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“Temos de ter a ambição de crescer em valor”

Há três meses à frente da Secretaria de Estado do Turismo [Comércio e Serviços), Nuno Fazenda faz da coesão territorial uma das bandeiras para o futuro do turismo. Ao Publituris, Nuno Fazenda admite que há ”sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2023 com confiança e com algum otimismo”. Sem se estender em temas como o aeroporto e a TAP, o SETCS salienta que “o objetivo é reforçar a conectividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas”.

Victor Jorge
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“Temos de ter a ambição de crescer em valor”

Há três meses à frente da Secretaria de Estado do Turismo [Comércio e Serviços), Nuno Fazenda faz da coesão territorial uma das bandeiras para o futuro do turismo. Ao Publituris, Nuno Fazenda admite que há ”sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2023 com confiança e com algum otimismo”. Sem se estender em temas como o aeroporto e a TAP, o SETCS salienta que “o objetivo é reforçar a conectividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas”.

Victor Jorge
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Com o setor do turismo a registar o melhor ano de sempre ao nível das receitas, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços destaca a convergência com a estratégia desenhada na ET27. Com a “ambição de crescer em valor”, Nuno Fazenda salienta os apoios que Portugal terá para se desenvolver em várias frentes. Contudo, frisa, “a boa aplicação dos fundos europeus é um desafio que convoca a todos”.

Assumiu o cargo há pouco menos de três meses. Que Secretaria de Estado do Turismo encontrou e já conseguiu dar-lhe um cunho pessoal?
Para começar, dizer que o setor do turismo teve um desempenho excecional nos últimos dez anos, pré pandemia. Crescemos sempre acima dos 10% no que diz respeito a receitas. Depois, houve a paragem de dois anos e a seguir tivemos, novamente, um retomar da atividade turística. O ano de 2022 teve um crescimento, como é sabido, acima do recorde turístico de 2019, mais 15% em receitas turísticas.

E por isso tenho dito e reafirmo, o turismo não é só um sector de excelência, é também um sector de resiliência que tem dado um contributo muito importante para a economia do país. É mesmo a maior atividade económica exportadora. Esse desempenho deve-se ao esforço das empresas, dos trabalhadores, das instituições e políticas públicas que favoreceram o crescimento do turismo.

Políticas públicas que apoiaram o setor do turismo durante uma fase complicada.
Muito difícil. Mas, dito isto, temos que ter a ambição de liderar o turismo do futuro. E quando digo liderar o turismo do futuro, significa um turismo mais sustentável, mais inclusivo, mais tecnológico e mais coeso. E por isso, temos de dar resposta, e esse é um ponto importante, aos desafios do presente, às emergências, mas, ao mesmo tempo, temos que dar resposta aos desafios estruturais do turismo.

Portanto, ter os olhos postos no futuro, isto é, responder ao presente, mas ter os olhos postos no futuro. E por isso mesmo estabelecemos um conjunto de prioridades estratégicas, claras, como o território, pessoas, empresas, dupla transição e reforço da notoriedade de Portugal enquanto destino turístico. Mas há uma marca muito importante que temos de ter, que é concretizar. E neste tempo que estou em funções tenho tido duas preocupações, concretizar e ter os olhos postos no futuro em alterações estruturais.

Concretizar a estratégia
Numa entrevista à sua antecessora, Rita Marques, no WTM em Londres, dizia que, neste momento que se fala muito em repensar o turismo por causa da pandemia, o importante era executar a estratégia. É isso que está a fazer, a executar uma estratégia existente? Ou seja, concretizar?
A questão é muito simples, temos uma estratégia muito clara. Tive o gosto de a coordenar em devido tempo, a Estratégia do Turismo 27 (ET27). E o propósito é concretizar a Estratégia de Turismo 27 que tem desafios muito claros. Temos o desafio da sustentabilidade, temos de ter um desenvolvimento turístico sem pôr em causa os nossos recursos naturais e culturais. Por isso, a sustentabilidade é uma prioridade estratégica. Temos o desafio da coesão territorial, em que queremos ter turismo em todo o território. Temos o desafio das qualificações, por isso, temos uma agenda para as qualificações e para o emprego.

Portanto, as prioridades estratégicas estão claras. O desafio é concretizar e é isso que tenho estado a procurar fazer desde que tomei posse.

Foi um dos responsáveis pela ET27. Essa estratégia foi, no entanto, delineada antes da pandemia. O que alterou nessa estratégia?
Os grandes desafios mantêm-se, os grandes desafios estruturais do turismo estão lá, os desafios da sustentabilidade a que temos que dar resposta, o desafio da coesão territorial também está lá, porque não é algo que se muda de um dia para o outro, o desafio das qualificações das pessoas, está lá, e se a formos ler estão lá os rendimentos, dignificação, valorização dos profissionais do turismo. Outra dimensão é a procura. Quando falamos da procura, qual é o desafio? É conhecer melhor a procura, atrair segmentos que permitam responder a dois outros desafios estratégicos, atenuar a sazonalidade e termos turismo ao longo de todo o território, todo o ano.

Quando desenhámos a ET27 eram consideradas irrealistas. Hoje, felizmente para o país, estamos a convergir para a concretização dessas metas

Portanto, nessa estratégia nada foi alterado. Foi sim, acelerado?
Esse é o meu propósito, acelerar a concretização dos desafios estratégicos da ET27.

Os resultados de 2022, de certa forma, vão ao encontro dessa estratégia, ultrapassando até as melhores expectativas. Mas também sabemos que essas receitas foram alcançadas devido à subida de preços. Acha que essa alta dos preços se vai manter ou terá de haver ajustamentos no futuro ao nível dos preços?
Um desafio que temos inscrito na ET27, para além daqueles que já referi, é crescer em valor. Temos de ter a ambição de crescer em valor, especialmente nos territórios mais consolidados do ponto de vista turístico. É o caso de Lisboa, do Algarve, da Madeira e do Porto. Continuar a crescer mais em valor do que em quantidade. Esse é um modelo que nos interessa, crescer em valor, com sustentabilidade e com inclusão.

Por isso mesmo, estamos também a prosseguir a estratégia de olhar para além dos principais mercados estratégicos prioritários e aí vale a pena ter presente que 80% da nossa procura externa está na Europa. A seguir aos mercados externos da Europa prioritários, temos outros dois mercados muito importantes, caso do Brasil e Estados Unidos da América. Depois temos outros mercados de atuação seletiva como, por exemplo, a Coreia do Sul para o turismo cultural e religioso, México, Austrália, Índia, Israel.

