarmos numa área que já não é assim tanto nicho para o país, pese embora o facto de faltarem ainda algumas infraestruturas, particularmente neste nosso setor”, apontou o Managing Partner da Tiger Team, realçando que “queremos posicionarmos no mercado de grande qualidade, aliás, os incentivos que temos feito, alguns de grandes dimensões, são de muito bons clientes e de grandes brands internacionais e as pessoas buscam de facto qualidade, mas Portugal continua a ter algumas carências a nível das infraestruturas de apoio para este tipo de segmento, que qualifica bastante o destino. As autoridades deviam dar-lhe um pouco mais de atenção, porque pode também ajudar a que os participantes que veem, e são de qualidade, possam depois recomendar o destino ou virem inclusivamente com as suas famílias no segmento lazer”.

A nossa vantagem é que, mesmo sendo um país pequeno, temos uma multiplicidade de oferta muito pouco comum e inigualável em termos mundiais, porque oferecemos um bocadinho de tudo, mas não somos melhores em nada, tanto no continente como nas ilhas, esta é que é a realidade

A competição continua forte e a aumentar
João Moita reconhece que é uma história antiga, e neste momento, para além de termos como pano de fundo muitas incertezas, muitos problemas e guerras, “estamos num mercado global onde a competição, não só por turistas em lazer, mas por este segmento, continua a aumentar.

Defende que “o mercado está saturado, e precisávamos, para além das estratégias de marketing inovadoras que têm ocorrido, de dar atenção às infraestruturas. Continuo a dizer que não temos, em Lisboa, um centro de congressos de raiz, continuamos a não hotéis de grandes dimensões no país, ou seja, acima de mil quartos que, para este segmento é importantíssimo porque cada vez que há um movimento das 2, 3, 4, ou 5 mil pessoas são necessários 20 ou 30 hotéis o que é muito complicado em termos de logística e não nos tornamos tão competitivos no mercado global”.

E não só: “Outra coisa que nos faz imensa falta, e que existe um pouco por todo o mundo, é um parque temático onde se possa combinar lazer, reuniões, espetáculo, uma infraestrutura que há investidores dispostos a fazê-la e não se consegue, porque não encaixam nos PDM das câmaras municipais, ou porque não há vontade política”. O facto, avançou João Moita, “é que temos alguma dificuldade quando um grupo nos pede um local para se divertir, já não falo de uma Feira Popular, mesmo uma coisa mais pequena, e estou a lembrar, por exemplo, do Tivoli Park em Copenhaga, ou seja, mesmo cidades do norte da Europa, que não têm o nosso clima, oferecem este tipo de infraestruturas, e nós não”.

O responsável lembra que isso podia servir também para criar novos polos de atração e descentralizar um pouco os fluxos nos grandes centros urbanos. Salienta que Portugal tem potencialidades ímpares, nomeadamente condições naturais e do gosto em receber, mas a infraestrutura de apoio também faz falta e, com isto “ia chegar ao aeroporto, o principal do país que nos está a limitar brutalmente”.

João Moita considera que “no meu segmento, alguns dos grupos chegam ou saem em voos charters, mas voltamos à questão, há a alternativa de os levar para Beja, mas o ir buscá-los ou levá-los para além de caro é contraproducente do ponto de vista da proposta e da oferta porque, a nossa concorrência não está só em Portugal, mas em outros destinos, alguns emergentes, nomeadamente no leste da Europa que nos fazem grande competição e que são bastante aguerridos e flexíveis para captar este tipo de eventos”.

Na sua opinião “devia-se resolver a questão do novo aeroporto o quanto antes. Claro que o aeroporto de Lisboa é uma mais-valia, e dentro da nossa situação mais periférica relativamente à Europa, é uma vantagem termos o aeroporto no centro da cidade, porque o ponto a ponto torna-se muito mais rápido e conseguimos, se não forem norte-americanos, brasileiros ou de fora do espaço Schengen, coloca-los com relativa rapidez no destino ou nos hotéis, o que encurta a distância. Para além de ele estar saturado, de não haver slots e das companhias aéreas terem muita dificuldade no parque de charters, temos também o problema das horas de espera no controlo de passaportes que não ajuda muito a nossa reputação”, apontou o Managing Partner da Tiger Team ao longo da entrevista.

Delivery superior à expectativa do cliente
Face a essas dificuldades, que argumentos apresenta uma empresa como a Tiger Team para continuar a trazer para o nosso país grandes grupos de congressos, eventos e incentivos do estrangeiro? João Moita explica que “voltamos sempre à nossa segurança e ao nosso espírito de fazer. Portugal continua a ter um delivery superior à expectativa do cliente. Temos um hardware fantástico e se o tempo estiver bom as coisas correm muitíssimo bem. Temos segurança, a simpatia dos portugueses, os serviços não falham, as coisas são feitas a tempo e horas, os programas são bem elaborados e são consentâneos com aquilo que foi proposto”. No entanto, avançou que “há carências e falhas, nomeadamente quando apontamos para o segmento e mercado de luxo, há muita coisa que ainda faz falta e que destinos nossos concorrentes oferecem”.

