Springwater Capital quer ser um “grupo turístico diversificado e internacional”
Martin Gruschka, CEO da Springwater Capital, empresa de capital de risco suíça, que adquiriu no final de 2014 a Espírito Santo Viagens, agora Springwater Tourism, explica, em entrevista ao Publituris, quais os objectivos e desafios da empresa em Portugal.
Raquel Relvas Neto
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Martin Gruschka, CEO da Springwater Capital, empresa de capital de risco suíça, que adquiriu no final de 2014 a Espírito Santo Viagens, agora Springwater Tourism, explica, em entrevista ao Publituris, quais os objectivos e desafios da empresa em Portugal.
Como surgiu a oportunidade de investimento da Springwater Capital em Portugal? E porquê Portugal?
A oportunidade surgiu antes do colapso financeiro do Grupo Espírito Santo. No princípio de 2014, tínhamos chegado a acordo com a Royal Caribbean International para adquirir a agência de viagens espanhola Nautalia, Pullmantur Air, o receptivo Pullmantur Land and City Tours e o operador turístico Pullmantur. Pelo que esta operação permitiu-nos expandir internacionalmente o nosso grupo turístico integrado verticalmente.
Portugal é um mercado estratégico para a Springwater Capital no sector turístico. O mercado receptivo está a experienciar um forte crescimento e também espera-se que o emissor cresça nos próximos anos com o crescimento esperado da economia do Sul da Europa.
Como pode o negócio em Portugal fazer sinergias com as empresas espanholas detidas pelo fundo?
O negócio de Portugal apresenta sinergias comerciais, de compras e de serviços gerais com o nosso negócio turístico em Espanha. As sinergias comerciais dão-se principalmente em determinados clientes corporativos. As sinergias nas compras obtêm-se através da renegociação de tarifas com os principais fornecedores internacionais (companhias aéreas, IATA, Galileo…) e com determinados operadores turísticos. O passo seguinte serão as sinergias em serviços gerais, principalmente na área de Tecnologias da Informação.
Quais são os principais desafios que encontra no mercado português?
Os principais reptos do mercado português são: a concorrência com as agências online no segmento de lazer e gerir a desvalorização monetária em países como Angola e Moçambique no segmento corporativo. Para fazer frente ao primeiro repto é necessário contar com uma base de custos que permita oferecer tarifas a preços competitivos e centrarmo-nos na oferta de um serviço diferenciador e personalizado. O segundo repto é mais complexo e depende de factores externos. Não se espera que o Brent retorne a valores históricos no curto prazo, pelo que o problema continuará nos próximos anos.
Recentemente, destacou a intenção de adquirir outra empresa do sector turístico em Portugal. Pode avançar mais detalhes acerca deste assunto e quando prevê estar concluída a aquisição?
Estamos continuamente a analisar novas oportunidade nos nossos mercados e sectores-chave. A nossa intenção é impulsionar o nosso crescimento no sector turístico de forma orgânica e inorgânica. Espera-se que o mercado tenda para a consolidação e contamos com a posição idónea para participar activamente no mesmo. Pelo que no momento não temos um target concreto em Portugal, assim não posso dar-lhe mais detalhes a respeito.
Existe a possibilidade de vender a médio prazo a rede de agências de viagens em Portugal a outra empresa internacional, por exemplo?
Somos um fundo com um perfil de investimento a longo prazo, entre 5 e 7 anos. No caso concreto do nosso grupo turístico, estamos numa etapa de crescimento e expansão, e não em fase de desinvestimento. No entanto, falta muito para consolidar e estamos a desenvolver um plano estratégico para explorar todo o valor que temos no grupo.
Em Outubro do ano passado, completou a aquisição da Geostar. Quais são as metas que tem para esta marca dentro do grupo Springwater Tourism?
A aquisição da Geostar realizou-se porque existiam numerosas sinergias com a Springwater Tourism que tornavam viável a operação. O objectivo para a Geostar é impulsioná-lo, conservando a sua marca e aproveitando as numerosas sinergias existentes com a Springwater Tourism e com o nosso grupo espanhol.
Qual a posição que espera que a Springwater Tourism tenha no mercado?
A Springwater Tourism é actualmente líder do mercado e com a compra da Geostar (top 3) consolidamos a nossa posição na liderança. A posição do grupo é que seja líder indiscutível tanto em vendas como em competitividade de custos, aproveitando as economias de escala e sinergias entre as empresas.
Pretendem ampliar a posição em Angola, onde a Top Atlântico está presente desde alguns anos?
Angola é um mercado estratégico para a Top Atlântico e os seus principais clientes. A nossa intenção é a de mantermo-nos presentes no mercado e tratar de lidar com o problema da desvalorização actual da moeda. O nosso posicionamento actual em Angola fará com que saiamos reforçados da recuperação do país quando os preços do crude aumentarem e o país diminuir a dependência do mesmo.
Tem como objectivo ampliar a presença da Springwater Tourism noutros mercados internacionais?
Além de Angola, estamos presentes também em Moçambique. A nossa visão é a de ser um grupo turístico diversificado e internacional, assim continuaremos a apostar pela expansão internacional de todas as nossas divisões. Consideramos ser fundamental sermos capazes de acompanhar os nossos clientes corporativos nas suas expansões internacionais.