Quer nesses mercados tradicionais, quer nos de atuação seletiva, queremos crescer em valor e crescer em valor também, alcançando produtos turísticos ou potenciando produtos turístico muito importantes para o país como é o caso do enoturismo, turismo literário e também o turismo de natureza que são produtos diferenciadores que nos permitem dar resposta a dois desafios, a coesão territorial e atenuar a sazonalidade, a diversificação de mercados.

Não acredita, por isso, que esta conjuntura de alta de preços possa prejudicar o desempenho de Portugal?
Sim, não prejudica. Acho que Portugal tem tido um desempenho turístico muito importante e não creio que haja esse receio.

Devo dizer-lhe uma coisa muito importante, já que os sinais que tenho tido do contacto com as empresas, para além das estimativas do Banco Portugal apontarem para um crescimento na ordem dos 8,6% em termos de exportações de turismo, são sinais muito positivos. Aliás, tivemos oportunidade de o sentir na FITUR 2023, em Madrid, relativamente às reservas, daquilo que são os sinais do mercado. Temos sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2003 com confiança e com algum otimismo para o turismo português.

Acredita que este valor, de 27 mil milhões de euros em receitas que está inscrito na ET27, possa ser atingido antes de 2027?
É uma possibilidade. E, sobretudo, importa ter presente o seguinte, quando desenhámos a estratégia (ET27), com essas metas, na altura eram consideradas irrealistas. Hoje, felizmente para o país, estamos a convergir para a concretização dessas metas.

Temos de explicar mais os apoios, explicar mais as regras

Com uma pandemia e uma guerra.
Com uma pandemia e uma guerra. Isso diz bem da força do turismo português. Portugal é um país fortíssimo ao nível do turismo, competimos com os melhores do mundo e competimos com os melhores do mundo, porque, de facto, temos regiões de turismo únicas, com recursos turísticos únicos, porque temos um sector empresarial forte do ponto de vista turístico e temos as nossas gentes, a nossa capacidade de receber bem, excelentes profissionais na área do turismo, e também temos tido políticas públicas que favorecem o crescimento do turismo.

Isso tudo vai ao encontro de uma definição que se ouve há muito tempo que Portugal está no caminho do melhor turismo e não mais turismo.
Claramente, esse é o ponto, melhor turismo, com mais sustentabilidade, com mais inclusão, com mais coesão. Tudo isso faz-nos ter melhor turismo.

As prioridades
Tenho-o acompanhado ao longo destes poucos meses que está no cargo e nas suas intervenções tem focado algumas prioridades. As pessoas, as empresas, o investimento, o território e também a internacionalização da marca Portugal ou de Portugal. Vamos primeiro ao primeiro ponto que são as pessoas. O setor do turismo sofreu um forte impacto com a pandemia e houve um grande êxodo de pessoas. Já se ouviu que o setor do turismo ou da hotelaria, em concreto, deixou de ser “sexy”, mas também questões como o confinamento e o teletrabalho levou ou leva a que as pessoas encarem o trabalho de forma diferente. Tem focado a valorização, os melhores salários, planos de carreira, entre outros. Como atrair essas pessoas novamente para o setor do turismo e como captar novo talento para o setor do turismo?
Esse é um ponto muito importante. Aliás, quando se olha para a ET27, o primeiro desafio são as pessoas. Nós vamos desenvolver e estamos a trabalhar numa agenda para as qualificações e para o emprego no turismo, cujo objetivo é atrair mais pessoas para o setor do turismo e, ao mesmo tempo, também, reforçar as qualificações. Nesse âmbito, há várias medidas que podem concorrer conjugadamente para atrair mais pessoas para o setor do turismo. Evidentemente, uma chave é o aumento dos rendimentos e aqui vale a pena ter presente o esforço que o país tem feito e que de 2015 até hoje aumentámos em 50% o salário mínimo nacional, o salário médio aumentou 29% e olhando para o futuro, houve um acordo de Concertação Social muito positivo, que vai na direção certa, que é melhorar os rendimentos das pessoas. E também, obviamente, na área do turismo.

Por isso quero saudar as empresas que têm ido até mais além do que os valores previstos em sede de Concertação Social.

Uma segunda nota tem a ver também com a valorização daquilo que é a imagem dos profissionais do turismo. Estamos a desenvolver uma campanha para promover e valorizar as profissões do turismo. Uma terceira área tem a ver com conjugar a oferta e a procura, isto é, vamos desenvolver também um projeto para criar uma ligação entre aquilo que são as ofertas de emprego e aquilo que são as procuras de emprego. Juntar o mundo do mercado de trabalho com o mercado das empresas.

Não há essa ligação ou há campo para melhorar essa ligação?
Há espaço para melhorar e é isso que nos compete fazer. Como é que podemos colocar quem procura emprego com quem tem ofertas de emprego para que esse matching seja feito.

A formação, hoje, está de acordo com as necessidades do setor privado?
Diria que em grande medida, sim. Já temos hoje uma boa compatibilidade entre aquilo que é a oferta formativa e as necessidades das empresas. Mas temos que reforçar essa compatibilidade.

Nesse particular, temos previsto melhorar também as condições de formação. Por exemplo, no contexto das Escolas de Hotelaria e Turismo, que são escolas de excelência, que têm uma empregabilidade acima de 90%, temos de continuar a formar mais e melhores profissionais de turismo. E temos que atrair mais gente para as escolas de turismo, que, aliás, viu o número de alunos descer nos últimos anos.

Nesse âmbito vamos ter, também, um plano de investimentos para as escolas nos próximos três anos, que estimamos em cerca de 20 milhões de euros, para melhorar, apetrechar e modernizar ainda mais as nossas escolas de turismo. Temos ótimas escolas, mas há espaço para melhorar, nomeadamente, em algumas dimensões infraestruturais, algumas obras de melhoria na digitalização, e também na eficiência energética.

Estamos a trabalhar no reforço da competitividade fiscal das nossas empresas e temos de trabalhar também na simplificação

E trazer pessoas de fora.
Sim, isso é muito importante. Há um acordo com a CPLP, temos de ser mais ágeis também na emissão de vistos e, claro, queremos e temos uma perspetiva de acolher bem os nossos imigrantes. Nós nos podemos esquecer que 10% das contribuições para a Segurança Social são já de imigrantes. Repare que, em 2015, tínhamos 100.000 pessoas a contribuir para a Segurança Social, hoje são mais de 630.000 pessoas. Ora, isto chama-se inclusão, integração de pessoas.

Nós precisamos de ter, também, mão-de-obra estrangeira, mas integrar, incluir e valorizar.

As próprias Escolas de Hotelaria e Turismo vão ter formação específica para promover a inclusão das pessoas que vêm de fora.

