Malta: À descoberta da micro-pérola do Mediterrâneo
Por Tiago da Cunha Esteves Malta é muito mais do que um destino de praias mediterrânicas de tirar o fôlego. Se é fã de praias de areia a perder de vista, a ilha poderá até causar alguma desilusão, já que a maioria das praias são rochosas e pequenas. Agora, que as há, há. E são… Continue reading Malta: À descoberta da micro-pérola do Mediterrâneo
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Por Tiago da Cunha Esteves
Malta é muito mais do que um destino de praias mediterrânicas de tirar o fôlego. Se é fã de praias de areia a perder de vista, a ilha poderá até causar alguma desilusão, já que a maioria das praias são rochosas e pequenas. Agora, que as há, há. E são inesquecíveis. Mas já lá vamos…
Esta viagem começa mesmo pela capital do país – La Valletta – também conhecida por ser uma das capitais europeias do Barroco e Património Mundial da UNESCO. Qualquer visitante rapidamente se aperceberá de que a cidade fortificada, plantada na península Sceberras, nada tem a ver com o resto da ilha. Distinta, sumptuosa, repleta de palácios e igrejas que gritam História, a capital ostenta imponentes fachadas que escondem peças de arte únicas. De acordo com a UNESCO, Valletta é uma das áreas históricas do mundo com mais património por m2 e isso rapidamente se percebe.
De ruas estreitas e íngremes, a fazer lembrar a tão amada Lisboa dos lusitanos, Valletta distingue-se também pelos seus jardins à beira-mar plantados, onde não faltam miradouros e pequenos quiosques. É o caso dos jardins Upper Barracca Gardens, onde consta até uma homenagem pública aos portugueses, que ajudaram os malteses a livrar-se do domínio dos turcos, em 1551. Vá ao quiosque, peça um café ou um copo de vinho e dirija-se ao miradouro, um dos mais bonitos da ilha, com vista para o majestoso Mediterrâneo e monumentos como o Forte de São Ângelo.
Embora magnífica, a capital é pequena, não estivéssemos nós num dos países mais pequenos do mundo. Se tiver com pressa, um dia é suficiente para percorrer a cidade de uma ponta à outra, mas não deixe de visitar monumentos como o Teatro Manoel, por exemplo. É o segundo teatro mais antigo da Europa ainda activo e foi mandado construir pelo português Manoel de Vilhena, em 1731, na altura Grão-Mestre da Ordem de Malta. Ao entrar, percebe-se uma vez mais a influência arquitectónica do Barroco na capital. Se não quiser fazer um pequeno tour pelo seu interior (de segunda à sexta), pare no seu café adjacente e peça o bolo de chocolate. Com sorte, estará alguém a tocar piano!
A CIDADE DO SILÊNCIO
Não interessa se vai a Malta três dias ou uma semana. O que não pode mesmo perder é uma visita à sua antiga capital, Mdina, também conhecida pela cidade do silêncio. Mais uma vez, estamos dentro de uma cidade muralhada e localizada no topo de uma colina. Aqui, ao contrário do rebuliço de Valletta, o visitante poderá encontrar algo que é realmente difícil encontrar em toda a ilha: silêncio. Também Mdina é composta por ruas estreitas onde não faltam palácios e, uma vez mais, faustosas igrejas. Afinal de contas, não nos podemos esquecer de que estamos num país onde há 362 igrejas e capelas (quase uma por ano!), considerado um dos mais católicos da Europa.
Em parte Medieval e Barroca, Mdina conserva em si algumas das casas (habitadas) mais ricas do país. Respira-se luxo e tranquilidade. É o caso do Xara Palace Hotel, um dos poucos cinco estrelas da ilha e, de longe, o mais luxuoso de todos. Integrado na cadeia Relais & Châteaux, trata-se de um palácio Barroco do século XVII, cujas melhores suites têm uma vista panorâmica inesquecível.
