Madeira espera ocupação superior a 85% na Páscoa
O secretário regional de Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, estima que, no mês em que se assinala a Páscoa, a ocupação ultrapasse os 85% e diz que a guerra na Ucrânia abrandou as reservas, mas não levou a cancelamentos.
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A taxa de ocupação da hotelaria madeirense deverá superar, em abril, mês em que se assinala a Páscoa, os 85%, estima o Governo Regional da Madeira, revelando que, apesar de um “abrandamento nas reservas”, a guerra na Ucrânia não provocou cancelamentos na região.
“Relativamente ao conflito militar, nós não estamos a sentir cancelamentos”, disse à Lusa Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura da Madeira, esclarecendo que, numa primeira fase, houve um “abrandamento das reservas”, ainda que estas tenham continuado “sempre a crescer, o que não prejudica o desempenho do setor”.
De acordo com o responsável, em abril, mês em que se assinala a Páscoa, que este ano se festeja no dia 17, a taxa de ocupação das unidades de hotelaria madeirenses deverá ultrapassar os 85%, com destaque para os mercados doméstico, assim como do Reino Unido e Alemanha.
“Os três principais países que vão operar a Madeira em abril de 2022 são Portugal, com mais de 103.000 lugares, o Reino Unido com 43.000 lugares e a Alemanha com 30.000 lugares”, revelou o responsável, referindo que os números espelham a “consolidação da recuperação” do setor na Madeira, que foi iniciada no segundo semestre de 2021, após a quebra registada devido à pandemia de COVID-19.
Eduardo Jesus adiantou à Lusa que, em abril, a Madeira deverá também ter em operações 85 rotas aéreas, que envolvem 33 companhias, num total 1.177 frequências (mais 28% do que em 2019) e 218.300 lugares nos aviões (mais 39%), com ligação a 46 aeroportos em 21 países (mais dois do que em 2019).
“A Páscoa é, sem dúvida alguma, um momento em que a Madeira vai ter uma procura bastante grande”, acrescentou o responsável, reforçando que as perspetivas da região são “animadoras” e levam a acreditar na “consolidação da recuperação”.
O governante regional reconhece que o facto de a Madeira estar geograficamente distante do conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia contribui para a sua afirmação como “destino seguro”, mas adianta que as autoridades não se empolgam em tirar proveito dessa circunstância, uma vez que a Madeira “é um destino seguro por si”.
No entanto, o impacto da guerra também se faz sentir na Madeira, uma vez que, com o início do conflito militar, as operações charter que existiam entre as capitais russa e ucraniana e o Funchal, e que deviam levar até à Madeira cerca de 14.000 turistas destes países até outubro, foram imediatamente suspensas.
Apesar disso, Eduardo Jesus continua a dizer que os mercados do Leste europeu continuam a ser uma aposta para a Madeira, até porque, em 2021, cerca de 8% do turismo foi oriundo dos países do Báltico e da Europa de Leste.
Segundo o responsável, não houve cancelamentos por parte dos mercados do Leste europeu, apesar do conflito militar ter motivado um abrandamento das reservas, ainda que os indicadores mostrem que os turistas que procuravam os países da Europa central e de leste estão agora a procurar destinos na Europa ocidental.
“Significa que há uma visão de que a Península Ibérica e respetivas ilhas poderão beneficiar da deslocação deste fluxo turístico, procurando mais distância do conflito”, disse Eduardo Jesus.