Turismo e tecnologia de mãos dadas
Nos dias de hoje, é indiscutível a importância que a tecnologia tem na experiência dos turistas. Seja para contactar a agência de viagens no momento da reserva, para fazer o
check-in do voo, ou na altura de partir à descoberta do destino escolhido, entre muitas outras situações. O Publituris foi saber de que forma Portugal e as empresas turísticas se posicionam neste sector.
Publituris
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Muito se evoluiu na forma como realizar uma viagem e experienciar a mesma. Actualmente, os viajantes valorizam a facilidade com que as novas tecnologias simplificam o processo de viajar. Saber o que os turistas mais apreciam no campo das novas tecnologias, como está actualmente o posicionamento do País neste sector e quais as novidades das empresas para o mercado turístico português foi o mote deste dossier.
“Os clientes não só valorizam as novas tecnologias, como as procuram e precisam delas”, começa por dizer Miguel Ángel Puertas, Acting General Manager da Amadeus Portugal. O responsável considera que são estas que “estão a alterar o padrão de comportamento dos viajantes, as suas necessidades, o que valorizam numa viagem. São as novas tecnologias que possibilitam novos negócios e novas oportunidades”. Do lado ainda da perspectiva do turista, estas também contribuem para tirar um melhor proveito de toda a experiência da viagem: “A conectividade, o acesso à informação, uma experiência de viagem sem stress
Também Pedro Colaço, CEO da GuestCentric, realça que, de facto, “temos acompanhado um viajante cada vez mais conectado, que pesquisa através de diferentes dispositivos, nos mais diversos canais e que quer encontrar o que procura e ter acesso à informação que deseja em apenas um click. Este viajante valoriza as tecnologias que facilitam a procura pelo melhor hotel, os melhores preços e as melhores condições”.
Da perspectiva de Pedro Seabra, CEO da Viatecla, o Turismo “é um dos sectores que mais mudou com a tecnologia e a pressão é contínua via a tecnologia, por isso é fundamental que as empresas entendam e valorizem o que a tecnologia lhes proporciona”.
Exemplo português
O progresso realizado pelas empresas portuguesas e, por conseguinte, pelo País, tem sido notório. Em várias áreas, Portugal está na vanguarda da apresentação de soluções tecnológicas. Resultado disso é a vinda, já no próximo ano, do WebSummit. Pedro Colaço destaca que “a vinda de eventos focados em tecnologia para Portugal, como o WebSummit, mostra que o nosso mercado está a amadurecer e que temos profissionais e produtos tão bons ou melhores do que o que é feito em qualquer parte do mundo”.
A opinião de que Portugal está já num patamar “altamente competitivo” no que às novas tecnologias diz respeito, é unânime. Deste ponto de vista, Carlos Miguel Soares, CEO da ITBase/Wareguest, acrescenta ainda que, “quando falamos de tecnologia, uma vez que há uma evolução não só constante como bastante acelerada, há sempre espaço para se fazer mais e melhor”.
Por sua vez, Miguel Ángel Puertas explica que “a adopção de novas tecnologias varia muito de cultura para cultura e da tecnologia em si”. Por exemplo, esclarece, “o número de dispositivos móveis per capita em Portugal e mesmo de acesso à internet nos mesmos é muito elevado. Em contrapartida, no que se refere aos pagamentos online ou e-commerce ainda tem muito espaço para crescer, mesmo na compra de viagens online”. Neste sentido, considera que o sector turístico português já “é muito competitivo”, explicando que já existe tecnologia disponível, mas “acredito que será ainda mais competitivo no futuro. É um sector com muita vontade de inovar e de crescer”.
Para Pedro Seabra, no que às novas tecnologias diz respeito, o sector turístico em Portugal já se encontra “bastante competitivo em relação aos outros países da Europa, sendo até um exemplo a seguir por outros países”.
Considerando que a competitividade é difícil avaliar quando se fala de tecnologia, Luís Ferrinho CEO da Omnibees, refere que, no que diz respeito à distribuição da oferta hoteleira para o operador turístico tradicional, “ainda existe muito para evoluir”. Ao contrário do que já acontece com as OTAs, que se encontram já num patamar competitivo, o responsável da Omnibees repara que neste segmento específico da distribuição “ainda observamos plataformas e formas de trabalhar muito dependentes de modelos tradicionais e diversas plataformas tecnológicas de ambos os lados (hotel ou operador turístico) apresentam dificuldade, por exemplo, na gestão de tarifas dinâmicas, bem como em se adaptar aos modelos de negócios, processos internos e especificidades de cada mercado”.
Na opinião de Tiago Duarte, partner da Softconcept, ainda há muito para fazer ao nível das novas tecnologias no País, particularmente no que ao acesso à internet gratuita diz respeito: “Vejo lá fora muito maior acessibilidade ao Wifi”
Mas de que forma as empresas portuguesas têm respondido às exigências do mercado turístico? Para o responsável da ITBase/Wareguest, as empresas do sector têm procurado “responder com mais e melhor tecnologia, que se adapte às necessidades dos clientes, apresentando coisas novas e melhorando a oferta”, criando assim, indica, “também uma competitividade saudável que permite a todos crescer com os desafios de um sector que adota soluções de base tecnológica cada vez mais rápido”.
De facto, “os sectores das TI e do Turismo estão cada vez mais de mãos dadas, não há volta a dar”, como sublinha Luís Ferrinho, da Omnibees. “O mercado das tecnologias está a responder a estas solicitações e temos observado uma explosão de soluções no mercado, o que é positivo. Contudo, os hoteleiros devem ser cautelosos e avaliar bem as diferentes soluções do mercado antes da aquisição. É fundamental para o hoteleiro, perante a diversidade, analisar cuidadosamente as necessidades do hotel versus as soluções disponíveis”, alerta.
No sector hoteleiro, Pedro Colaço indica que a GuestCentric tem acompanhado investimentos constantes na melhoria das ferramentas e dos serviços oferecidos aos hoteleiros, “algo muito positivo, tanto para o mercado português, que se mantém na vanguarda, quanto para os hoteleiros, que têm acesso ao que há de mais moderno no mercado”.
Para o responsável da Amadeus Portugal, o sector está “atento às alterações e novas exigências dos viajantes e procura cada vez mais dar resposta às necessidades dos viajantes”. Miguel Ángel Puertas realça que “esta vontade e preocupação é transversal e nós, na Amadeus, temos registado uma procura exponencial pelas nossas soluções mais inovadoras, desde o mobile, ao corporate, passando pelo online e pelo business intelligence. A nossa percepção é que o sector não só está a acompanhar, como procura ativamente antecipar estas tendências”.
Tiago Duarte acredita que o futuro passa pelo atendimento mais personalizado, “no sentido de dar ao cliente exactamente o que ele pretende, sem que tenhamos que oferecer tudo. Fazendo isto ao mesmo tempo que baixamos o custo de operação automatizando processos ao mesmo tempo que se aumenta a qualidade do trabalho efectuado”.
Pedro Seabra, da Viatecla, explica que existe, em Portugal, “um problema de dimensão de mercado que limita por vezes os investimentos nestas áreas, no entanto, no que diz respeito à oferta temos o que de melhor se faz no mundo”. ¶