“Estamos com um bom equilíbrio entre a procura e a oferta”
Porque é que têm havido falhas nas entregas de aviões? Nos últimos quatro ou cinco anos temos visto um forte crescimento económico. Estamos também a ver o tráfego mundial a aumentar e as companhias têm feito tudo o que podem para aumentar a capacidade de utilização de forma a vencer essa procura. Em 2005… Continue reading “Estamos com um bom equilíbrio entre a procura e a oferta”
Joana Barros
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Porque é que têm havido falhas nas entregas de aviões?
Nos últimos quatro ou cinco anos temos visto um forte crescimento económico. Estamos também a ver o tráfego mundial a aumentar e as companhias têm feito tudo o que podem para aumentar a capacidade de utilização de forma a vencer essa procura. Em 2005 tivemos um recorde de pedidos, em 2006 ultrapassámos esse recorde, mas esses dois anos foram após quatro anos em que não havia muitos pedidos.
Temos um processo muito disciplinado para igualizar a oferta à procura, porque se aumentássemos a produção muito rapidamente, isso seria muito mau para a indústria e para nós. Tem de haver um equilibro nesse sentido. Este ano vamos aumentar a produção e voltamos a aumentar no próximo ano.
Isto é também uma forma de poder praticar preços mais altos por não terem muita oferta?
O mais importante para nós é fazer com que a produção corresponda à oferta. Se pensarmos bem, se produzirmos muitos aviões, há o preço a que vendemos, mas depois há o valor do avião e nós queremos manter um investimento forte no avião. Se se gastar dinheiro em aviões queremos que esse valor se mantenha alto, mas se produzirmos muitos aviões, o valor de cada um irá descer. Temos de fazer essa correspondência e manter esse equilíbrio. Achamos que estamos com um bom equilíbrio entre a procura e a oferta.
Têm beneficiado dos sucessivos atrasos do A380?
Não acredito que seja um benefício para ninguém. Nos últimos dois anos temo-nos focado nos clientes e no que eles querem, providenciar os aviões certos. O 787 tem sido um sucesso tremendo. Nós comprometemo-nos com esta estratégia há cinco ou dez anos, estamos a ver que o sucesso vem do 777, lançámos o 747-8, estamos a apresentar novos produtos baseados naquilo que o cliente quer. Isso é o que está por trás do nosso sucesso.
Vão produzir algum aparelho para fazer face ao A380?
Não, nós temos uma visão diferente do mercado. Eles vêm o mercado como tendo espaço para esses aviões. Os nossos clientes dizem-nos que nós devemos concentrarmo-nos nos aviões para 400 passageiros. Por isso é que nos estamos a concentrar no 747-8, que tem capacidade para 467 lugares, contra os 550 lugares [do A380].
A desvalorização do dólar tem sido favorável para Boeing?
Ao longo do tempo, essas coisas têm tendência a equilibrarem. Mais uma vez acredito que o nosso sucesso tem-se baseado em oferecermos aquilo que o cliente quer.
A construção de aviões amigos do ambiente tem pesado nos vossos custos?
Temos estado a trabalhar no sentido de reduzir as emissões de CO2. Estamos sempre a investir em novas tecnologias.
Outra coisa que aprendemos é que ao construir aviões mais pequenos como o 787, que levam as pessoas directamente a onde querem chegar, e se conseguirmos tirar uma escala ao processo, conseguimos reduzir as emissões e o consumo de combustível.
Os aviões estão a ficar cada vez mais eficientes. O ponto-a-ponto também traz essa redução de emissões. Por isso não é só concentrarmo-nos em nova tecnologia, é também preciso focarmo-nos em como as companhias aéreas podem usar os aviões para evitar as paragens ao longo do caminho.
Como vê o futuro da aviação civil e como é que isso está relacionado com a vossa estratégia?
Deve crescer cinco por centro por ano. Se pensarmos há muitas pessoas que não podem viajar porque não têm meios. Mas à medida que a economia cresce, particularmente em sítios como a China e América do Sul, a prosperidade aumenta, mais pessoas começam a viajar. Há também outro aspecto. As pessoas estão cada vez mais espalhadas pelo mundo. Estão a aceitar empregos noutros países e depois têm de voltar para visitar a família. Isso tudo levará ao crescimento da aviação civil.
Quais os vosso resultados de 2006 e as perspectivas para 2007?
Tivemos resultados muito fortes em 2006, devido ao crescimento das receitas e aumentámos as nossas projecções. Gerámos 7,5 milhões de dólares em 2006, sendo que em 2005 tínhamos conseguido sete milhões de dólares. Conseguimos bons resultados não só por causa do crescimento das receitas mas também por causa da produtividade. Ao aumentarmos as entregas dos aviões estamos a trabalhar para que o nosso sistema de produção seja mais eficiente e isso vai ajudar-nos a aumentar os lucros, ao mesmo tempo que as receitas também aumentam.
Quer isso dizer que já ultrapassaram a crise de 11 de Setembro completamente?
Após o 11 de Setembro tivemos uma queda na aviação civil e devido em parte aos custos de segurança. Na América do Norte as pessoas apanhavam um avião como quem apanha um comboio. As medidas de segurança aumentaram os custos e os tempos de espera. Os governos europeus e americanos estão a fazer um bom trabalho no aspecto da segurança. Têm muitos desafios pela frente. O tráfego aéreo voltou àquilo que era, mesmo nos EUA. Estaria mais alto se não tivéssemos o 11 de Setembro? Sim, provavelmente seria mais elevado. Afectou toda a indústria, mas a indústria está a recuperar muito bem.
Como vê a criação do Céu Aberto entre os EUA e a União Europeia?
À medida que os mercados se vão abrindo é bom para os passageiros, porque têm melhor serviço, mais frequências, tarifas mais baixas e mais inovações. Também é melhor para nós fabricantes porque esse aumento vai ajudar a aumentar as viagens de avião.
Qual será a primeira companhia a receber o 787 em Março de 2008?
Será a All Nipon Airways, que vai receber o primeiro em Março, têm mais 50 aviões pedidos. As entregas decorrerão nos anos seguintes. Temos 464 pedidos, o que é um recorde de pedidos antes do primeiro voo (que será algures neste Verão).
Quando vão começar a construir o 787-10?
Ainda não estabelecemos uma data para começar a produzir o 787-10. Antes de definirmos os atributos do produto, temos de nos sentar com os clientes, para depois ver até onde pode ir, qual o tamanho específico, mas vamos definir essas coisas mais tarde.