Afirmar Turismo Desportivo, Cultural, Natural, de Bem-estar e Saúde
Lei a opinião de Humberto Ferreira, colaborado do Publituris, na edição 1299 do jornal.
Humberto Ferreira
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No anterior Turiscópio avancei sugestões para se definir e valorizar o melhor de Portugal no Turismo e no Mar. Duas áreas em que averbamos vantagens competitivas, curiosamente mais notórias no Turismo do que no Mar.
Com menos navios, o mar fica entregue à concorrência, apesar da esperança de, em 2016, por meio da extensão da plataforma continental, virmos a gerir um espaço oceânico 40 vezes superior à superfície continental e insular.
A oito semanas das eleições e a sete semanas do Dia Mundial do Turismo, comento várias opções propostas e a irrelevância de 27 de Setembro como DMT.
COLIGAÇÃO – Da parte da coligação temos para 2016-2019 um rol de desejos expressos em 148 páginas de «oxalás», sujeitando o crescimento da economia e emprego ao pagamento abreviado da insustentável dívida. Uns gozaram as verbas, e outros pagam.
CONFIANÇA – Coligação e o maior partido da oposição apostam na conquista da confiança de novos eleitores, empresários, jovens licenciados, ou habilitados com profissões técnicas em crescimento, mesmo sem comprovar as opções propostas com experiências em países como a Suécia.
Mas não li uma tentativa para se debater o futuro do Euro nem da Europa, apesar das versões: A para países industrializados, e B para países agrícolas, vinícolas, e turísticos. A pesca já nem pesa na balança lusa, mas creio que os eleitores desejariam saber mais sobre as opções da Europa, Grécia, Portugal, e Bruxelas. Neste caso como moderar a trágica invasão marítima de refugiados da Síria, Curdistão, Palestina, Magrebe, e Sub-Saara, definida por Cameron como uma praga, quando parte da Europa, poderá dentro de décadas ser tutelada por uma maioria islâmica?
A PRODUTIVIDADE – mede-se pelas vendas e facturação, apesar de outros apostarem na baixa de salários e subida de impostos. O êxito das exportações depende da qualidade, criatividade, e imagem das marcas portuguesas. Áreas em que a própria Europa precisa evoluir, pois o Oriente lidera há décadas o liberalizado comércio mundial.
«NEW DEAL» – Os intermináveis desencontros entre a Grécia e o Eurogrupo em 2015, orientados pelo eixo Berlim-Paris, afectam países com insuficientes recursos e exigem uma reorganização semelhante aos países de crescimento sustentado e equilibrada redistribuição social, como a Noruega. Tabu inadmissível.
Faltam ganas para recorrer a uma NEW DEAL europeia no século XXI, quando subsiste a hipótese da extrema-direita vencer as presidenciais em França?
CENTROS DE COMPETÊNCIA LOCAIS – O programa de António Costa assenta em Centros de Competência (que a coligação nunca concretizou), reestruturando o sector público com valências adequadas, para elaborar em tempo útil a apresentação de serviços, estudos e propostas indispensáveis à optimização da governação pública, central, regional e local, a partir de uma administração pública cooperante.
É uma ideia que venho repetindo para projectar as âncoras de cada zona, valorizando recursos naturais, agrícolas, industriais, artesanais, e intelectuais, e fomentando a economia local. Só da soma destas iniciativas viáveis resultará uma economia forte.
DIA MUNDIAL DO TURISMO – Sem que autarcas dos municípios turísticos apresentem até à data propostas que se distingam nas comemorações de 27 de Setembro, quando a Prodata revela haver 72 municípios com mais dormidas de turistas do que de habitantes, e o INE que Turismo e Exportações foram os segmentos mais dinâmicos.
Nem a nível externo encontrei novidades do DMT 2015, além do tema (Millions of Tourists – Millions of Oportunities), a comemorar em Burkina Faso.
O Turismo de Portugal apresentou, entretanto, o documento Turismo 2020 – Cinco princípios para uma ambição – em consulta até 10 de Agosto, visando definir os princípios para as políticas de turismo 2016-2020.
ASSOCIAÇÃO ATLAS EM LISBOA – De 20 a 23 de Outubro realiza-se, na Universidade de Lisboa, a Conferência Anual da ATLAS – Association for Tourism and Leisure Education and Research, sob o tema “Riscos em Viagens e Turismo: Geografias, Comportamentos e Estratégias”. Organização do TERRITUR – núcleo de estudos do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT-ULisboa). Esperam-se 200 participantes, em 12 sessões e 6 grupos de trabalho. Dos oradores destaco Allan Williams, académico europeu, Dirk Glaesser, dirige o Programa de Sustentabilidade da OMT, e Brent W. Ritchie, especialista da Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra. O Turismo de Portugal é um dos patrocinadores e o Publituris o media-partner.
COMO DEFINIR PORTUGAL – Diz-se que Portugal é um país MARÍTIMO. Por enquanto não. Ou que é um país de TURISMO com sete entidades regionais: Porto-Norte; Centro; Grande-Lisboa; Alentejo-Ribatejo; Algarve; Madeira; e Açores?
Mas falta marcar posição internacional com programas temáticos, providenciando políticas especificas, além das próprias dos grupos etários, para satisfazer a procura internacional e interna e atrair turistas que admiram a Natureza; praticam ou assistem a torneios desportivos; visitas Culturais; Gastronomia e Vinhos; Religião; Ensino Avançado; Eventos e Grupos de Interesse Comum; e Bem-Estar e Saúde. Quem dá o pontapé de saída, valorizando os nossos trunfos?