Governo cria equipa especializada para captação de congressos e eventos corporativos
A par da captação de novos eventos e congressos para esbater a sazonalidade, Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, anuncia ainda um novo pacote de fiscalidade para o Turismo em 2017.
Raquel Relvas Neto
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Captar congressos e eventos corporativos para Portugal de “forma agressiva” a nível internacional vai ser o objectivo da equipa especializada que a Secretaria de Estado do Turismo vai desenvolver.
Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, no âmbito da abertura do IV Congresso da APECATE, que aconteceu este fim-de-semana, no Montebelo Vista Alegre, em Ílhavo, afirmou que os números do Turismo, onde se destacam também os das empresas de animação turística, “são óptimos”, contudo, ressalvou, “temos muito a fazer e não podemos baixar os braços”.
É com esta intenção de apresentar soluções para aquelas que foram identificadas como “fragilidades sérias” de Portugal no sector turístico que o actual Governo pretende lançar várias medidas, algumas das quais já anunciadas anteriormente. Uma das que se destaca, no que à área de eventos e congressos diz respeito, é a criação de uma equipa especializada para a captação de congressos e eventos corporativos que vai trabalhar “de forma agressiva internacionalmente em adequação com os convention bureau”.
Ao Publituris, a responsável explicou que “no fundo, queremos é ter uma espécie de ponta de lança agressiva, que ajude a posicionar Portugal e a captar congressos, mas trabalhando lá fora de uma forma combativa, para haver uma primeira imagem de força de Portugal para trazer congressos. Neste momento, o Turismo de Portugal já está a trabalhar na solução e estamos, em paralelo, a construir uma plataforma de divulgação da nossa oferta instalada relativamente a sítios com capacidade para receber congressos. Ou seja, vamos disponibilizar online que tipo de equipamentos temos e onde se encontram, associado a isto a disponibilização de um calendário online dos eventos e congressos que vão ser realizados, para que possam planear a sua actividade em função deste”.
Ana Mendes Godinho sublinhou que uma das fragilidades de Portugal é a falta de percepção dos mercados internacionais e a dificuldade que se tem na capacidade de “transmitir para fora a oferta cultural e de animação” que o País tem. “Temos que dar visibilidade ao que temos (…) e captar negócios”, destacou.
“Estamos também, em resultado de um trabalho articulado com as associações do sector, a dar um novo gás ao fundo de captação de congressos que, da avaliação que fazemos, teve pouca adesão. Percebemos que precisa de um novo fôlego para ter aqui alguma capacidade de ser mais utilizado e de responder a problemas de sazonalidade”, exaltou. Ao Publituris, a responsável explicou que ” o que estamos a fazer é redimensioná-lo e tentar definir critérios que permitam criar mecanismos mais apelativos”, ou seja, que incentive “a desconcentração temporal e geográfica dos eventos e dos congressos”. “Que este instrumento sirva para conseguir captar eventos para zonas onde eles normalmente não acontecem e que sirva no combate à sazonalidade”, conclui.
Fiscalidade
A Confederação do Turismo Português, perante a presença da secretária de Estado do Turismo apelou à diminuição do IVA no golfe e nos espectáculos, mas também um “aprofundamento da legislação laboral mais adequado”; e ainda uma maior flexibilidade para a criação de riqueza e de empresas.
Em resposta, a secretária de Estado do Turismo destacou que o Governo está “a trabalhar ao nível da fiscalidade. Como sabem vai ser reposto o IVA na restauração (previsto para Julho deste ano) e, em 2017, vamos desde já começar a trabalhar num pacote de fiscalidade para o Turismo”.
Francisco Calheiros, presidente da CTP, realçou ainda que a transversalidade do Turismo traz-lhe também problemas que não são directamente do sector, indicando que “a maioria dos problemas do Turismo surgem de fora do sector”. No que diz respeito a esta situação, Ana Mendes Godinho adiantou, como exemplo, que já foram encetadas as conversações com o ministro da Cultura, João Soares, e a directora-geral do Património, Paula Silva, de forma a se “desenvolver um programa de utilização do Património para colocá-lo a ser usado de forma fácil pelas pessoas”. A responsável acrescentou que actualmente está a ser realizado o levantamento do património que pode ser colocado “de forma fácil ao uso das pessoas e dos turistas”.
A secretária de Estado do Turismo acrescentou ainda o desenvolvimento que está a ser efectuado ao nível do acesso ao financiamento por parte das empresas, cuja nova versão dos protocolos bancários foi entregue à CTP ainda no dia 29.
Ao nível da formação, concretamente no que à área da animação turística diz respeito, Ana Mendes Godinho indicou que também é necessário no sector “garantir uma ligação entre a oferta formativa e a necessidade da procura”, além de se ter que perceber que “o Turismo é muito mais do que as profissões que estamos habituados”.