Essa questão de trazer pessoas de fora também coloca outro desafio que é dar condições às pessoas, por exemplo, de habitação. Isso tem que estar também interligado entre os vários ministérios, as várias secretarias de Estado e os diversos municípios.
Sem dúvida. E é por isso que, no contexto do PRR, a segunda maior rubrica é da habitação. É uma prioridade política absoluta. Mais e melhor habitação.

Isso também poderá passar por uma maior flexibilização fiscal para as empresas?
Estamos a trabalhar no reforço da competitividade fiscal das nossas empresas e temos de trabalhar também na simplificação.

E onde temos de simplificar ainda mais é nos apoios. Deixe-me dizer, vamos ter o maior volume de fundos europeus à nossa disposição e temos de ser mais ágeis e simplificar os procedimentos. Mas para além de ter de simplificar, recorrendo à tecnologia, temos também de explicar melhor os apoios. E é por isso mesmo que muitos dos apoios que temos lançado, tenho feito questão que se façam sessões de esclarecimento às instituições.

Quer dizer que muitas vezes os apoios estão lá, mas até as próprias empresas não compreendem como aceder a esse apoio?
Em alguns casos, sim. Temos de explicar mais os apoios, explicar mais as regras. Vamos ter um grande volume de fundos europeus e esses fundos têm de ser explicados para que se as empresas se possam candidatar e apresentar boas candidaturas.

Apontou os fundos que Portugal vai receber e todos sabemos que os balanços das empresas, ao longo destes dois anos, foram severamente atingidos. Portugal irá receber, via PRR, de facto, muito dinheiro para ajudar a economia. Concretamente para o setor do turismo, de que valores estamos a falar?
O que lhe posso dizer é que no contexto do PRR temos uma agenda para a área do turismo, para desenvolver o turismo, para acelerar e transformar o turismo de 151 milhões de euros. É um consórcio que envolve mais de 50 instituições focado em inovação, transição digital e transição energética. Portanto, são três grandes áreas e temos intenção de contratualizar essa agenda rapidamente.

Mas para além da agenda específica para o turismo, temos ainda apoios específicos para a transição digital das empresas onde o turismo se pode candidatar.

Temos também apoios no domínio da eficiência energética, que é muito importante na área do turismo. Depois temos também o domínio das qualificações.

Portanto, ainda que seja de banda larga, a verdade é que o turismo é um beneficiário direto. Eficiência energética, transição digital, qualificações, a que se soma a agenda mobilizadora para a área do turismo.

Mas temos ainda outra componente muito importante para as empresas, que é o reforço da competitividade. E um exemplo concreto são os dois avisos recentemente lançados pelo Banco Português de Fomento, com 400 milhões de euros para apoiar as empresas para a capitalização, para o crescimento das empresas.

Isto são vários exemplos, só no PRR. A isso somamos o Portugal 2030 (PT2030) e aí existem vários sistemas de incentivos para reforço da competitividade das empresas onde o turismo se inclui, mas também para a internacionalização das empresas do turismo. E a verdade é que, face ao Portugal 2020, o 2030 e o PRR terão mais 90% de apoios para as empresas. Isso é um dado muito importante para as empresas no geral e onde se inclui o turismo.

Diria que esta é uma oportunidade única para alavancar, de facto, o setor do turismo para o futuro?
É uma oportunidade muito importante para garantir a sustentabilidade e competitividade do turismo, porque hoje já somos um país de referência no turismo mundial. Mas temos de assegurar que continuamos a ser competitivos e sustentáveis. E é por isso que a competitividade e a sustentabilidade ganha-se na transição digital, na transição climática, na coesão territorial, na sustentabilidade em sentido mais lato. Para isso temos os instrumentos prontos.

Mas a boa aplicação dos fundos europeus é um desafio que convoca a todos. Convoca o Governo, porque tem de definir as grandes prioridades, criar as condições de governação dos fundos europeus, mobilizar os instrumentos de política pública, os avisos.

Criar as ferramentas para concretizar.
Exatamente. Mas depois convoca as instituições que têm de lançar os avisos, analisar os projetos nos prazos que estão previstos, proceder aos pagamentos dentro dos prazos previstos. Mas convoca também os promotores, os públicos e os privados, para construir bons projetos, para os executarem dentro dos prazos, para cumprir as metas com que se comprometeram e que convoca também quem escrutina, aqueles que fiscalizam os fundos. Por isso, isto é um desafio que convoca todos.

Mas dizer também que Portugal tem sido, no contexto europeu, reconhecido como um bom estudo de caso na boa aplicação dos fundos europeus. Vários estudos e relatórios o demonstram.

Portugal tem estado a cumprir com todas as metas e marcos e que a Comissão Europeia, pedido pagamento após pagamento, reconhece e transfere. Essa avaliação positiva acontece porque estamos a cumprir.

Mas como é que responde às empresas quando criticam a morosidade na receção desses apoios?
A questão é muito simples. Não podemos querer que no início do plano estejamos no fim do plano. Há etapas. No início do plano, não podemos ter já os projetos feitos, concretizados e pagos. Não é possível. Estamos no início do PRR e não no fim do PRR. Temos um período de execução.

Por outro lado, os apoios às empresas assentam numa lógica concorrencial, isto é, abre-se um aviso para apoios às empresas, abre-se um concurso, as entidades organizaram as suas estratégias, os seus consórcios definem as prioridades. Depois há um júri que tem de avaliar e depois de avaliar, há a aprovação. Depois segue-se a fase de execução e só quando estamos a executar é que se pode efetivamente pagar. Não podemos ter pagamentos sem obra feita.

O que temos de garantir é que temos bons projetos e que se cumpre a lei na aplicação dos fundos europeus, com agilidade e com simplificação.

Não podemos querer que no início do plano estejamos no fim do plano

Outro tema que também é uma prioridade e que tem sido muito focado é o da coesão territorial, de uma maior aposta no interior. Contudo, o interior tem muitos desafios, chamar empresas e, fundamentalmente, também chamar pessoas para o interior. Na FITUR tivemos a apresentação da Estratégia Transfronteiriça para Portugal e Espanha, mas como diz, agora é preciso concretizar. Que políticas estão a ser colocadas em marcha para que isso seja concretizado? Trata-se de um projeto que pode ser encarado a curto prazo ou terá de ser a médio e longo prazo?
Uma nota prévia, a coesão territorial é um desígnio nacional e o turismo pode dar um contributo muito importante para a coesão territorial. Porquê? Porque o turismo pode e deve ser uma âncora de desenvolvimento do interior. O turismo tem um efeito multiplicador. Quando falamos de atividade turística, falamos de dormidas, de restauração, mas falamos também do agroalimentar, da construção, da cultura, dos transportes, da habitação. Portanto, quando falamos em levar turismo ou ter turismo num determinado território, estamos a falar em dinamizar várias atividades económicas conexas.

