O que foi 2023 e o que será 2024 – Francisco Calheiros (CTP)
Após um ano de 2023 que fica marcado pelo melhor ano turístico de sempre, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), espera para 2024, “uma decisão definitiva sobre o novo aeroporto” e de o Turismo ter “assento no Conselho de Ministros”.
Victor Jorge
TAAG retoma este ano voos entre Luanda e Praia, via São Tomé
Miradouro do Zebro é nova atração turística no concelho de Oleiros
Faturação dos estabelecimentos hoteleiros em Portugal ultrapassou os 6MM€ em 2023
Portugueses realizaram 23,7 milhões de viagens em 2023
Allianz Partners regista crescimento em todos os segmentos de negócio
Azul celebra mais de 191 mil passageiros no primeiro aniversário da rota para Paris
Octant Hotels promove-se nos EUA
“A promoção na Europa não pode ser só Macau”
APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu
Comitiva portuguesa visita MITE a convite da APAVT
Findo o exercício de 2023, que balanço faz deste ano?
Foi um ano positivo para o Turismo. Portugal ultrapassou mesmo os melhores resultados de sempre de 2019 e de 2022.
Destaco a crescente procura de turistas que escolheram Portugal para fazer as suas férias, mesmo tendo em conta a difícil conjuntura internacional, o que confirma a segurança, a qualidade e diversidade de oferta que o nosso país tem para oferecer.
Este ano Portugal registou mais procura ao longo de todo o ano e não apenas nos períodos de época alta e houve entre janeiro e outubro crescimento em todas as regiões do País, mesmo naqueles mercados internos que não são tão procurados tradicionalmente.
Na sua perspectiva, o que faltou concretizar no setor do turismo neste ano de 2023?
Continua a faltar um novo aeroporto que dê resposta à crescente procura de turistas. Portugal poderia ter recebido muitos mais turistas, mas por causa da incapacidade em ter uma infraestrutura aeroportuária que nos permita acolher mais voos, continuamos a perder muitos turistas para outros destinos, pelo que perde o turismo, a economia e todo o País.
Como antevê o ano de 2024 em termos económicos?
Um ano de grande incerteza. Para o Turismo, se 2024 for igual a 2023 já será um ótimo ano.
E que desafios terá o setor do turismo em 2024?
Um dos grandes desafios passará por continuar a gerir a incerteza que ainda paira em Portugal e no Mundo. No nosso país, a incerteza de saber como será Portugal no pós-eleições legislativas do dia 10 de março e a nível internacional, a incerteza sobre a guerra na Ucrânia e entre Israel e o Hamas.
No fundo, são incertezas que provocam danos colaterais, sobretudo para a economia e para a disponibilidade de rendimentos que as pessoas terão para gastar em férias e viagens. Mas avaliando o que se passou este ano de 2023, verificamos que as mesmas incertezas já existiam e ainda assim o turismo manteve a sua resiliência, tendo um dos melhores anos de sempre. É isto o que espero que possa acontecer em 2024.
O que gostaria de ver concretizado em 2024?
A decisão definitiva sobre o novo aeroporto.
A fazer um pedido ao Governo que sairá das eleições de 10 de março de 2024, qual seria?
Que olhe para o Turismo como o setor que maior impacto tem na economia portuguesa.
Face à sua transversalidade, direi que já era altura mais do que justa e justificada de criar um Ministério do Turismo. É tempo de o Turismo ter assento no Conselho de Ministros e não o deixar perdido numa Secretaria de Estado com outras atividades económicas que pouco ou nada têm a ver com a atividade turística.