Vê Portugal 2015
Leia o artigo de opinião de Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal.
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A segunda edição do Vê Portugal – Fórum de Turismo Interno, que decorreu em Aveiro, nos dias 25 e 26 de Junho 2015, veio confirmar a importância e pertinência do debate em torno das múltiplas variáveis do negócio turístico, associado ao mercado interno. O Vê Portugal – 2.º Fórum Turismo Interno centrou-se na ideia de construção dos destinos turísticos, na valência da estruturação dos produtos e no valor dos projectos diferenciadores, como é o caso da Burel Factory, New Hand Lab, Rio do Prado Hotel, Oliva Creative Factory, entre outros. Neste contexto, a qualidade dos oradores intervenientes, nacionais e internacionais, e a actualidade dos painéis contribuiu para afirmar estratégias de acção e gestão assentes na inovação, sustentabilidade, diferenciação e afirmação identitária dos destinos.
Smart Tourism Destinations | As novas tecnologias da informação e comunicação criaram novas oportunidades de negócio, assim como, novos contextos e dinâmicas sociais, culturais e económicas. O desenho de campanhas promocionais inteligentes, a utilização de ferramentas adequadas para posicionar os destinos num patamar de desenvolvimento coeso e assertivo, permite ir de encontro às expectativas e necessidades dos turistas.
Sustentabilidade dos Destinos | O turismo assume-se como um setor capaz de contribuir de forma eficaz para o desenvolvimento económico das regiões e destinos. Proporciona a criação de emprego, o desenvolvimento do território e interage com as comunidades locais. Deste modo, é fundamental adequar o desenvolvimento às características físicas e humanas do território, respeitar a capacidade de carga, integrar a população local e proporcionar competências às comunidades.
Cultura, Indústrias Criativas e Turismo | Os destinos turísticos sentem cada vez mais a necessidade de se diferenciarem para serem mais competitivos, atraentes e sustentáveis. Neste âmbito, as indústrias criativas são instrumentos importantes na dinamização cultural, regeneração urbana, ou na projeção e internacionalização dos destinos. Em Portugal, nesta área, têm surgido iniciativas de sucesso que promovem o envolvimento das comunidades locais, com impacto positivo na economia e notoriedade dos territórios.
Turismo: Novas e/ou Diferentes Perspectivas | O conhecimento do sector turístico e dos múltiplos intervenientes na escala de negócio é decisivo para planear estratégias de desenvolvimento sustentável.
Portugal 2020 | O plano de acção para o desenvolvimento do Turismo em Portugal – Portugal 2020 visa afirmar Portugal como o destino com maior crescimento turístico na Europa, suportado na sustentabilidade e na competitividade de uma oferta turística diversificada, autêntica e inovadora, consolidando o turismo como uma actividade central para o desenvolvimento económico do país e para a sua coesão territorial. O 2020 é uma oportunidade para as empresas e organizações, principalmente para os projectos de investimento que promovam a competitividade e internacionalização das empresas.
Este Fórum cumpre a sua missão, de “valorizar o turismo interno e permitir, também, apontar caminhos de futuro: destinos inteligentes, sustentabilidade dos destinos e economias criativas”. Este é o caminho para manter a sustentabilidade do setor no país. Em particular, na Região Centro, existe uma série de projetos diferenciadores, ambição e inovação, instrumentos capazes de posicionar esta região na nova vaga de turismo. É preciso não descurar questões fundamentais, tais como a formação, qualidade, diferenciação dos destinos e inovação, para que o turismo continue a crescer e a atrair mais turistas.
Em forma de conclusão, dos dois dias de debate do “Vê Portugal” – 2.º Fórum de Turismo Interno, podem retirar-se 6 conclusões fundamentais, como princípios orientadores para o Turismo Interno:
1.º Um destino/produto para ser “inteligente” deverá procurar manter a sua identidade e autenticidade, promovendo, paralelamente, a qualidade das suas infraestruturas e serviços, reforçando a aposta nas novas tecnologias, na inovação e na disponibilização do conhecimento, e em políticas adequadas e governança;
2.º A preocupação com a sustentabilidade dos destinos justifica-se, cada vez mais, pelo aumento da consciência da responsabilidade social e pelo comprovado aumento da procura por produtos turísticos sustentáveis. O caminho que se aponta é no sentido da conciliação entre crescimento económico e a responsabilidade social e ambiental;
3.º O Turismo Criativo poderá ser uma resposta a questões como a sazonalidade da procura turística, e o aumento da estada média dos turistas nos territórios. Paralelamente, permite a diferenciação dos destinos e é um segmento turístico de qualidade e com baixo investimento;
4.º É cada vez fundamental conhecer de forma aprofundada e atempada o “novo” perfil do turista português, os seus hábitos e padrões de consumo, para que se promova eficazmente os destinos, com mensagens personalizadas, e capaz de os envolver na criação de novas experiências turísticas;
5.º Diversos projectos diferenciadores de empreendedores portugueses, espalhados por todo o país, apontam, como casos de sucesso, para a importância do aproveitamento criativo do ADN dos produtos já existentes no território. Trata-se de projectos que recuperam e dão vida ao património, enriquecendo a oferta e envolvendo de forma inclusiva as comunidades, e com isto, dinamizam a economia e criam emprego. No fundo, reforça-se a importância de se reinventar o que já existe, mantendo a autenticidade da oferta, respeitando a história e identidade do território;
6.º Uma das conclusões mais relevantes, e o elemento transversal a todos os painéis, é a importância das pessoas e do capital humano. Um destino só será inteligente se houver uma aposta na formação e informação das pessoas que nele vivem; a sustentabilidade faz-se promovendo canais de comunicação e discussão do território, entre privados e públicos, e tem como grande objectivo a melhoria das condições de vida de quem nele habitam; no turismo criativo, são as pessoas e a sua autenticidade, o principal mote para a visita ao território; o turismo é feito por pessoas e para pessoas, pelo que conhecer as suas principais motivações e expectativas, é a pedra basilar de uma estratégia eficaz de promoção turística; as diversas estratégias e produtos que se pretendam desenvolver nas regiões, devem ser inclusivos e pensados com e para a comunidade/pessoas que nelas habitam.
No fundo, destaca-se um elemento comum às diversas intervenções: “ter pessoas felizes é a melhor receita para um bom turismo interno”.
*Artigo de opinião de Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal (Publituris edição 1296, 10 de Julho de 2015)