Portanto, não se pode só olhar para a Secretaria de Estado do Turismo, mas tem de se olhar para uma multiplicidade de interlocutores do Governo?
O que eu quero dizer é que, se projetarmos e dinamizarmos o turismo no interior, vai suscitar todo um conjunto de atividades económicas conexas. Se nós tivermos mais turismo no interior, vamos ter necessidade de mais oferta hoteleira, mais restauração, mais construção, mais transportes, mais cultura, mais agroalimentar. O efeito multiplicador do turismo é, de facto, muito relevante para a coesão territorial.

Mas qual é o nosso ponto de partida? O nosso ponto de partida é de um país que tem cerca de 90% da procura turística no litoral. E isso deriva daquilo que é os recursos turísticos excecionais que temos no nosso país, nomeadamente no litoral. Ora, nós queremos continuar a ter um turismo em todo o país, mas queremos também que haja mais turismo no interior que também tem esses recursos excecionais.

Portanto, o que eu quero deixar muito claro é que, sem prejuízo da importância estratégica que têm os nossos destinos turísticos mais consolidados, como Algarve, Lisboa, Madeira, Porto, que são nossas bandeiras do turismo, são os nossos cartazes de primeira linha, temos de ter mais políticas para o desenvolvimento turístico do interior, porque o nosso desígnio é termos turismo em todo o território.

Acho que é um objetivo que me parece muito lógico, termos turismo em todo o território e ao longo de todo o ano.

E haver a possibilidade de promover Portugal com mais diversidade em termos de oferta?
Alargar a nossa base de oferta para alargarmos também a nossa base de procura e de mercados. E quando falamos de interior, temos que olhar também para aquilo que é a centralidade do interior português na Península Ibérica. Olhar também para aquilo que o mercado espanhol. Por isso mesmo, os projetos que temos, por exemplo, de ligações transfronteiriças no PRR, são projetos muito importantes. Bragança com Puebla de Sanabria, duplicação do IC 31 Monfortinho, temos Nisa à Extremadura, Alcoutim com a Andaluzia. Essas portas de entrada, a que se soma a de Vilar Formoso e de Valença, são pontes. Os projetos transfronteiriços que estão no PRR são pontes para o futuro desenvolvimento do país.

Depois temos os outros de promoção turística e também de dinamização. Nesse capítulo vamos ter projetos das mais diversas áreas. Vamos querer lançar um programa específico para a valorização turística do território, para os seus recursos turísticos, a preservação e valorização, vamos diferenciar positivamente projetos que contribuam para a afirmação do turismo interior. Dou-lhe o exemplo do “Portugal Events” em que teremos uma diferenciação positiva para projetos que se localizem no interior.

Promoção externa
Outra das prioridades é a internacionalização do destino, da marca Portugal, da visibilidade de Portugal a nível internacional. Registou-se uma consolidação dos mercados tradicionais, mas, fundamentalmente, houve um grande destaque de alguns mercados como os EUA. Isso poderá levar a um afinar das agulhas da promoção externa?
As agulhas da promoção externa estão afinadas e estamos sempre disponíveis para afinar ainda mais.

Temos de estar sempre atentos às mudanças do mercado, ao comportamento desses mercados e às respetivas tendências e, portanto, sim, temos sempre que afinar e melhorar a nossa atuação.

E na verdade, também afinar a internacionalização à conectividade aérea, e aí também estamos a trabalhar para reforçar essa conectividade aérea. Falou no mercado dos EUA, é muito importante, é já o primeiro mercado em Lisboa. Isso diz bem da importância desse mercado.

Mas não nos podemos esquecer que 80% da nossa procura externa está na Europa. Por isso, vamos reforçar a nossa presença nos mercados internacionais, não só porque vamos participar em mais feiras, mas também porque vamos dinamizar e participar em iniciativas internacionais. Vamos ter uma iniciativa em Londres, outra em Washington (EUA), com o Financial Times, no sentido de promover Portugal lá fora, para assegurar a nossa presença internacional.

A coesão territorial é um desígnio nacional e o turismo pode dar um contributo muito importante para a coesão territorial

E Portugal tem conseguido, de facto, diversificar a sua oferta relativamente a estas novas tendências que todos apontam, nomeadamente, esta preocupação com a sustentabilidade?
Este é um ponto muito importante. Nós hoje, de facto, temos um turista mais exigente, mais verde, mais ecológico, mais preocupado com as questões ambientais, que procura experiências mais desafiantes, mais autênticas e, portanto, quer um turismo mais customizado, mais personalizado. Nessa medida, esse é um desafio que se coloca hoje aos destinos e às empresas. Ir ao encontro dessas tendências do turismo, para um turista mais informado, porque também tem acesso a mais informação.

O turista quando visita um destino, já sabe o que procurar, tem pontuações, tem rankings, tem comentários, tem informação do destino, das empresas e dos sítios a visitar. Isso obriga à transformação dos próprios modelos de negócio, das próprias empresas e também na forma como trabalham os destinos turísticos.

E é por isso mesmo que o PRR e aquilo que é, por exemplo, a Agenda para o Turismo e os apoios do PT2030 estão direcionados para dar resposta a essas dimensões. Queremos as nossas empresas mais capacitadas do ponto de vista digital, queremos as nossas empresas com comportamentos ambientais mais sustentáveis, apoiando a sua eficiência energética, a gestão dos resíduos, a gestão da água e queremos também os nossos destinos com mais preservação e valorização dos nossos recursos turísticos. A base de sustentação da atividade turística é o nosso património natural e cultural. E se queremos ser competitivos e sustentáveis, temos de garantir a sustentabilidade destes nossos pontos turísticos.

A conectividade
Contudo, voltando à questão da conectividade, Portugal tem um problema, porque falando da infraestrutura que recebe mais turistas em Portugal, o aeroporto de Lisboa, está com a sua capacidade nos limites. Uma pergunta muito simples, conta ter uma decisão relativamente à nova localização do aeroporto de Lisboa até ao final deste ano?
Isso está a ser analisado por uma Comissão Técnica que foi nomeada, feito também em articulação com os vários parceiros e é por esse estudo que temos que acordar. Evidentemente, e não é matéria discussão, de uma nova solução aeroportuária. Acho que vale a pena ter presente que para o Aeroporto de Lisboa estão previstos, no plano de investimentos da ANA, melhorias para a atual infraestrutura aeroportuária.

Também dizer que no ano passado foram adotadas medidas muito importantes ao nível dos tempos de espera, a implementação de um novo sistema, mais rápido, mais ágil.