O hotel fica também a caminho do café-boutique Fontanella, que tem os melhores bolos à fatia de Malta. Ao entrarmos, deparamo-nos com um jardim colorido onde poderá sentar-se e deliciar-se com o vasto menu. Mas o melhor mesmo é subir ao primeiro andar, não esquecendo que está no topo de uma colina, onde não faltam vistas soberbas. Depois, o difícil vai ser mesmo escolher o tipo de bolo… Prove todos aqueles que conseguir e peça uma garrafa de vinho maltês. Depois, a vista. E não vai existir nada mais do que aquela vista.
VISITE “AS IRMÃS”
Ficou a pensar nas praias? Se quiser de areia, terá de rumar a norte, para a Golden Bay ou Mellieha. Mas as melhores estão mesmo nas ilhas irmãs de Malta – Comino e Gozo. Há mesmo quem diga que o paraíso mora em Comino. Trata-se da mais pequena de todas e não é habitada, devido à sua pequena dimensão. É daqueles sítios que se visitam num dia, de barco. Quando começar a avistar um rochedo entre Malta e Gozo, prepare-se. Devido às suas condições naturais e hidrográficas, Comino possui as águas mais cristalinas e transparentes da ilha. Acredite – é mesmo como se estivesse numa piscina enorme onde encontrar o que quer que seja lá no fundo é “peanuts”. Depois de se cansar de nadar na Lagoa Azul, siga para terra e suba à torre Saint Mary. Ao longo de Malta, vai reparar em dezenas de torres de vigia estrategicamente posicionadas em colinas e vales, mas esta é especial. Quando lá chegar, vai perceber porquê. Nunca haverá palavras suficientes para explicar o porquê. Para Gozo terá de reservar muito mais do que um dia. Pode parecer difícil, mas são abismais as diferenças entre Gozo e Malta, apesar de estarem à distância de uma viagem de ferry que demora 25 minutos. É quase como sair da agitada Lisboa e chegar ao Alentejo pacato e profundo – as gentes são diferentes, a comida é diferente, as praias são diferentes (e bem melhores!). Se puder, opte por ficar numa “farmhouse”, o tipo de alojamento mais tradicional e encantador de Gozo – uma espécie de casa rústica em pedra onde não falta espaço, jardim e piscina (quase sempre). É em Gozo que os malteses têm as suas “casas de campo”, para onde vão durante os fins-de-semana descarregar o stress acumulado nos dias de trabalho, e percebe-se porquê. Igualmente histórica e religiosa, estamos numa ilha mais campestre e menos vaidosa, onde escasseiam as imponentes fachadas (à excepção das igrejas) e abunda a natureza.
Quando chegar às praias de Ramla e San Blas, vai perceber a diferença entre Gozo e a ilha-mãe. Sim, Malta é muito mais do que um destino de praias mediterrânicas de tirar o fôlego. Sem elas, contudo, jamais seria o mesmo.
O QUE FAZER? NÓS DIZEMOS-LHE ONDE IR!
Compras?
Sliema. É a zona mais exclusiva e pretensiosa de Malta, onde estão localizadas as marcas de renome e as melhores lojas do país.
Praias?
Se estiver em Malta, siga para Norte, onde poderá encontrar as melhores praias de areia (Golden Bay e Mellieah). Se estiver em Gozo, é só escolher… Estão por toda a parte!
Trekking e caminhadas?
Dingli Cliffs. O ponto mais alto de Malta é muito procurado pelos amantes da natureza e actividades desportivas.
Mergulho?
Comino. Na verdade, qualquer ponto da ilha é bom para a prática de mergulho, mas de acordo com os especialistas essa pequena ilha é o melhor sítio. Quando lá chegar, rapidamente vai perceber porquê!
Sair à noite? Paceville. É o “hub” da vida nocturna de Malta, concentrando a maior parte dos pubs, bares e discotecas da ilha. Se preferir algo mais tranquilo e selectivo, opte por Valletta, mais concretamente a Straight Street, onde estão os melhores bares da cidade.
* ex-jornalista e residente em Malta há três anos