“Não temos infraestrutura ou capacidade para tanta gente que nos visita e acho que era muito importante descentralizarmos um pouco dos grandes centros urbanos e criarmos polos de atração, nomeadamente no interior do país”, sugere.

Há carências e falhas, nomeadamente quando apontamos para o segmento e mercado de luxo, há muita coisa que ainda faz falta e que destinos nossos concorrentes oferecem

A Tiger Team concentra mais a sua atividade em Lisboa e no Porto, aliás onde possui escritórios, para, assim, poder acompanhar os seus clientes mais de perto. No entanto, numa altura em que se fala muito em sustentabilidade e em que os clientes, nomeadamente, as empresas querem realizar os seus eventos de uma forma cada vez mais sustentável e onde impera a natureza, “o interior do país pode ter uma palavra a dizer criando condições, e aí poderíamos fazer algo de interessante, mas mesmo assim tentamos fazer algumas coisas, dependendo da dimensão dos grupos”.

Olhar mais para o interior do país
No interior de Portugal, nomeadamente, na região do Alentejo, a empresa tenta sempre levar os seus grupos para mostrar a natureza, as artes ancestrais, desde o fabrico que queijo aos vinhos, e sua gastronomia “que é única”, bem como o artesanato, a arte chocalheira e o cante, que “correm muito bem”, frisou.

João Moita considera que “todas as nossas regiões se têm reinventado e feito um esforço para mostrar o seu potencial, a especificidade e o único que têm, mas precisamos de ver a montante, ou seja, o que pode ser feito para a captação de grandes eventos”.

Os clientes da Tiger Team, mesmo quando veem a trabalho, querem espairecer e conhecer o destino ao fim de dois ou três dias enfiados em salas de reuniões. Neste caso “é muito popular os grupos querem viver alguma experiência nas opcionais, como irem fazer uma aula de surf, aulas de yoga, e muitos escolhem tudo o que tem a ver com o ambiente e ar livre, muito mais do que uma visita panorâmica à cidade dentro de um autocarro. Aí vamos dando resposta porque temos esse hardware e o software aparece”, salientou.

João Moita recordou que Lisboa, por exemplo, recebe a Web Summit, mas com espaços adaptados porque não tem um centro de congressos de dimensão e criado de raiz, nem um aeroporto capaz de dar resposta à procura, bem como um parque hoteleiro de grandes dimensões. Reconhece que temos uma excelente oferta em termos de boutique hotéis e que tudo de novo que tem aparecido são unidades de grande qualidade, mas de pequena dimensão. “Um hotel vocacionado para o segmento onde atuamos, infelizmente, continua a não existir” acentuou, acrescentando que “a nossa vantagem é que, mesmo sendo um país pequeno, temos uma multiplicidade de oferta muito pouco comum e inigualável em termos mundiais, porque oferecemos um bocadinho de tudo, mas não somos melhores em nada, tanto no continente como nas ilhas, esta é que é a realidade”.

Setor quer ser mais ouvido
Assim, “acho que o turismo deve ser pensado de um modo diferente e, nós que andamos no dia-a-dia lá fora a bater portas e a tentar convencer os clientes internacionais a realizar os seus eventos em Portugal, devíamos ser mais ouvidos porque, sabemos o que o cliente procura e almeja e, por vezes, não há essa visão global do país”, salientou.

E continuou: “Não sei se isso se prende com razões políticas ou com falta de atenção por parte das entidades governativas”. O que João Moita reconhece é que Nuno Fazenda fez um bom trabalho, mas enquanto secretário de Estado do Turismo “se calhar estava limitado na ação”. Por isso, “pelo que o turismo já vale no PIB nacional, porque não termos um Ministério forte para definir, regular, pensar e fazer um esforço para juntar as várias entidades, para que o turismo seja mais desenvolvido, mais sustentado, haja uma atenção por todos os polos e todas as tipologias de negócio, e o que nos interessa mais”, questionou.

