Europcar a crescer apesar da crise
Dez por cento. É este o crescimento que Paulo Moura espera ter na Europcar assim que fecharem as contas de 2006. Enquanto isso não acontece, o director-geral aproveita para fazer um balanço do ano que agora acabouApesar da crise económica em Portugal e da retracção por parte das empresas, a Europcar vai conseguir atingir as… Continue reading Europcar a crescer apesar da crise
Joana Barros
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Dez por cento. É este o crescimento que Paulo Moura espera ter na Europcar assim que fecharem as contas de 2006. Enquanto isso não acontece, o director-geral aproveita para fazer um balanço do ano que agora acabouApesar da crise económica em Portugal e da retracção por parte das empresas, a Europcar vai conseguir atingir as metas propostas no início de 2006. “Representam um crescimento significativo relativamente a 2005”, revela Paulo Moura, director-geral da rent-a-car.
Devido à venda da multinacional pela Volkswagen, o responsável máximo da empresa não pode referir valores, mas ainda assim aproveita para adiantar uma percentagem: “Esse crescimento poderá rondar os dez por cento”.
Apesar do saldo positivo, nem tudo foi fácil ao longo do ano passado e Paulo Moura andou às avessas com os preços baixos. “O mercado em Portugal é um mercado muito competitivo e há um número elevado de rent-a-cars a operar”.
Daí que a consequência directa dessa competição seja a descida dos preços. “Há uma certa dificuldade em ajustar os preços àquilo que deveria ser o valor real do aluguer de uma viatura”, solta o director-geral. “O preço do rent-a-car ajustou-se em função do custo da frota e os custos da frota têm vindo a subir drasticamente nos últimos anos. Os operadores não repercutiram esses aumentos de custo nas tarifas”, continua.
Só os grandes sobrevivem
E perante tais adversidades, como é que Paulo Moura vê o futuro do sector? “A verdade é que todos os dias vemos rent-a-cars a fechar. Há negócios que vão ser tomados por operadores maiores e acho que é por aí que está o nosso espaço”. Segundo o director-geral “há um excesso de operadores”, daí que o mercado só suporte “operadores de média e grande dimensão”. A Europcar tem também enfrentado o travão que as empresas têm vindo a pôr ao aluguer de veículos. “Há uma quebra no mercado local que tem a ver com a conjuntura económica nacional”, justifica Paulo Moura. “Há uma preocupação maior das empresas em controlar os seus custos”. Resultado: as empresas que têm de alugar veículos para trabalhar têm agora uma gestão mais cuidada dos recursos. “Têm um rigor muito maior nas utilizações que fazem”, diz. Ainda assim, o director-geral explica que “a duração dos alugueres no segmento das empresas tem vindo a cair”. Em compensação, o turismo traz uma fatia de utilizadores bem generosa. “O turismo tem dado mostras de uma vitalidade fantástica”, refere o director-geral. Mesmo assim, o panorama geral não impediu a empresa de bater um recorde: “Tivemos dez mil viaturas on rent, ou seja, alugadas ao mesmo tempo”. O total da frota da Europcar, reunindo as 72 estações, chegou às 12 mil no ano passado.
Um ano de novidades
2006 foi também um ano de acordos, parcerias e renovações de protocolos, como lembra o director-geral. “Renovámos a parceria que temos de longa data com a Portugália Airlines e também com a easyJet, uma parceria muito importante dada a grande apetência para o mercado português que têm demonstrado. Entrámos também para o programa [de milhas] Vitória, com a TAP”. Foram ainda lançados novos produtos, como é o caso do aluguer de ambulâncias, uma área cujo objectivo é activar a consciência social mais do que fazer dinheiro. “É um produto de nicho e revelava uma preocupação social”. A ideia partiu do contacto de algumas instituições que se viram com dificuldades em conseguir ambulâncias em períodos de mais movimento. Contactaram a Europcar que pegou na ideia. “Eles ao fim ao cabo quase que nos pediam para termos este negócio e nós acedemos e não estamos nada arrependidos”, conta Paulo Moura. “Esse negócio não tem uma expressão que se traduz em números mas tem para nós esse interesse de podermos ajudar a sociedade de alguma maneira e sem custos significativos”, acrescenta o director-geral. Outro dos lançamentos foi o aluguer de bicicletas. “Trabalhamos sobretudo com as zonas de turismo, Algarve e Costa do Estoril. Isso também tem tido bastante sucesso e vai continuar durante 2007”, garante o responsável.
Objectivo: Manter a liderança
No próximo ano a estratégia da empresa vai centrar-se na melhoria do funcionamento da rede de estações e na expansão do mesmo. “Porque só dessa forma podemos continuar a contar com a confiança dos nossos clientes”, conta o responsável. “Apesar de já termos 72 estações estamos a trabalhar no alargamento da rede”.
“Durante 2007 iremos apresentar novidades na frota e no segmento das viaturas de luxo”, antecipa Paulo Moura. “Há um enfoque especial este ano no mercado local, porque na realidade temos de tirar partido desta vasta rede de estações que temos”. Outro dos objectivos
é chegar mais alto: “Vamos procurar continuar a ter um crescimento acima da média do sector e manter a liderança do mercado”, assegura o director-geral. Apesar desta dose de confiança, o responsável está ciente de que ainda tem muito trabalho pela frente. “O maior desafio é sem dúvida nenhuma a necessidade imperiosa que há de ajustar os preços, de haver uma subida de preços”. Não são subidas de preços muito acentuadas. “Estou a falar de aumentos de cinco ou seis por cento. Não parece muito difícil se disser que há necessidade de subir um euro por dia de aluguer, mas na verdade isso é extremamente difícil quando vivemos num ambiente tão competitivo”.