Se, por um lado, estamos a ter o respostas de curto prazo, está-se a trabalhar numa futura solução que tem de ser estudada, está a ser estudada para ser o mais consensual e se agir o mais rapidamente.

Mas teme que Portugal possa perder aqui alguma atratividade?
Portugal está num caminho ainda de crescimento, crescimento sustentável e de crescimento em valor. Temos uma rede de estruturas aeroportuárias muito capaz. Temos de melhorar, claramente, a questão de Lisboa e isso é o que está a ser estudado.

Não é a sua pasta, mas agregado ao facto de uma infraestrutura aeroportuária para Lisboa, também temos a questão da TAP e a privatização da TAP. Tem se falado muito em três possíveis interessados – Grupo Lufthansa, Grupo IAG e Air France KLM. Esse dossiê estará para breve ou a sua definição e concretização ainda demorará algum tempo?
Sobre esse dossiê em particular, como diz e bem, está noutra área governativa e, portanto, não quero pronunciar-me.

Mas afeta o turismo?
Com certeza e percebo o alcance da pergunta e a pertinência da mesma. Creio que os colegas que estão com essa área podem responder melhor. Mas há uma coisa que lhe posso dizer, a TAP é uma empresa estratégica para o país por aquilo que é a sua ligação ao mundo, pela diáspora, pelo contributo que tem para o turismo do país.

Dito isto, sendo Portugal um dos destinos turísticos mais competitivos do mundo, um dos destinos mais fortes em termos mundiais na área do turismo, o nosso objetivo é reforçar a conetividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas.

Espero dar um contributo para que o legado coletivo de um mandato possa deixar um país ainda mais competitivo, mais reconhecido internacionalmente e mais coeso

Até porque hã a questão do hub de Lisboa que poderá, eventualmente, sofrer alguma transferência?
O tema está a ser estudado e muito bem estudado pela área governativa que acompanha esse dossier para garantir todos os interesses do Estado português. E isso estará seguramente acautelado. Quando digo o Estado português falo do país e, também, evidentemente, na sua dimensão turística.

E depois de um ano recorde?
Fechámos o ano de 2002. Como que espera chegar ao final de 2023?
As perspetivas procuro tê-las com base em, por um lado, relatórios ou estudos de previsão e, por outro, também aquilo que o mercado nos diz. E aquilo que o Banco Portugal nos diz é que teremos um crescimento de 8,6% nas exportações de turismo. Por outro lado, aquilo que nos diz o mercado, aquilo que são os sinais que temos das empresas, também eles são sinais positivos, sinais de confiança, de otimismo.

Evidentemente, há sempre um contexto em que não conseguimos prever o futuro face à incerteza externa. Mas os sinais que temos são positivos.

Eu olho para 2023 com confiança e com um otimismo moderado, por força daquilo que são as previsões do Banco Portugal e pelos sinais que as empresas nos dão.

Teme de alguma forma que o conflito que está a decorrer, infelizmente, possa influenciar ou impactar ainda mais o turismo em Portugal?
Esse é um conflito que a todos nos deixa muito tristes do ponto de vista humano e coletivo, enquanto sociedade. Evidentemente que tem também impacto na economia global e particularmente europeia. Mas creio que não é possível estar a fazer previsões face a contextos tão voláteis.

Na última edição do WTM, o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo considerava que os responsáveis, tanto nacionais como locais e tanto privados como públicos do universo do turismo, devem deixar um legado. Que legado é que o Nuno Fazenda gostaria de deixar no turismo?
É uma boa pergunta boa. Mas há um legado que queremos deixar, dar um contributo para que Portugal seja um país mais competitivo e mais coeso do ponto de vista turístico. Se no final conseguirmos ter um país que conseguiu fazer algumas transformações ao nível da sua competitividade em termos de destino sustentável, mais coesão, termos turismo em todo o país e ao longo de todo o ano, assente em padrões de sustentabilidade, acho que isso seria algo muito positivo.

Mas nestas coisas não há legados individuais, há legados coletivos. O que espero é poder dar um contributo para que o legado coletivo de um mandato possa deixar um país ainda mais competitivo, mais reconhecido internacionalmente e mais coeso.

Isso faz-se com muito empenho, com humildade, com tempo e com trabalho conjunto.

Como disse no início, resolver os problemas do presente, mas com os olhos postos no futuro e com uma marca que é concretizar.

 

 

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Turismo Centro de Portugal recebe 3M€ de fundos comunitários para promover região

A TCP vai receber de três milhões de euros para a promoção turística da região, verba proveniente de fundos europeus, que vai chegar ao abrigo do novo quadro comunitário.

A Turismo Centro de Portugal e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) oficializaram esta quinta-feira, 2 de maio, a atribuição de três milhões de euros para a promoção turística da região, verba que vai chegar ao abrigo do novo quadro comunitário europeu.

A cerimónia, que contou com a presença de Raul Almeida, presidente da TCP, Isabel Damasceno, presidente da CCDRC, e Purificação Reis, presidente da ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima, serviu para ratificar o Termo de Aceitação da Candidatura “Promoção Turística e Sustentabilidade da Região Centro 2023-2025”, submetido pela TCP no âmbito do Programa Regional do Centro (Centro 2030).

“O plano de ação contemplado pela candidatura visa reforçar a notoriedade da região Centro de Portugal e a sua dinamização económica, por via da difusão e comercialização da sua oferta turística. Este esforço contribuirá para solidificar a região como um destino turístico sustentável e de excelência”, indica a TCP, explicando que “a primeira fase de investimento desta operação, para o período 2023-2025, tem o valor de três milhões de euros”.

Para Raul Almeida, este apoio é importante não apenas para a TCP, já que é também fundamental para “todo o território e para a atividade turística na região”.

“Esta estratégia resulta de longas reuniões com parceiros em toda a região, incluindo Comunidades Intermunicipais, Proveres e outros intervenientes que têm um papel essencial na promoção do turismo regional. A colaboração e articulação entre todos foi fundamental para alcançarmos este resultado”, sublinha o presidente da TCP.

A candidatura apresentada aos fundos europeus assenta em cinco pilares fundamentais, concretamente “Campanhas e ativação da marca e destino”; “Instrumentos de promoção e comunicação transversais (online e offline)”; “Observatório do Turismo Sustentável da Região Centro”; “Instrumentos de promoção e comunicação por produto turístico” e “Turismo religioso”.

“Temos trabalhado com a Entidade Regional de Turismo de forma coordenada, com uma estratégia pensada em conjunto, para que os apoios na área do turismo não sejam avulsos, mas pensados de forma integrada. Essa é a forma correta de trabalhar. O turismo tem grandes potencialidades na região, como os números indicam. Temos de continuar a apostar neste setor e a Turismo Centro de Portugal é a entidade certa para fazer este trabalho”, considera ainda Isabel Damasceno.

