“Todas estas tecnologias são ferramentas de marketing extraordinárias”
É inquestionável, hoje, a importância da tecnologia no dia-a-dia de todos nós. Há, contudo, desenvolvimentos tecnológicos que ainda estão a consolidar-se, mas que, como mostrou Sílvia Leal, especialista internacional em tendências e tecnologia, que abordou o Metaverso turístico numa apresentação na Soltour Travel Partners durante a FITUR 2023, poderão ser utilizados pelo setor do turismo como uma ferramenta de comunicação e promoção.
Victor Jorge
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O Metaverso é um ambiente completamente novo, com novas regras, novos players, novos desafios, mas também novas oportunidades. Para Sílvia Leal, especialista internacional em tendências e tecnologia, admite que “o mundo do turismo não pode ficar para trás e as agências e outros players da indústria devem começar a considerar as possibilidades do Metaverso e a trabalhar nele se quiserem permanecer na vanguarda do setor”.
Quem utiliza atualmente o Metaverso no turismo?
Temos de partir do princípio que o Metaverso se encontra, neste momento, em desenvolvimento e num estado de consolidação. Não podemos pensar que as empresas estão a fazer grandes coisas no Metaverso, já que se trata de algo que ainda não está maduro. Por isso, o que importa agora são as experiências imersivas no Metaverso, ou seja, tudo o que está a ser feito com a Realidade Aumentada e com a Realidade Virtual. Assim, a resposta será, ainda pouco está a ser feito no Metaverso e o que está a ser feito é muito à base de tentativa e erro. Mas, nas experiências imersivas está a acontecer muito.
E quais são as principais diferenças entre o Metaverso e as experiências imersivas?
Atualmente, o que acontece é que se regista uma evolução na qualidade que permite ter uma experiência realmente imersiva. O que é que esta tecnologia permite? Permite que se mostrem destinos, experiências sem necessitar de estarmos no local. Isto pode ser feito dentro do Metaverso ou fora dele. O Metaverso é um repositório dessas experiências imersivas.
E a pandemia acelerou, de alguma forma, toda essa tecnologia?
Não nos lembramos, mas o primeiro Metaverso é de 2003, com o Second Life. O que a pandemia trouxe foi uma evolução global e uma melhoria considerável nos dispositivos a utilizar. Aqui, os videojogos e os smartphones vieram trazer uma panóplia de tecnologia que facilita a utilização destas “realidades imersivas”.
O mais importante, contudo, foi que todo este desenvolvimento trouxe consigo novas ferramentas de marketing que permitem, de forma emocional, concorrer com um videojogo ou as plataformas de streaming.
Por isso, o que posso afirmar, neste momento, é que todas estas tecnologias são ferramentas de marketing extraordinárias, permitindo que sintas experiências relativamente a um destino, hotel, evento que te irão facilitar na tomada de decisão.
Está aberto um novo canal de comunicação que, se for bem aproveitado e utilizado, só trará benefícios a todos.
Se for bem feita, bem promovida, a experiência virtual é somente o pontapé de saída para algo mais
E quais são os desafios que estas tecnologias enfrentam?
Consolidação, porque todos os gigantes tecnológicos estão a apostar neste tipo de tecnologias. Os smartphones vieram dar um grande “push”, mas não nos podemos esquecer que estamos a falar de tecnologia que está em constante desenvolvimento e as empresas estão ainda a analisar a forma como os consumidores utilizam essas mesmas tecnologias.
Os destinos poderão ser os grandes utilizadores desta tecnologia?
Sim, mas não serão os únicos. Mas, especificamente, os destinos e os hotéis têm a possibilidade de mostrar e promover algo que fará com que o cliente/turista possa tomar uma decisão mais concreta.
Contudo, há que apostar na qualidade. Se for bem feita, bem promovida, a experiência virtual é somente o pontapé de saída para algo mais. Há é que saber promover bem e despertar o interesse do utilizador para querer algo mais.
E quando é que poderemos ver este tipo de tecnologia a ser utilizada de forma generalizada?
A consultora McKinsey afirmou, recentemente, que em 2030 este tipo de tecnologia gerará uma economia equivalente à América Latina. Por isso, caminhamos para uma utilização generalizada, mas sempre dependente dos avanços tecnológicos e de como serão utilizados pelas empresas e, claro, pelos consumidores.