Legislação e limites ao financiamento afectam restauração
De acordo com um estudo da AHRESP, apresentado esta quarta-feira, estes são os principais factores que limitam as empresas deste sector.
Marta Barradas
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Os principais factores que afectam a produtividade das empresas do sector da restauração e hotelaria são a “inconstância legislativa, as mudanças na regulamentação do sector da hotelaria e restauração e as limitações ao financiamento da inovação das empresas”, refere o estudo lançado pela AHRESP esta quarta-feira, intitulado ‘A Produtividade das Empresas da Restauração, Alojamento e Turismo em Portugal’, que foi desenvolvido pela empresa CESTUR e co-financiado pelo Turismo de Portugal.
A mesma investigação revela também que a aposta na inovação de produtos e na qualificação da formação neste sector é fundamental para o desenvolvimento das empresas. No entanto, as conclusões deste relatório indicam que um dos maiores obstáculos à inovação é a limitação ao financiamento e, no caso da formação e qualificação profissional, “evidenciam algumas deficiências estruturais”.
José Sancho Silva, da CESTUR, que apresentava alguns dados sobre o estudo da AHRESP, afirma que em Portugal “o número de empresas em actividade baixou muito em relação à média europeia entre 2008 a 2012” e que, de 2009 a 2013, “Portugal registou uma queda do emprego líquido em 9,6% (mais de 28 mil postos de trabalho)”.
O responsável considera ainda que “houve uma evolução negativa dos principais indicadores macroeconómicos em Portugal, muito devido aos efeitos da recessão económico-financeira mundial, desencadeada no segundo semestre de 2008”.
No âmbito da apresentação do estudo da AHRESP, que teve lugar no Júpiter Hotel Lisboa, João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, destacou que “a produtividade não é mais do que um dos factores que tem sempre estado no centro das preocupações do Turismo de Portugal e este estudo não fica pela análise escrita do que é a produtividade, mas vai sim além de factores que são verdadeiros factores de competitividade (…) sobre problemas estratégicos da real visão empresarial, a importância da tecnologia, da formação, tudo é um factor verdadeiro de sustentação do sucesso destas actividades”.
OE 2016 pretende incentivar a criação de emprego
Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, afirmou que “a restauração e o turismo têm um peso determinante na oferta do valor que o País tem para oferecer – a restauração emprega cerca de 214 mil postos de trabalho, o que contribui para o emprego de uma forma muito positiva”. No entanto, acrescenta, “nos últimos anos, milhares de postos de trabalho na restauração desapareceram, nos últimos anos milhares de empresas na restauração desapareceram.”
Para a governante, que voltou a destacar que “o Turismo é a principal actividade exportadora de Portugal”, “o Orçamento de Estado para 2016 é um instrumento de incentivo à criação de emprego na restauração e hotelaria, que viveu nos últimos anos tempos difíceis e que estou certa de que os empresários os vão utilizar, porque as pessoas são quem faz a diferença no serviço e quem faz a diferença na capacidade de aumento da proposta de valor”.
“Criar condições para que as empresas cresçam, é criar condições para que as empresas produzam riqueza para Portugal e criem emprego”, conclui Ana Mendes Godinho.