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Plataforma Nacional de Turismo debate o futuro do turismo em Portugal

O primeiro fórum da Plataforma Nacional de Turismo (PNT) visa debater a “importância crítica do turismo para a economia nacional, influenciando diretamente o PIB, o emprego, o investimento e o desenvolvimento territorial”. 

A Plataforma Nacional de Turismo (PNT) vai realizar, a 9 de maio, o seu primeiro fórum, que vai ter lugar em Aveiro, sob o tema “Que futuro para o turismo em Portugal?”.

A iniciativa, que decorre entre as 09h30 e as 17h00, no Auditório Renato Araújo, na Reitoria da Universidade de Aveiro, visando debater a “importância crítica do turismo para a economia nacional, influenciando diretamente o PIB, o emprego, o investimento e o desenvolvimento territorial”.

“O evento abordará como o turismo pode atuar como um catalisador para o desenvolvimento sustentável, trazendo benefícios também para setores como agricultura, saúde, bem-estar e tecnologia”, explica a PNT, em comunicado.

O evento vai decorrer em paralelo com a Conferência Internacional INVTUR, permitindo que os participantes tenham “interações
enriquecedoras com académicos e especialistas do setor turístico de
renome mundial”.

“O evento apresentará uma variedade de sessões, incluindo
discussões sobre novas direções para o turismo, sustentabilidade e o
impacto da pesquisa no setor”, lê-se ainda na informação divulgada.

O programa deste evento arranca com a sessão de abertura, que conta com a participação de Carlos Costa, presidente da Direção da PNT;
Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro; Raul Almeida, presidente da Entidade Regional Turismo Centro de
Portugal; estando ainda por confirmar a presença de Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo.

Pelas 10h00, tem início o debate com o tema “Novas direções para o turismo: conclusões apresentadas pelos coordenadores dos Think tanks da PNT”.

Às 12h00, é a vez do professor Dimitrios Buhalis, da University of Bournemouth, apresentar o tema “The future of tourism through smart tourism metaverse and artificial intelligence”, enquanto, pelas 14h30, é a vez da professora Cathy Hsu, da Hong Kong Polytecnhic University, apresentar o tema “Research with impact: A tool to support social
sustainability of tourism”.

Entre as 15h00 e as 17h00, o debate centra-se no tema “Que futuro e agenda para o turismo em Portugal?”, contando com a participação de Bernardo Trindade, presidente da AHP; Carlos Moura, presidente da AHRESP; e Raul Almeida, presidente do Turismo do Centro de Portugal; num debate com a moderação de Carlos Costa, professor catedrático da Universidade de Aveiro e presidente da Direção da PNT.

O encerramento desta iniciativa decorre pelas 17h00, com a participação de Patrícia Remelgado, da portodosmuseus.pt e vice-presidente da PNT, assim como de Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP e vice-presidente da PNT.

As inscrições para este fórum já se encontram a decorrer e podem ser realizadas aqui.

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Algarve mostra-se na Expovacaciones em Bilbau

O Turismo do Algarve vai estar mais uma vez presente na Expovacaciones, em Bilbau, uma das principais feiras de turismo do mercado espanhol, que terá lugar de 10 a 12 de maio. A região promete cativar os visitantes com demonstrações gastronómicas, ofertas diversificadas e experiências únicas.

Este ano, a Expovacaciones, que atraiu mais de 20 mil visitantes na sua última edição, introduziu o conceito inovador “Experimenta & Saboreia”, oferecendo aos participantes a oportunidade de vivenciar experiências sensoriais e explorar a gastronomia local dos destinos representados. O Turismo do Algarve, em parceria com os municípios de Albufeira, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão e Vila Real de Santo António, estará presente com um stand de 63 metros quadrados de área para destacar a Dieta Mediterrânica e promover os voos diretos entre Bilbau e Faro.

O presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, destaca a importância da participação na Expovacaciones: “Depois de Madrid e Barcelona, a nossa presença nesta feira em Bilbau é uma oportunidade extraordinária para continuar a mostrar ao público espanhol tudo o que o Algarve tem para oferecer”, com vista a “alavancar a procura deste importante mercado de proximidade pela região.”

Além de demonstrações gastronómicas diárias, o stand do Algarve oferecerá informação turística sobre o destino e os municípios presentes durante todo o evento.

 

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Guimarães adere a estratégia de promoção do enoturismo

A proposta de adesão do município de Guimarães à Associação de Municípios Portugueses do Vinho, ratificada na última Assembleia Municipal, surge no contexto da estratégia de promoção vinícola do território, favorecendo a sua promoção integrada e dos seus produtos endógenos.

O município de Guimarães acaba de sinalizar a sua disposição de aderir à Associação de Municípios Portugueses do Vinho, com a participação de Paulo Lopes Silva, vereador da Câmara Municipal, na reunião extraordinária da Assembleia Intermunicipal AMPV, que decorreu em Santarém.

No total, são já 140 os municípios que fazem parte desta Associação de Municípios que é já a segunda maior do país, logo a seguir à Associação Nacional dos Municípios Portugueses.

Esta adesão surge no contexto da estratégia de promoção vinícola do território, favorecendo a sua promoção integrada e dos seus produtos endógenos. Para Paulo Lopes Silva, fazer parte desta associação promove “o desenvolvimento de redes de trabalho e de cooperação”, que potenciam a “promoção do território enquanto destino vinícola”. Com esta adesão, o município de Guimarães consegue garantir a “participação em eventos com elevado potencial promocional”, bem como a integração na Recevin – Rede Europeia de Cidades do Vinho, permitindo internacionalizar os vinhos de Guimarães.

Refira-se que a Associação de Municípios Portugueses do Vinho é uma pessoa coletiva de direito público sem fins lucrativos, cujo objetivo consiste na afirmação da identidade histórico-cultural, patrimonial, económica e social dos municípios portugueses e dos territórios ligados à produção de vinhos de qualidade. É composta por uma rede de cerca de 130 municípios portugueses com vincada tradição vitivinícola, que tem em vista o desenvolvimento e implementação de projetos conjuntos de promoção e valorização da cultura e dos produtos endógenos.

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Rali de Portugal leva milhares de pessoas e tem impacto na economia do Centro de Portugal

O Rally de Portugal é um produto turístico de excelência, que atrai à região Centro de Portugal uma enorme quantidade de gente, de fora e de dentro do país, com impacto na economia regional, foi referido na assinatura do contrato-programa que oficializa a passagem da prova na região.

