A Europa e Portugal 2020: projecto exige articulação no mercado
Leia a opinião de Humberto Ferreira.
Publituris
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Assistimos há décadas a mudanças positivas na vida de cada país. A excepção vem dos resistentes partidos políticos, onde cada medida piora e não melhora.
O Turismo e as telecomunicações embarcaram na vaga de mudanças, continuando a apostar na evolução tecnológica, operacional, comercial, e cultural. Ora com o Programa Europa 2020, esperamos que as mudanças sejam positivas e conduzam Portugal ao Top20 do Turismo Mundial.
ALERTAS – Mas a situação não é fácil. A Associação de Hotelaria de Portugal avisa que cerca de dois terços dos hotéis regista prejuízos, devido aos elevados encargos fiscais, operacionais, energéticos, e outros, que ultrapassam o notável crescimento de dois dígitos alcançado pelo Turismo receptivo em 2014.
O Banco de Portugal revela que as empresas de turismo registaram em 2013 a taxa de rentabilidade de 7% menos. A margem média operacional das 49 mil empresas turísticas oscilou entre 1% no alojamento e restauração e 16% nos transportes, mas quanto à margem líquida apenas os transportes registaram 3% positivos. No alojamento e restauração a margem líquida situou-se em menos 12% e na animação recreativa e cultural em menos 1%. O Turismo representa 13% do segmento das empresas não financeiras, 5% do volume de negócios, e 10% dos trabalhadores.
Ora estes avisos bem poderiam levar o Governo a aplicar em 2015 um modelo de desenvolvimento que não absorva a maior parte dos lucros e dos encargos que as empresas suportam para competir nos mercados internacionais. Até lá haja respeito pelas dificuldades que os privados encontram para sobreviver com margens tão curtas, perante a exagerada propaganda e despesa governamental.
COMÉRCIO – Quando cheguei em 1947 ao Reino Unido notei que, da Cornualha à Escócia, a maioria das lojas tinham marcas de uma dúzia de cadeias, fossem grandes armazéns de produtos alimentares, domésticos, roupas, calçado, farmácias, restaurantes, bares ou dancings, presentes nas grandes metrópoles e com pequenas filiais em vilas rurais e costeiras.
As excepções eram pequenos cafés e bares de bairro, que, entretanto, não resistiram à internacionalização, que alastrou a toda a Europa, onde o pequeno comércio apenas subsiste se oferecer algo diferente, pois o grande comércio garante preços vantajosos e a montra das melhores marcas mundiais ao virar da esquina, favorecendo ainda as vendas electrónicas.
TURISMO – Portugal aplica alguns esquemas para atrair investimento estrangeiro, mas é pouco procurado por parcerias internacionais. Lembro-me da Accor, Meliá-Sol, Sheraton, etc. A Hilton fez várias tentativas até abrir o Conrad no Algarve e o Double Tree em Lisboa.
A frequente mudança de taxas, impostos, burocracia e leis, afasta quem pretende abrir filiais ou negócios de raiz em Portugal. Só os investimentos em energia e aeroportos interessam a estrangeiros. Mas Governo e autarquias continuam a cobrar taxas e taxinhas.
Faltam incentivos à descentralização dos investimentos. Por exemplo, fortes incentivos à fixação no interior de filiais de cadeias de marcas especializadas.
CADEIAS DE RESTAURANTES E CAFÉS – Em Junho de 2011, o alvo a abater foram pequenos cafés e restaurantes, que não interessavam á economia após troika, por alegada fuga ao fisco. Resultaram milhares de insolvências, desempregados, e negócios desactivados.
Como conseguiram os britânicos criar grandes cadeias no Reino Unido? Baixando o IRC e aplicando incentivos aos empresários associados em cadeia, que assim criaram trabalho estável, conquistando a confiança dos consumidores.
MELHORAR – As mudanças em curso abrangem múltiplos sectores e procedimentos, notando-se que as entidades públicas pouco apreciam a participação e sugestões válidas da sociedade civil.
Abaixo, resumo algumas mensagens do Check-Up II, no recente debate mensal em vídeo, no publiturispt, por Luíz Mor, vice-presidente da TAP, José Roquete, administrador do grupo Pestana, e Frederico Costa, CEO da Visa Beira.
As agências de viagens IATA vivem da taxa de serviço prestado nas viagens organizadas. As vendas directas da TAP no seu portal, em 2014, atingiram 500 milhões de euros, um crescimento homólogo de 18%, enquanto a sua plataforma «mobile» cresceu 40%.
Na hotelaria também sucedem mudanças inevitáveis. Por exemplo, o grupo Hilton estuda a contratação externa para as reservas electrónicas globais da sua vasta capacidade diária de quartos. Face aos elevados encargos das novas plataformas electrónicas, os maiores hoteleiros mundiais optam por adjudicar a distribuição a um canal externo contratado em exclusivo. As agências passam a canal complementar.
Mas da fase dos primeiros portais CRS para os actuais entrepostos de venda electrónica (Travelport, Booking, Trip-Advisor, Expedia, etc), as parcerias entre os eixos da distribuição fomentam negócios milionários.
Os convidados de Carina Monteiro, no Check in II, avisaram ainda que os produtos turísticos lusos são agora mais vendidos pelas surpresas que projectam online do que pelos meios convencionais. As marcas Cook, Thomson, Cosmos, TUI, Rewe, Solresor, etc, venderam programas a milhões de turistas. Os portais Online estão no topo, mas o futuro das PME passa ainda pela integração em cadeias de expansão global.