As ondas do Atlântico banham Belém: a mais bela e histórica frente fluvial europeia.
Turiscópio por Humberto Ferreira.
Humberto Ferreira
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Lamento a Câmara de Lisboa não ter formalizado o PARQUE DO ATLÂNTICO (ou dos Oceanos), valorizando 50 atracções náutico-culturais e comemorando a descoberta portuguesa das principais rotas oceânicas. Belém reúne em poucos quilómetros quadrados um dos mais brilhantes pólos náutico-culturais europeus.
A faixa banhada pelo Tejo na capital estende-se do Parque das Nações a leste ao futuro Parque do Atlântico a oeste. Em BELÉM observa-se a entrada e saída de navios num dos grandes portos mundiais, e admira-se um impressionante acervo patrimonial e três animados centros náuticos.
Fernando Medina, edil da capital, chumbou a Estratégia Cultural de Belém-Ajuda, da autoria de António Lamas, ex-presidente do CCB – Centro Cultural de Belém e da Estrutura para a Gestão Cultural e Turística da zona –, depois dos óptimos resultados que obteve em Sintra com a parceria Parques de Sintra Monte da Lua, onde palácios e parques foram visitados em 2014 por mais de dois milhões de turistas. O presidente da CML rejeitou o modelo e queixou-se a João Soares, ex-ministro da Cultura, que optou por eliminar a missão, isolando cada museu, palácio e centro cultural, para se focar em récitas, concertos e exposições no CCB!
INTEGRAÇÃO – Sendo o turismo transversal à sociedade, o meu plano é ambicioso. Desde 2012 que sugiro aproximar cerca de 50 focos de interesse histórico-cultural, tradicional, inovador, e de diversão desportiva e artística, atendendo a que cada turista procura gente amigável e competente que lhe facilite boas visitas, transporte, refeições, alojamentos, e curiosidades. Não me revi na estrutura criada por Lamas no CCB. Preferia uma PPP para reorganizar e dinamizar os acervos patrimonial, cultural, desportivo e turístico, integrando os Ministérios da Cultura e Economia, Secretaria de Estado do Turismo, CML, Administração do Porto de Lisboa, Associação de Turismo de Lisboa e empresas promotoras de turismo receptivo local. Dado o valor de Belém nas Descobertas, pesca de bacalhau na Terra Nova, e vitórias lusas de troféus internacionais por campeões aéreos e náuticos ali treinados, a cultura e náutica são inseparáveis. Foram escassos os efeitos aos textos no Publiturís em 2012-2014 sobre a valorização de Belém, mas a polémica actual vai cativar apoios para uma solução próxima da minha.
MIX-TURÍSTICO – Tive a ideia em Sagres, outro local pouco aproveitado para projectar o esplendor da nossa epopeia marítima, pelo que sugiro instalar lá um Centro de Documentação Náutica para estudantes algarvios e externos, tornando a lendária Escola de Sagres tangível a milhares de jovens estrangeiros que visitam a Fortaleza e perguntam pela Escola. Ainda aguardo andamento a esta ideia. Eis a minha anterior sugestão, revista para Belém atrair mais turistas ao seu incomparável mix náutico-cultural-turístico.
PATRIMÓNIO – Destaco 27: PALÁCIOS: da Ajuda; e Belém (este aberto poucas vezes por ano); MOSTEIROS: Jerónimos e Senhora do Bom Sucesso; IGREJAS: Santa Maria de Belém, São Francisco Xavier (Restelo), Senhora da Ajuda, Capela Real do Palácio da Ajuda, Ermida de São Jerónimo (Restelo), e do Convento do Bom Sucesso; MONUMENTOS: Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos (gestão CML), e Forte do Bom Sucesso (Associação 25 de Abril); MUSEUS: Marinha; Arte Popular; Coches; Presidência da República; Arqueologia; Etnologia; Electricidade (incluindo o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, a abrir no terceiro trimestre de 2016); Centro Cultural de Belém (com a Colecção de Arte Contemporânea de Joe Berardo); e Planetário Gulbenkian; e JARDINS: Botânico da Ajuda; Tropical; de Afonso Albuquerque; e recinto da Torre de Belém.
NÁUTICA – Destaco 15 pólos: MARINAS nas antigas docas de Belém, Bom Sucesso, e Pedrouços; SEDES: Federação de Vela, Associação Nacional de Cruzeiros, Associação Regional de Vela do Centro; Associação Naval de Lisboa (desde 1856 o mais antigo clube náutico ibérico); Sport Algés e Dáfundo; Sportivo de Pedrouços; Clube Náutico de Lisboa; e escolas de vela instaladas nos antigos pavilhões da Exposição do Mundo Português em 1940; Zonas técnicas de manutenção e lazer, para tripulações internacionais; Pilotos da barra de Lisboa e Unidade de Regulação Marítima e Portuária (ex-IPTM).
CURIOSIDADES – Destaco oito: Fundação Champalimaud; Passeio Marítimo de Algés para festivais de música; Jardim fronteiro à Torre de Belém com a estátua do avião da primeira travessia aérea do Atlântico Sul; Recinto da antiga benção à frota do bacalhau (eventos ao ar livre); Estação Fluvial de Belém (ferries para Trafaria e Porto Brandão); Estação Ferroviária da Linha do Estoril (não temos condições nem a geologia local permitiria reconstruir a linha subterrânea, como há quem deseje); ESPELHO DE ÁGUA (restaurante); e Estádio do Restelo (futebol com vista para o Tejo).
HOTELARIA E RESTAURAÇÃO – Boa selecção de hotéis e restaurantes; Antiga CASA DOS PASTÉIS DE BELÉM (desde 1837); Esplanadas e lojas entre a margem do Tejo e artérias residenciais nas encostas de Algés, Restelo, Pedrouços, Belém e Ajuda. Meta: mais de 50 atracções cooperantes na promoção da incomparável zona monumental de Lisboa.