A Turismo Centro de Portugal, o ACP – Automóvel Club de Portugal e vários municípios da região que recebem este ano o Vodafone Rally de Portugal assinaram, na Figueira da Foz, o contrato-programa que oficializa a passagem da prova na região. Jorge Sampaio, membro da comissão executiva, representou a Turismo Centro de Portugal no evento.

“O Rally de Portugal é um produto turístico de excelência, que atrai à região Centro de Portugal uma enorme quantidade de gente, de fora e de dentro do país, com impacto na economia regional”, disse o dirigente do turismo regional para realçar que é graças ao esforço conjunto de várias entidades que a região tem conseguido receber, ano após ano, o Vodafone Rally de Portugal: “A possibilidade de recebermos o rali resulta de algo que estamos muito habituados a fazer, que é trabalhar em conjunto”.

O Vodafone Rally de Portugal 2024 tem a partida cerimonial em Coimbra, agendada para as 17h00 de dia 9 de maio, seguindo-se, no mesmo dia, a superespecial de abertura, na Figueira da Foz, às 19h05. No dia 10, o rali terá duas passagens pelos troços de Mortágua, Lousã, Góis e Arganil, todos no Centro de Portugal.

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Dertur Campus Academy celebra 50ª edição em novembro e traz mais de 300 agentes de viagens alemães ao Algarve

O Epic Sana Algarve foi palco da apresentação do evento Dertour Campus Academy, que celebra este ano a sua 50ª edição. Este encontro, com data marcada para o próximo mês de novembro, irá reunir na região do Algarve mais de 300 agentes de viagens alemães, cuidadosamente selecionados.

A Associação Turismo do Algarve (ATA) avança nas redes sociais que, para além das sessões de training planeadas ao longo do evento, os participantes terão a oportunidade de descobrir o potencial turístico da região e explorar a vasta oferta deste destino turístico.

A Associação Turismo do Algarve/ VisitAlgarve assume o papel de patrocinador principal deste evento, e diz estar “confiante no impacto que terá no mercado a curto prazo, crucial para a região”.

Por sua vez, e ainda nas redes sociais, o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, realça que a região foi sempre um destino de eleição para os viajantes alemães e os números mais recentes comprovam que este interesse continua a crescer. Recorda que, em 2023, o mercado alemão registou um crescimento notável de 17,3% em número de hóspedes e de 14,7% em número de dormidas face ao ano anterior.

“Estes indicadores revelam que, ao longo dos anos, o Algarve tem sabido reinventar-se e acompanhar as preferências destes turistas, mantendo-se como um destino atrativo e competitivo, em linha com as tendências do mercado, sem nunca descurar a autenticidade, a hospitalidade e a riqueza da sua oferta, reconhecidos como traços diferenciadores desta região”, destacou.

Refere ainda, que “aqui, no Algarve, em novembro, 300 agentes de viagem alemães terão a oportunidade de vivenciar algumas das experiências únicas que o nosso destino proporciona, tendo sempre como imagem de fundo as nossas belas paisagens naturais e a nossa arte inata de bem receber”.

Na sua página oficial nas redes sociais, André Gomes dirige, um apelo aos parceiros locais: “O sucesso deste evento depende também da vossa participação ativa e do vosso empenho em promover o Algarve como um destino diferenciador”, acrescentando que “o vosso contributo é essencial para tornar esta nossa estratégia de promoção ainda mais forte e eficaz e para, em conjunto, conseguirmos alcançar grandes conquistas para o turismo da região”.

O presidente do Turismo do Algarve dirige um agradecimento especial, Raquel Oliveira e Cristina Rosa, que sem os seus empenhos e profissionalismo “não seria possível captar e operacionalizar este evento que, não obstante ter lugar na nossa região, contempla ainda pré tours em todas as regiões de Portugal, continente e ilhas”.

 

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Albufeira promove sessões de esclarecimento sobre aplicação da taxa turística

A taxa turística em Albufeira começa a ser aplicada a partir do dia 21 de maio, mas antes disso, a Câmara Municipal vai levar a cabo ações de esclarecimento para os detentores dos cerca de nove mil alojamentos locais e responsáveis pelas cerca de 150 unidades hoteleiras existentes no concelho. Ao todo serão seis ações, divididas pelos dias 10 e 14 de maio.

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O município de Albufeira agendou seis sessões de esclarecimento para os dias 10 e 14 de maio, acerca da taxa turística que começa a ser aplicada no concelho a 21 de maio, nomeadamente quanto à forma de cobrança e pagamento da mesma, anuncia a autarquia em comunicado.

As ações da manhã arrancam às 11h00 e decorrem até à 13h00, para os responsáveis pelos hotéis. À tarde, os responsáveis pelos alojamentos locais serão divididos em dois grupos, um para a sessão das 14h00 às 16h00 e outro das 18h00 às 20h00, todas no Auditório Municipal de Albufeira.

As sessões de esclarecimento são gratuitas, mas carecem de inscrição para efeitos de organização, pelo que a autarquia solicita a confirmação e escolha do dia e hora da sessão através do email: [email protected].

O regulamento da taxa turística do município de Albufeira visa, conforme avança nota publicada no site oficial da Câmara Municipal, assegurar que os recursos necessários ao desenvolvimento do turismo no concelho sejam também assegurados pela própria atividade turística, através da contribuição dos próprios turistas, assegurando uma base de proporcionalidade, ponderação e equilíbrio, com o objetivo de preservar a competitividade do município no contexto nacional e internacional de destinos turísticos de referência.

De acordo ainda com o regulamento, a taxa tem um valor de dois euros entre 1 de abril e 31 de outubro (época alta) e será cobrada até ao máximo de sete noites seguidas a todos os hóspedes com idade igual ou superior a 13 anos.

Refira-se que foi publicado em Diário da República, de 30 de abril, que a entrada em vigor da taxa turística seria no dia 2 de maio, contudo, no que concerne a Albufeira, “encontra-se suspensa até ao dia 20 de maio, dado terem surgido alguns constrangimentos na utilização da aplicação informática de pagamento, prevendo-se como data de início da cobrança, o dia 21 de maio”, esclarece o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo.

Segundo o autarca, embora o turismo promova o desenvolvimento económico e social, “ele implica também uma sobrecarga da atuação pública e na própria prestação de serviços municipais, pelo que se torna essencial termos uma capacidade de resposta na medida do crescimento da procura, bem como assumir as melhores estratégias para permitir o desenvolvimento de um ambiente sustentável, adequado e infraestruturado”.

José Carlos Rolo adianta que Albufeira pretende investir em projetos referentes às seguintes áreas de atuação: acessibilidades e valorização da orla costeira, ações no âmbito das alterações climáticas, sustentabilidade e mobilidade, apoio às forças de socorro e emergência, apoio à saúde, património cultural e promoção de atividades culturais e desportivas, promoção turística, ações de valorização turística, manutenção e conservação de infraestruturas em zonas turísticas e desenvolvimento de novos produtos turísticos.

