Para definir e valorizar o melhor de Portugal
Leia a opinião de Humberto Ferreira, colabora do Publituris, na edição 1298, de 7 de Agosto.
Humberto Ferreira
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Vibro, tal como muitos portugueses, com o crescimento do Turismo e exportações nos últimos três anos.
Foram estes dois clusters que reagiram à crise e criaram postos de trabalho, abrindo novas unidades e atraindo mais divisas.
E vibro quando encontro notícias sobre o reconhecimento de algumas marcas, produtos, e eventos nossos no exterior.
COMPARAÇÕES DESFAVORÁVEIS – Portugal não é dos menores, mas dos médios países europeus. Entre os quais destaco a SUÍÇA com boas marcas de relógios e produtos Nestlé, excelentes escolas, universidades, e bancos internacionais. Calcule-se que a Suíca sem costa marítima venceu em 2003, com o Alinghi Team, as regatas de vela da America’s Cup;
A NORUEGA explora petróleo off-shore, frotas de pesca, petroleiros e cruzeiros internacionais, exporta bacalhau e salmão, e recusa pertencer à União Europeia;
Na HOLANDA, Roterdão é o maior porto europeu de transbordo; constroi rebocadores, pesqueiros e navios auxiliares; cultiva flores, exporta queijos, cervejas, etc. E a KLM integra um dos três grandes grupos aéreos europeus (foi pena os aviões Fokker deixarem de ser fabricados);
A DINAMARCA opera a Maersk, a maior frota mundial de navios porta-contentores, exporta cerveja, vários alimentos de marca, fumados, e artigos das marcas Pandora, Lego, etc;
A BÉLGICA tem em Antuérpia o terceiro maior porto europeu, e uma panóplia de cervejas e lembranças. Bruxelas é a sede da União Europeia, o que torna o país num importante entreposto de comércio e política internacional.
A IRLANDA surpreende pela maior concentração de centros de atendimento e vendas electrónicas, além de exportar whisky e cerveja irlandesa para bares mundiais, e manter forte actividade artística e da cultura celta. A política de baixar impostos para atrair empresas internacionais tem criado emprego e valorizado o país.
Poderia ainda citar os sucessos tecnológicos e as marcas da SUÉCIA, FINLÂNDIA, República CHECA, e ÁUSTRIA, países que poderiam servir de exemplo aos nossos políticos e empresários.
PORTUGAL – produz excelentes vinhos de mesa, e exporta milhares de alimentos, produtos e equipamentos (muitos sem marca internacional apelativa) e não me lembro de uma única irresistível marca que utentes estrangeiros procurem, além dos papeis Renova.
As nossas maiores exportadoras são a TAP, GALP (combustíveis refinados), AUTOEUROPA (montagem de carros VW), e pouco mais.
Até no Turismo há poucas marcas com projecção internacional, além da TAP e Abreu.
Portugal, Lisboa, Porto, Douro, Algarve, Centro, Norte, Interior, Madeira e Açores precisam destacar as suas âncoras.
SINAIS PERTURBADORES – Não deixo, porém, de me preocupar com o encerramento na estação baixa de alguns hotéis, no Algarve e no interior, assim com estranho a falta de um plano integrado de Turismo, transportes, cultura, desportos, e desenvolvimento inter-municipal, visando estimular novos e antigos empresários a valorizar as suas iniciativas e alargar negócios, acompanhando as variáveis da procura. Afinal, o que ganhamos em sermos conhecidos como destino europeu low-cost?
ESTILO PORTUGUÊS – Em especial no que respeita à especialização de destinos em áreas com vantagens tradicionais, ou inovadoras, criando e reforçando o estilo português de receber turistas de todos os continentes e culturas.
Não basta, de facto, evidenciar apenas os crescentes números de divisas, chegadas, dormidas, excursões, reuniões, eventos, cruzeiros, e grupos de interesse comum. O crescimento das compras de marcas portuguesas por turistas pode ser outro empurrão para a economia.
Basta seleccionar e divulgar as nossas ofertas de alta e média qualidade.
Hoje poucos turistas resistem a experimentar os melhores do mundo, da Europa, da Ibéria, ou de cada região turística, seja um hotel, restaurante, itinerário natural, cultural, desportivo, ou gastronómico.
ESPECIALIZAR DESTINOS – Precisamos especializar e estilizar as vantagens de cada cidade ou zona, em cada mês ou época, projectando as diferentes âncoras.
Há quem diga que a nossa dificuldade é gerir a diversidade de tantos trunfos turísticos.
As campanhas mudaram, sendo mais fácil, hoje, conhecer quais os motivos que os turistas dos grandes centros emissores mundiais mais apreciam nos nossos destinos de lazer, cultura, desporto, ou bem-estar.
É imperioso seleccionar e projectar as nossas excepcionais vantagens em Qualidade, Artes, Desportos, Escolas, Clínicas de Bem-estar, Rotas Panorâmicas, Parques Naturais, Praias, Serras, Lagos e Albufeiras, Cidades ou Vilas de Encantar.
Devemos expor em concorridos locais e espaços estratégicos, os prémios internacionais e nacionais mais consagrados conquistados por unidades locais de hotelaria, restauração, transportes, actividades de animação, ou sítios do Património Mundial, nacional, e local.
Através das redes sociais é mais fácil atingir a divulgação global ao nível dos melhores programas e recomendações de destinos, marcas, e serviços mais premiados. No Turismo, nos meios rurais, industriais e comerciais, temos que programar os melhores destinos de férias, fins de semana, ou pontes, com as melhores provas internacionais, eventos musicais e de moda, reuniões de grupos, festas religiosas, tradicionais ou populares diferenciadas da concorrência graças à nossa hospitalidade natural.