RAVT defende concertação com concorrência para alinhar fornecedores
Difícil, desgastante, devastador, dinâmico e diferenciador. É desta forma que Maria José Silva define 2008, concluindo que o desafio que se colocou foi o de antecipar e companhar as turbulências económicas, políticas, ambientais e sociais… Até Setembro, a produção da RAVT foi de cerca de 40 milhões de euros, reflectindo uma quebra média de cerca… Continue reading RAVT defende concertação com concorrência para alinhar fornecedores
Liliana Cunha
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Difícil, desgastante, devastador, dinâmico e diferenciador. É desta forma que Maria José Silva define 2008, concluindo que o desafio que se colocou foi o de antecipar e companhar as turbulências económicas, políticas, ambientais e sociais…
Até Setembro, a produção da RAVT foi de cerca de 40 milhões de euros, reflectindo uma quebra média de cerca de 13%. Embora admita que se tenham verificado alguns crescimentos, nomeadamente em termos de número de passageiros e de reservas, a sócia do agrupamento justifica a descida pelas quebras de alguns fornecedores, pelo excesso de promoções 2×1, pela descida de preços das viagens de curta distância, como Cabo Verde, Ilhas Portuguesas, Tunísia, Sul e Ilhas de Espanha, entre outros aspectos.
Outra situação que a responsável enuncia é o aumento de vendas através de centrais de reserva e de venda de lugares de avião para destinos da Europa e África com “preços de promoção e abaixo do normal”.
Para o próximo ano, Maria José Silva prevê que o valor global seja reposto, não se perspectivando grandes crescimentos porque a visão da profissional é realista: vai ser “um ano extremamente difícil e a nossa política não assenta em aumentar o número de balcões em massa”.
Relativamente a este tema, a responsável afirma que a RAVT “é um grupo de dimensão reduzida em termos de quantidade”, visto que a “selectividade” tem sido “um marco diferenciador na actuação” e garante que “esta é a postura que se irá manter em 2009”. Inclusivamente, avança que se “pretende fazer alguma triagem, mesmo que isso reduza o grupo, mas ganhando-se em nome, credibilidade e tempo”. É também por este motivo que a promoção de “busca de novas posturas de gestão mais eficazes e eficientes” faz parte da política da RAVT. A ideia é “assumir uma atitude de ética, personalização no relacionamento, diversificação nas áreas de apoio e de conhecimento, de estímulo e de entreajuda com aliadas, fornecedores e outros players”. Para a sócia do agrupamento a mudança a que se assiste nos modelos de gestão, organização e trocas, deve obrigar as agências a “revelar uma postura empreendedora, de criatividade, flexibilização e rapidez de actuação”.
Um dado ainda a salientar no contexto da crise económica é o facto de terem encerrado dois balcões e uma sucursal da RAVT este ano. Actualmente, contam-se 52 sedes de agências e 17 filiais, num total de 69 balcões.
CONCERTAÇÃO COM CONCORRÊNCIA
Admitindo que a concorrência entre agrupamentos em Portugal “difere em postura, filosofia e objectivos”, a sócia da RAVT deixa, por este motivo, uma mensagem de apelo que tem em vista acabar com o “cenário de canibalização entre os grupos e de concorrência feroz”, passando-se para um panorama “de troca de ideias e alguma concertação, afim de podermos alinhar um pouco mais alguns fornecedores e clientes com posturas menos éticas e que fazem constante bypass”.
ACAUTELAR AGRUPAMENTO É TACTICA
Para Maria José Silva o nível de competição a que se assiste nos dias de hoje não acontece entre “grandes e pequenos, mas sim entre rápidos e lentos”. Este é também o mote que está a ser utilizado entre as agências aliadas e que dá forma à estratégia e apostas deste agrupamento.
Essa estratégia assenta em “fomentar novas oportunidades de negócio” de modo a alcançar-se um crescimento sustentado e adoptando uma postura pró-activa sobre o mercado”. Para isso, é necessária a dinamização de actividades que podem ser exploradas, como a personalização da oferta e desenvolvimento de acções de cross e up-selling, bem como acções de consultoria. Neste campo, a RAVT lembra o protocolo estabelecido com a Idtour, uma spin off da Universidade de Aveiro, que deverá ser explorado no próximo ano no âmbito dos financiamentos.
Novamente no que diz respeito à estratégia do agrupamento, a sócia menciona ainda “a orientação em termos do volume de vendas de modo a contribuir para uma posição negocial de relevo e a diversificação de portfólio de produtos e serviços próprios”, incluindo-se aqui um trabalho de cooperação com diversos players, de forma a alargar a rede. Outro aspecto realçado prende-se com a fidelização a fornecedores, isto é, o direccionamento para os fornecedores que distribuem melhor produto e melhor retribuem.
Já no âmbito do cliente, o agente de viagens da RAVT deve ainda manter o acesso directo e contínuo com os mesmos, de forma a descobrir o seu perfil e acompanhar as suas tendências.
Neste sentido, o agrupamento criou um cartão de pontos que pode ser customizado ao perfil de cada agência, até porque as próprias agências também devem estar fidelizadas à RAVT.
Um inquérito desenvolvido este ano no seio da rede concluiu sobre um déficit de competências. Este foi o incentivo necessário para apostar na formação que se tornou num pilar da actividade, contando-se ainda para o efeito com a certificação da DGERT. É também através desta medida que se prevê “a realização de seminários e workshops em temáticas que preparem os agentes de viagens para os mercados emergentes, nomeadamente do Leste e Oriente”, bem como de formação técnica.
A complementar a estratégia, Maria José Silva avança ainda a agilização e reorganização de operações e processos, tendo em vista a competitividade, “eliminando-se tarefas que não criam valor e potenciando-se as TIC’s, gerando receitas e garantindo tempo de prospecção de mercados”. Para apoiar esta medida, em 2009, a RAVT vai iniciar acções de coaching on job, em conjunto com os gestores das agências e desenvolver iniciativas de benchmarketing interno e externo à dinâmica comercial das agências aliadas.
PARCERIAS PARA ALARGAR HORIZONTES
Para Maria José Silva, o ano ficou marcado pelas parcerias estabelecidas com a Idtour – Unique Solutions Lda; e com a Universidade Lusófona para acções de partilha de know how. Acrescentam-se igualmente a realização de acções de formação, consultoria especializada, e o facto da RAVT ter recebido os prémios de mérito das “Melhores Práticas”, atribuído por um grupo de estudo da Universidade do Porto; e o de “Mentes Brilhantes”, pela Universidade de Aveiro.
Neste seguimento, é de esperar que para o ano sejam publicados manuais especializados que serão disponibilizados no site do agrupamento (ravt.pt).