O objetivo da Tiger é continuar a crescer como uma empresa sólida e inovadora, quer nos conteúdos programáticos, quer nas propostas que apresentamos, bem como continuar a prestigiar Portugal e o destino

Selecionar os clientes pelo tipo de negócio
Por outro lado, o gestor da Tiger Team confidencia que “Portugal já se pode dar ao luxo de selecionar os clientes não só pelo preço, mas pelo tipo de negócio. Estrategicamente temos de pensar com alguma antecedência o que vamos fazer no futuro porque, estamos a esgotar a capacidade do país com estes quase 30 milhões que nos visitam. Já não temos infraestruturas para receber mais, mas temos território, temos país, pessoas interessadas, bons profissionais, então porque não descentralizar, puxar pelo interior, sair do litoral e das grandes cidades, e tentar que os grandes investidores e com os fundos que estão disponíveis, o façam”.

Neste caso, volta a afirmar que “se calhar precisamos de um ministro do turismo que esteja sentado no Conselho de Ministros para sensibilizar os seus pares e para estarmos de igual para igual com as outras atividades económicas, que são todas importantes”.

A Tiger Team tem colaborado com o departamento do Turismo de Portugal que se dedica à captação de congressos e eventos para Portugal. João Moita reconhece a total disponibilidade de Joaquim Pires que dirige o departamento. “A ajuda que nos dá é essencial e importantíssima”, mas considera que o próprio Turismo de Portugal precisava de mais meios financeiros para a captação de alguns eventos “que são difíceis e disputados num campo internacional muito forte, porque, alguns países são muito ativos nesta área”.

Para além do apoio financeiro que esta entidade tem dado às empresas que atuam na área do MICE “tem feito um bom caminho de abertura de portas. Com a equipa que tem e as ferramentas que possui, há um trabalho desenvolvido e que pode ser melhorado”.

A concorrência não é só em Portugal. O nosso entrevistado destaca que “temos de olhar para a nossa competição com outros destinos, e muitos deles emergentes, no centro da Europa, com infraestruturas excelentes e aeroportos funcionais. Estamos num mercado global e não é fácil porque, essa competição continua sempre a aumentar”. Assim, “temos que nos destacar e superar esses desafios, apostando na diferenciação”, até porque, conforme disse João Moita “temos uma capacidade inventiva fora do comum, adaptando algumas infraestruturas para algumas situações”.

Fabricar e depois destruir
O responsável contou-nos que tem em mãos um dossier de um evento para 2000 mil pessoas. “É sempre complicado, mas não digo que não se consiga fazer, mas sai muito caro, por tudo o que obriga em termos de licenciamento, logística, de construir infraestruturas, nomeadamente, usar tendas, e o cliente fica um pouco de pé atrás e pensa que será que vamos conseguir fazer o que está na proposta. Depois é tudo o que se gasta em audiovisuais, decoração, passadeira vermelha, ou seja, tudo tem de ser fabricado para o momento e destruído no final. É um desperdício de recursos e não podemos continuar com situações adaptáveis. Assim não somos competitivos”, reclama.

Boa reputação no panorama internacional
Apesar de tudo “Portugal tem uma boa reputação no panorama internacional, é visto como um bom destino”, e garantiu que “enquanto houver profissionais, vamos continuar sempre a inovar e a fazer cada vez melhor”, até porque “o objetivo da Tiger é continuar a crescer como uma empresa sólida e inovadora, quer nos conteúdos programáticos, quer nas propostas que apresentamos, bem como continuar a prestigiar Portugal e o destino”. Na parte da organização de eventos a aposta “é levarmos a nossa expertise e o nosso savoir faire para outros destinos, o que temos conseguido com bastante sucesso”, realçou João Moita.

E concluiu referindo-se à empresa que dirige: “Não queremos este mundo e o outro, não queremos ser os maiores, mas sem diferentes, visando a satisfação dos nossos clientes, que saiam daqui apaixonados por Portugal e queiram voltar”.

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Alojamento

ALEP passa a integrar o novo Conselho Diretivo da CTP

A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) passou a integrar o novo Conselho Diretivo da Confederação do Turismo Português (CTP).

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Conhecidos os resultados das eleições para a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) passou a integrar o novo Conselho Diretivo da Confederação do Turismo Português, depois de Eduardo Miranda, presidente da ALEP, ter sido eleito para fazer parte da nova direção.

Em comunicado, a ALEP vê esta nomeação como “um importante marco na representação do setor do Alojamento Local a nível nacional, esperando contribuir ativamente para o desenvolvimento e fortalecimento do Turismo, promovendo uma maior integração do setor do Alojamento Local no panorama turístico português”.

“A integração da ALEP no Conselho Diretivo da CTP é um reconhecimento do papel vital que o Alojamento Local desempenha no setor do turismo em Portugal”, afirma Eduardo Miranda, presidente da ALEP. “Estamos entusiasmados por poder contribuir ativamente para as discussões sobre o futuro do turismo no nosso país que a CTP tem conduzido.”

A nova direção da CTP estará em funções no período de 2024 a 2027.

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