Ana Helena Pinto | Turismo e sustentabilidade ambiental
Leia o artigo de opinião de Ana Helena Pinto, nutricionista da Câmara Municipal de Arouca e oradora na conferência Turismo e Hospitalidade – A Saúde, o Território e o Poder Local.
Publituris
TICV recebe avião para repor ligações interilhas em Cabo Verde
Etihad Airways retoma voos para Bali a 25 de junho
Aeroporto Internacional de Hamad é o “Melhor do Mundo”
Grupo SATA com sistema braille a bordo
Receitas turísticas voltam a crescer em fevereiro e somam mais 181M€
Vila Galé abre as portas dos seus hotéis na Figueira da Foz e em Isla Canela
ADHP considera aumento da taxa turística em Lisboa “despropositado”
MotoGP em Portimão traz cerca de 87M€ para o Algarve
MSC Cruzeiros apresenta os sete distritos do MSC World America
10.ª edição do “Vê Portugal” aposta nos desafios futuros das ERT e na paz para o turismo
Portugal, Destino Sustentável é um dos objectivos da Estratégia de Turismo 2027, do Turismo de Portugal, para colocar o país a Liderar o Turismo do Futuro (Turismo de Portugal, 2017). Um Turismo de Futuro é aquele que se constrói sobre uma base sustentável, que preserve e potencie recursos, que valorize e reinvente destinos, que respeite as populações. Um Destino Turístico de Futuro é um Território de Vida Sustentável. Só o teremos se o ambiente gerado numa região for sustentado e sustentável, se as ofertas forem enraizadas e integradas, se nascer daquilo que a terra, a cultura e o capital humano têm para oferecer e com que se desenvolver. Um Território Sustentável terá que ser inevitavelmente um Território Saudável, terá que ser Promotor de Estilos de Vida Saudáveis. Promover a saúde pela sustentabilidade da natureza, dos hábitos e ritmos de vida, da actividade física e da alimentação. Uma alimentação que equilibre a saúde, o bem-estar, a preservação da biodiversidade, do meio ambiente e do clima, uma economia justa, com base em alimentos sazonais e locais, com o conhecimento e a herança cultural, a acessibilidade e a segurança alimentar (Pinto, A.H. et al., 2015).
Num país com forte e reconhecido valor gastronómico e vínico, com herança cultural mediterrânica, com tradição agrícola e piscatória e com uma especialização profissional que tem permitido um upgrade de inovação ao nível da oferta da restauração (Turismo de Portugal, 2017), urge dar um passo em frente. Ultrapassar o tradicional e gourmet para dar resposta às tendências e exigências atuais do consumidor e cidadão global. Estamos mais informados e exigentes, a saúde e a aquisição de hábitos saudáveis têm ganho uma importância crescentes e há uma maior sensibilidade para a sustentabilidade (Turismo de Portugal, 2017). O futuro da alimentação tem, portanto, que acompanhar estes reptos. É imprescindível dar o salto para uma oferta alimentar global saudável, ao nível turístico, da restauração, da produção, do comércio, da hotelaria, dos percursos, das rotas e itinerários. Os cidadãos estão desconectados da contextualização da alimentação, física e conceptualmente (4ª Declaração de Villarceux, 2016). Ativar e vincular o espaço físico, social e turístico com a alimentação, facilitará o encurtar da cadeia alimentar entre consumidor e produtor e encorajará novas relações com base no objetivo comum de alcançar práticas alimentares sustentáveis (4ª Declaração de Villarceux, 2016).
Em 2014, o Turismo de Bem-Estar – a deslocação para um país diferente da residência habitual, que baseia a experiência na procura do equilíbrio e da harmonia mental, emocional, física e espiritual foi identificado pelo Plano Estratégico Nacional de Turismo como Produto Estratégico (Healthy’n Portugal, 2014). Em 2015, uma Cimeira das Nações Unidas em Nova Iorque aprova a resolução Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, onde a Saúde de Qualidade; Cidades e Comunidades Sustentáveis; Produção e Consumo Sustentáveis constituem 3 dos 17 objetivos e compromissos dos líderes mundiais (UNRIC, 2016).
São já algumas as iniciativas, estudos, projectos e políticas que têm procurado responder a estas exigências. São, no entanto, necessários ainda, muitos esforços. É pedida uma nova articulação governamental que facilite e integre as acções políticas alimentares (4ª Declaração de Villarceux, 2016), as estratégias de sustentabilidade e as apostas no turismo.
*Artigo de opinião de Ana Helena Pinto, nutricionista da Câmara Municipal de Arouca e oradora na conferência Turismo e Hospitalidade – A Saúde, o Território e o Poder Local que se realiza nos dias 4 e 5 de Maio