 

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Guimarães volta a concorrer a Capital Verde Europeia 2026

A short-list com as três cidades finalistas ao titulo de Capital Verde Europeia 2026 deverá ser conhecida no próximo mês de junho, sendo a cidade vencedora anunciada em outubro.

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A cidade de Guimarães voltou a candidatar-se a Capital Verde Europeia 2026, depois de, no ano passado, ter sido uma das cidades finalistas para a edição de 2025.

“O município reforça assim o seu empenho e compromisso em atingir o objetivo, através da aposta contínua no desenvolvimento sustentável do território”, refere a autarquia, num comunicado enviado à imprensa.

Na informação divulgada, a Câmara Municipal de Guimarães recorda que, em 2023, a cidade foi uma das três finalistas a representante em 2025, mas o título acabaria por ser atribuído à cidade de Vilnius, na Lituânia.

Este ano, a short-list com as três cidades finalistas deverá ser conhecida no próximo mês de junho, sendo a vencedora anunciada em outubro.

“Guimarães tem realizado, nos últimos anos, um trabalho de excelência no que respeita ao ambiente, sendo atualmente uma referência a nível mundial nesta área”, sublinha Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães.

De acordo com o autarca, além dos vários projetos em curso, a cidade tem vindo também a apostar num “processo de sensibilização, com o objetivo de unir toda a população e colocar os cidadãos no centro deste caminho de futuro ambientalmente sustentável”.

Recorde-se que Guimarães tem vindo a promover a sustentabilidade e ações ambientais, através do seu ecossistema de governança integrador, participativo e multidisciplinar, conhecido como Guimarães 2030.

“Este modelo, coordenado pelo município em conjunto com o Laboratório da Paisagem, envolve universidades, empresas, associações sem fins lucrativos, o Governo, decisores políticos e cidadãos. O objetivo é tornar o território climaticamente neutro até 2030, com foco na investigação, educação e sensibilização ambiental”, acrescenta a autarquia.

A Capital Verde Europeia, iniciada em 2010 pela Comissão Europeia, promove cidades sustentáveis, reconhecendo anualmente uma cidade líder nos padrões ambientais e metas ambiciosas de sustentabilidade urbana e combate às alterações climáticas.

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Enoturismo do Alentejo cresce 27% em 2023

Além dos turistas nacionais, que representam 50% da procura pelo enoturismo do Alentejo, esta atividade é também procurada por brasileiros e americanos, registando-se ainda crescimentos nos mercados da Suíça, Espanha, França, Bélgica, Reino Unido e Canadá.

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A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) anunciou que, no ano passado, o enoturismo do Alentejo cresceu 27% face ao ano anterior, num crescimento que foi impulsionado por turistas nacionais, mas também provenientes do Brasil e EUA.

“O mercado nacional lidera o ranking de visitantes, representando 50% do total de interessados pelos vinhos da região”, destaca a CVRA, explicando que os brasileiros e americanos fecham o Top3.

Além destes principais mercados, também o número de turistas provenientes de outras nacionalidades tem vindo a subir, com destaque para a Suíça, Espanha, França, Bélgica e Reino Unido.

A CVRA refere, no entanto, que, no ano passado, “o Canadá foi a nacionalidade que registou um maior aumento, na ordem dos 75%”.

“O enoturismo é uma referência para o turismo no Alentejo, que potencia não só a vinda de turistas à região como contribui para a dinamização da economia alentejana. A tradição vitivinícola é milenar, com vinhos de qualidade e reconhecidos internacionalmente, sendo os programas de atividades diversificados, algo que atrai cada vez mais turistas interessados em conhecer a região, a cultura, a gastronomia e as gentes alentejanas”, salienta Francisco Mateus, presidente da CVRA.

As visitas guiadas às vinhas, às adegas e às caves, as provas de vinhos, os workshops e cursos vínicos, as sessões de vinoterapia, os passeios a pé, de bicicleta e, até, a cavalo pelas vinhas são algumas das atividades mais procuradas.

“Estas atividades constituem experiências únicas e enriquecedoras a todos os visitantes, permitindo que conheçam de perto a produção dos vinhos e que descubram os aromas e paladares tão peculiares que tornam os Vinhos do Alentejo Únicos por natureza”, acrescenta a CVRA.

Os turistas que procuram o enoturismo no Alentejo podem também realizar algumas rotas, concretamente a Rota de São Mamede (Distrito de Portalegre), Rota Histórica (Distrito de Évora) e Rota do Guadiana (Distrito de Beja), sendo que a Rota Histórica é, segundo a CVRA, aquela que “apresenta o número mais elevado de “enoturistas””, ainda que o maior crescimento se tenha verificado na Rota do Guadiana, que cresceu 44% face ao ano anterior.

 

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Living Tours volta a pagar 15.º mês de salário aos colaboradores

Segundo a Living Tours, a decisão de pagar o 15.º mês de salários aos colaboradores deve-se aos “resultados positivos de faturação e expansão de infraestruturas” que a empresa alcançou em 2023.

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A Living Tours anunciou que, pelo segundo ano consecutivo, vai pagar o 15.º mês de salário aos seus colaboradores, decisão que se deve aos “resultados positivos de faturação e expansão de infraestruturas”.

“A completar 20 anos desde a sua fundação, o grupo destaca o período de crescimento excecional alcançado em 2023, ano em que registou 16 milhões de euros em vendas, um aumento de 50% face ao ano anterior, e uma equipa composta por 200 colaboradores”, refere a Living Tours, num comunicado enviado à imprensa.

Segundo Rui Terroso, CEO da Living Tours, a empresa testemunhou, no ano passado, um crescimento que além das “metas iniciais”, pelo que o pagamento do 15.º mês de salário é “uma forma de reconhecer o esforço de todos os que contribuíram para estes resultados e incentivar o desempenho coletivo da Living Tours”.

“Estamos animados para continuar este trajeto ascendente, sendo que o nosso objetivo atual passa não apenas para manter, mas também acelerar o ritmo de expansão e inovação com a digitalização que estamos a implementar em toda a empresa”, acrescenta o responsável.

No comunicado divulgado, a Living Tours explica ainda que o pagamento do 15.º mês de salário será realizado “de forma proporcional ao tempo de trabalho de cada colaborador que acompanhou e permaneceu na Living Tours durante 2023”.

“Esta é uma das medidas que reafirma o compromisso da empresa com o desenvolvimento de cada colaborador, que inclui a promoção do envolvimento das equipas no programa de responsabilidade social “Livingtourianos com Causa””, lê-se ainda na informação divulgada.

 

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