Novo Grupo Savoy Hotels and Resorts olha para oportunidades no continente
Adquirido recentemente pelo Grupo AFA, a conhecida marca hoteleira madeirense está concentrada na construção do emblemático Hotel Savoy. Bruno Freitas, administrador e CEO do grupo, avança,
em entrevista, que o grupo precisa ter uma presença em Portugal continental para fortalecer a sua imagem como grupo hoteleiro.
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A 10 de Dezembro de 2015, o Grupo AFA, do empresário Avelino Faria que já detinha o Calheta Beach Hotel e, mais recentemente, o Saccharum Hotel Resort & Spa, adquiriu o Grupo Siet-Savoy, que contava no seu portfólio com o Savoy Gardens, Royal Savoy e, por construir, o Hotel Savoy.
Este último será o grande foco do grupo madeirense e da marca hoteleira Savoy Hotels & Resorts, cuja construção teve início em Janeiro deste ano e que deverá estar concluída em finais de 2018. Um investimento superior a 100 milhões de euros. Em entrevista ao Publituris, Bruno Freitas, administrador e CEO da Savoy Hotels & Resorts, explica que o nome definitivo da unidade ainda não está definido. Com um projecto de cinco estrelas e 390 unidades de alojamento, o Hotel Savoy vai apresentar-se como uma unidade moderna, mantendo a traça clássica e tradicional da hotelaria madeirense. “Será uma unidade que vai beber um pouco à anterior que era muito direcionada a um cliente de luxo, de gama alta, também muito preparada e vocacionada para receber grupos e alguns incentivos”, explica. A aposta em experiências será também um dos objectivos previstos no projecto do hotel, que irá dispor de uma área de spa “relativamente grande, que irá proporcionar lazer e um conjunto de serviços aos turistas que nos visitem nesta nova unidade hoteleira”. Por decidir está ainda se o spa vai ser de gestão própria, com apoio de empresas especializadas na área, ou se de gestão externa por uma marca reconhecida na área.
Bruno Freitas explica que este é “um projecto estruturante para a economia da região, quer do ponto de vista social quer do ponto de vista turístico. é sem dúvida uma unidade hoteleira que era referência histórica do turismo regional”. Questionado sobre as contestações que têm sido levantadas em torno do projecto, o responsável considera que “se tivéssemos tido a oportunidade de fazer este investimento lá fora não iriamos derramar resultados no ambiente da economia regional, fizemo-lo”. O mesmo acrescenta ainda que “retomar este projecto e a coragem de fazer um investimento desta envergadura na região, poder garantir postos de trabalho e garantir às famílias a continuidade e a sustentabilidade das mesmas aqui na região sem que haja a necessidade das pessoas migrarem para outros países à procura de trabalho, deixa-nos obviamente esperançados neste projecto e à vontade quanto à execução do mesmo”.
Uniformidade da marca
As novidades não se ficam por aqui, já que o grupo vai adoptar a marca Savoy Hotels & Resorts às actuais unidades. “Vamos assumir a marca Savoy e estendê-la a todos os nossos hotéis, nomeadamente os hotéis que temos na Calheta e também no nosso plano de expansão e investimento passar a assinar e a assumir a marca Savoy como um grupo hoteleiro”, indica. Enquanto grupo hoteleiro, explica, “o nosso posicionamento é obviamente prestigiar e dignificar a marca Savoy que sempre teve associada a um turismo de qualidade e a unidades hoteleiras de qualidade e de gama média alta. E é isso que iremos apostar no nosso plano de expansão e investimento enquanto grupo hoteleiro”.
A par do projecto de reconstrução do Hotel Savoy, o Calheta Beach Hotel, com 15 anos, vai ser alvo de obras de remodelação para se adaptar à marca. “No final deste ano de 2016 e depois em Janeiro e Fevereiro de 2017, iremos fechar o hotel para fazer uma remodelação completa dos quartos e das zonas sociais, alargando também um pouco as áreas de lazer e criando uma área de spa maior do que aquela que temos neste momento. Vamos equipar o hotel de forma a que possa dignificar a marca”, esclarece. A unidade hoteleira situada na Calheta vai continuar a ser um hotel de quatro estrelas destinado a famílias, mas vai passar a ser “all inclusive”, “que tem tido uma procura constante naquela zona da ilha”, refere. “É um produto que tem tido boa aceitação por parte das pessoas que nos visitam, nomeadamente, por parte dos operadores, que têm procurado o hotel um pouco nesse regime, o que nos levou a equacionar este investimento de remodelação e preparação, adequação para um regime de ‘all incluive’ naquele hotel”, realça.
Quanto ao Saccharum Hotel Resort & Spa, inaugurado em Abril de 2015, apresenta-se actualmente como quatro estrelas superior, mas é objectivo do grupo pedir a reclassificação para cinco estrelas. Bruno Freitas faz um balanço “extremamente positivo” do primeiro ano da unidade, que terminou com uma ocupação média de 60%.
Quanto ao Savoy Gardens, um dos hotéis referência do operador turístico TUI no Funchal e é ‘adults only’, devido à sua proximidade à praia vai passar a ser um hotel ‘Sensimar’ da TUI. Ou seja, “um hotel privilegiado aqui na região nesse produto da TUI e que irá sofrer pequenos ajustes que decorrem das próprias exigências da TUI e para ser um hotel ‘Sensimar’ em que tem praticamente cerca de 80% de contratação com a TUI, o que garante a boa operacionalidade do mesmo”.
No que refere a novos investimentos, Bruno Freitas refere que “quando se fala em plano de expansão, pensamos que o próximo passo numa nova unidade hoteleira possa passar pelo continente”. “A nossa ambição é sair também da Madeira, de forma cautelosa e segura, como sempre o fizemos enquanto grupo empresarial”, indica, salientando que “estamos com atenção a qualquer oportunidade que possa surgir em Lisboa e também no Porto”.
O responsável evidencia que “temos concentrado o investimento turístico todo aqui na região autónoma da Madeira, é um investimento considerável e alargando um pouco a nossa oferta e para fortalecer um pouco a nossa marca, sentimos que precisamos de sair da Madeira. A marca Savoy precisa de marcar presença em Portugal continental”.
Desafios da Madeira
Bruno Freitas, que já foi anteriormente director regional do Turismo da Madeira, faz uma análise aqueles que são os actuais desafios da Madeira. O profissional considera que o arquipélago está a beneficiar e “a recuperar alguns mercados e operadores turísticos ditos tradicionais desta zona do Atlântico, por força da instabilidade que se faz sentir no Norte de África e Egipto”. É neste sentido que o administrador da Savoy Hotels and Resorts considera que o principal desafio do destino seja a consolidação e a conservação do produto. “Madeira era sobejamente conhecida como um destino turístico de qualidade, onde o produto era cuidado e bem tratado, por força de toda esta dinâmica que se assiste, tem de se ter um cuidado e uma dinâmica em manter e garantir essa qualidade, porque sabemos que quando existe maior procura poderá haver uma tendência das pessoas relaxarem um pouco. E muitas vezes acabamos por descuidar um produto. Esse é o grande desafio que é o não relaxar”, acautela. Bruno Freitas relembra a dependência que a economia da Madeira tem do Turismo, realçando que o destino precisa de turistas para ter uma economia dinâmica. O responsável considera que é importante cuidar do produto turístico, não só ao nível das infra-estruturas, mas também na formação dos quadros técnicos de hotelaria e restauração, “bem como também nos prestadores dos serviços de Turismo. ¶