Patricia Afonso
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O elogio à performance do Turismo português nos últimos anos foi feito por Marcio Farvilla, director executivo de Programas Operativos e Relações Institucionais na Organização Mundial de Turismo (OMT), convidado de honra do jantar-conferência que fechou o primeiro dia do 2.º Fórum Turismo Interno, Vê Portugal, que termina esta sexta-feira. Segundo o responsável, o crescimento do Turismo internacional em Portugal, que, em 2014, recebeu 9,3 milhões de chegadas internacionais e as receitas atingiram os 10,4 mil milhões de euros, é o 2º melhor do mundo na relação do superavit com o PIB, precedido apenas pela Croácia.
Marcio Farvilla considerou o desempenho do País “muito positivo depois da crise de 2009, que afectou enormemente o Turismo em Portugal, pelos investimentos que estavam a amadurecer, pela queda de volume e de preços”.
O responsável da OMT achou importante relativizar os números de 2014, o que torna os resultados de Portugal “ainda mais magníficos”. “Excluindo Macau e Hong Kong desta lista com os maiores superavit no Turismo Internacional, Portugal alcançou, no ano passado, a 9.ª posição [11.ª incluindo os territórios]. Mas, ainda mais impressionante, é na relação ao PIB de cada País, onde Portugal teve o 2.º melhor resultado do mundo, só abaixo da Croácia”, precisou Márcio Farvilla, congratulando as entidades e profissionais portugueses.
CRESCIMENTO ABRANDA RITMO
Na sua intervenção, Marcio Favilla frisou a importância do Turismo Interno, indicando que o peso deste no sector é muito superior ao do Turismo Internacional, com um movimento de cerca de seis mil milhões de turistas por ano, metade dos quais só na Índia e China, os países mais populosos. Razões pela qual a “discussão sobre o Turismo Interno é pertinente” e a OMT quer analisar o sector. Porém, por ora, ainda não existem dados suficientes que permitam conclusões.
Já no que respeita ao Turismo Internacional, os estudos efectuados para as décadas entre 2010-2030 ditam que o segmento continuará a crescer, mas a um ritmo mais brando. Entre 2010 e 2020, a estimativa de crescimento foi de 3,8% ao ano, mas, nos últimos cinco anos (2010 a 2014) o aumento foi de 4,9% ao ano, “resultado excepcional” e que corresponde a cerca de 43 milhões de turistas a mais anualmente, números idênticos ao que a Itália, quinto destino mundial, recebe anualmente, exemplificou Marcio Favilla. Entre 2020 e 2030, a perspectiva de crescimento do Turismo Internacional é de 2,9% ao ano, estimando-se a chegada de 1,4 mil milhões de chegadas internacionais em 2020 e 1,8 mil milhões dez anos mais tarde [em 2014, o número rondou os 1,13 mil milhões de turistas].
Outro dado revelado pelo responsável da OMT é a diferença de peso em termos de destinos receptivos, que, em 1980, distribuía-se entre 70% das chegadas para os países desenvolvidos e 30% para os países em desenvolvimento. Uma balança que deverá encontrar o equilíbrio (50%/50%) em 2020 e poderá inverter-se já em 2030.
Assim, aumenta a competição, mas, também, os desafios de sustentabilidade, com o o número de pessoas com recursos disponíveis para viajar a crescer, situando-se, actualmente, em torno dos dois mil milhões, um número que deverá aumentar para os cinco mil milhões de pessoas em 2050.