‘Branding’ Holístico
Sendo Branding o desenho da impressão que deixamos nos clientes que usam o nosso produto ou serviço (vulgar marca), estamos a falar do desenho da experiência global do negócio tendo todas as componentes do negócio um objetivo partilhado.
Numa altura em que inteligência artificial é servida num prato quente, substituindo o apetecível, mas intocado prato já frio do Metaverso, venho sugerir um olhar introspetivo e mais profundo sobre as nossas marcas.
Não quero, de todo, deixar de lado a grande novidade e impacto que a IA tem e vai ter no nosso negócio, todavia, para os mais atentos, as implicâncias já se anunciam há muito. Sendo que há profissionais que sabem mais do que eu sobre o tema e têm opiniões bem mais fundamentadas e pertinentes do que as que eu posso dar.
Gostaria, contudo, de fazer uma breve reflexão sobre algo que é transversal, independente do canal e forma de Branding.
O Branding holístico não é fazer marketing de retiros para ansiolíticos (que adivinho ser a próxima grande vaga). Branding holístico advém de Marketing holístico, que interpreta o negócio como um todo, sendo um marketing de esfera global, tendo implicância e impacto em todos os passos do negócio.
Sendo Branding o desenho da impressão que deixamos nos clientes que usam o nosso produto ou serviço (vulgar marca), estamos a falar do desenho da experiência global do negócio tendo todas as componentes do negócio um objetivo partilhado.
Porque é que Branding Holístico é fundamental?
Porque entendendo que todos os departamentos são parte do todo, e os nossos clientes interagem com todos os departamentos, ou com o resultado do seu trabalho, conseguimos não só ter uma empresa motivada, a trabalhar num esforço colaborativo, mas mais eficiente, comunicativa e, mais relevante ainda, produtiva.
Grandes marcas como a Apple, Nespresso e ou Adidas já estão a aplicar este conceito. Como? Implementando uma estratégia multi-canal, criando uma experiência que “marca”, sendo semelhante em todos os canais. O cliente, tendo uma experiência especialmente desenhada para multicanal, vai sentir-se mais apreciado, motivado e cuidado, traduzindo-se assim numa estratégia de maior fidelização e conseguinte, conversão.
No turismo, e não só, acredita-se na compartimentalização, acreditando-se que equipas pequenas são mais fáceis de gerir. Isto, contudo, gera demasiadas cabeças postas em destinos diferentes, falta de comunicação, focando-se numa responsabilidade por tarefa e não por resultados comuns.
A “marca” é assim esquizofrénica e insignificante
Numa área de negócio como é o turismo, a estratégia de crescimento tem de ser focada numa experiência transversal e multi-canal consistente e com o objetivo de “deixar marca”. Não deve só na comunicação, mas também no próprio serviço, que tem de ser coincidente com toda a restante experiência.
Não quero, contudo, dizer que uma Marca que não tenha uma estratégia de Branding holístico não seja funcional, todavia, poderia ser incrivelmente mais eficiente e lucrativa.
Uma estratégia holística não tem de ser necessariamente disruptiva, mas deverá implicar alinhar todos os departamentos com objetivos bem definidos e comuns, com foco no cliente e na sua experiência.