Os campos de golfe nacionais são muitas vezes alvo de reconhecimento e colocados entre os melhores da Europa e do Mundo. Particularmente o Algarve, é frequentemente premiado como Melhor Destino de Golfe da Europa e do Mundo. Para o efeito, são apontados como principais fatores, o desenho dos campos, a qualidade da sua manutenção, as infraestruturas, o enquadramento paisagístico e os serviços indiretos, como a restauração e a hotelaria, mas também o serviço prestado aos seus clientes.

São muitos aqueles que diariamente contribuem para proporcionar uma experiência inesquecível a todos quanto nos visitam e, consequentemente, contribuem para o reconhecimento que recebemos. Desde a preparação do campo em que, sob a batuta do “Greenkeeper” – que cuida da boa sanidade e apresentação de toda a área do campo, respeitando as boas práticas ambientais e a maximização dos recursos, nomeadamente a eficiência hídrica e energética – aos operadores de manutenção, que cedo pela manhã iniciam os diversos trabalhos de preparação do campo, muitas das vezes debaixo de condições meteorológicas adversas, ao mecânico que prepara as máquinas para que o corte seja perfeito, mas também o Caddie Master, o Starter, o Ranger e o Rececionista que dá as boas-vindas aos clientes e que os encaminham, cuidando destes até ao final da sua experiência. Todos contribuem decisivamente para a imagem positiva que os campos de golfe transmitem aos seus clientes.

A maioria destas funções são executadas por pessoas que chegam aos campos sem qualquer tipo de formação nesta atividade ou sem contacto com o desporto, mas que demonstram interesse em trabalhar no setor. Será, provavelmente, uma das áreas onde existe uma maior aposta na formação interna, já que não existe formação especializada nesta área.

Ultimamente, e à semelhança de outras atividades, os campos de golfe passaram também a enfrentar um fenómeno de fuga de colaboradores para outras atividades, muitas vezes optando por uma área totalmente distinta.

Este fenómeno tem, obviamente, implicações sérias num contexto em que a falta de formação profissional para os mais diversos cargos afetos aos campos é um problema que subsiste e que é de difícil resolução, uma vez que é uma área laboral que embora a sua exigência técnica, dado o seu reduzido volume de empregabilidade, quando comparado com outras áreas em hotelaria, torna-a pouco atrativa para as escolas profissionais investirem num plano de formação. Cabe a todos aqueles com responsabilidade no setor garantirem aos seus profissionais mais e melhores condições para que se tornem melhores profissionais e mais competentes no desempenho das suas funções, mas não só, proporcionando-lhes acesso a workshops com profissionais mais experientes e oferecendo benefícios adicionais para os próprios e para as suas famílias, como por exemplo subsídios para transportes e creches, medidas em curso na Highgate.

Não basta pensarmos nos que já estão no setor, também temos de atrair novos colaboradores. É, portanto, imperativo desenvolver parcerias com escolas profissionais, de modo a que possam conciliar alguns módulos dos seus cursos, ou mesmo formações de menor duração, para que possamos capacitar pessoas que queiram envergar neste setor, inspirados nas práticas desenvolvidas pelos profissionais nos campos de golfe. Isto permitiria aumentar a visibilidade do desporto e das profissões associadas ao mesmo.

De forma ambiciosa, no médio e longo prazo, terá de existir uma clara aposta em formar profissionais de campos de golfe, para que possamos continuar a garantir campos tecnicamente irrepreensíveis.