Web Summit: o terramoto que passou por Lisboa
E se disséssemos que Lisboa, entre os dias 7 e 10 de Novembro, foi a capital mundial da tecnologia, inovação e empreendedorismo, recebeu 50 mil pessoas e gerou 200 milhões de euros para a sua economia, acreditavam?
O artigo explica porque a vossa resposta deve ser “sim, acreditamos”.
Ângelo Delgado
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E se disséssemos que Lisboa, entre os dias 7 e 10 de Novembro, foi a capital mundial da tecnologia, inovação e empreendedorismo, recebeu 50 mil pessoas e gerou 200 milhões de euros para a sua economia, acreditavam?
O artigo explica porque a vossa resposta deve ser “sim, acreditamos”.
Mais de 53 mil pessoas – o dobro da última edição em Dublin –, 7787 portugueses, 2000 startups, 1500 investidores, 663 oradores, 7000 presidentes executivos, 20 mil empresas e, espera-se, um retorno de cerca de 200 milhões de euros para a necessitada economia nacional. Do estrangeiro, destaque para a presença de 7486 participantes oriundos do Reino Unido, 4175 da Alemanha e 4058 da Irlanda. Estes são alguns dos números que marcaram a Web Summit 2016, que se realizou em Lisboa de 7 a 10 de Novembro e que teve como palcos o MEO Arena e a Feira Internacional de Lisboa (FIL). Desde que se teve conhecimento que o evento ligado à inovação e tecnologia ia viajar para a capital portuguesa, que o barulho foi imenso. E os decibéis foram aumentando com o aproximar da conferência. Lisboa está na moda, o Turismo não pára de aumentar e, cúmulo dos cúmulos, é casa do maior evento mundial sobre web. Tudo acontece a Lisboa! No bom sentido, como é óbvio.
Contactada pelo Publituris, Paula Oliveira, directora-executiva da Associação Turismo de Lsiboa (ATL) começa por dizer que “Lisboa alcançou um patamar de referência entre os principais destinos europeus no segmento de negócios”. Para a responsável, “trata-se do reconhecimento da capacidade para atrair grandes eventos, resultado da óptima relação qualidade/preço da hotelaria e restauração, das excelentes acessibilidades, boas ligações aéreas e da privilegiada localização do aeroporto da cidade”. Já Paddy Cosgrav, CEO da Web Summit, foi claro nas razões que o levaram a escolher a capital do país como anfitriã do certame. “É uma cidade mágica, com muita história e uma comunidade de empreendedores brilhante. É um destino que tem vindo a construir o seu próprio caminho no sentido de se afirmar como uma das cidades mais competitivas, inovadoras e criativas da Europa”. Uma declaração convincente do responsável que, ao mesmo tempo, afastou a ideia de que Lisboa seria uma nova Berlim ou Silicon Valley. Não. Lisboa é Lisboa e tem personalidade própria. Os empreendedores com bilhete de identidade português fizeram questão de deixar clara essa ideia durante os dias do Web Summit 2016. E será assim, novamente, nos próximos dois anos.
Os protagonistas
Com o MEO Arena e a FIL como pano de fundo, os três dias e meio do evento foram recheados de debates, entrevistas, festas, lançamentos e anúncios. O próprio Primeiro-ministro, António Costa, anunciou, poucas horas antes da cerimónia de abertura, que haveria 200 milhões de euros disponíveis num programa de co-investimento para empresas inovadoras que necessitem de capital de risco. João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, foi um pouco mais longe e explicou que o mesmo programa prevê 50% de investimento estatal e 50% privado: 400 milhões de euros disponíveis, portanto.
Apesar da importância do anúncio por parte do Executivo, havia interesses maiores para as mais de 50 mil pessoas que marcaram presença no Parque das Nações. Representantes da Cisco Systems, Tinder, Facebook, Amazon, MIT, Google Ventures, Ronaldinho Gaúcho, Rui Costa, Nuno Gomes, Luís Figo, o actor Gordon Levitt – protagonista do filme “Snowden” -, o surfista Garret McNamara, o músico Tinie Tempah e as várias startups nacionais e estrangeiras foram, claro, as principais atracções. E depois, ao final do dia, um copo com vista para o rio. E, mais à noite, festas cogumelo que se espalharam por toda a cidade. E networking. Muito. Foram dias intensos, divertidos, cansativos e com muita gente para baixo e para cima. Os hotéis, esses, estiveram bem compostos. Falemos de alojamento.
Fidelizar clientes, trazê-los de novo!
“Acreditamos que as pessoas que nos visitam devido ao Web Summit 2016 possam voltar a Lisboa e tornarem-se clientes das nossas unidades”. Marisa Martins, assessora de imprensa da cadeia SANA Hotels, dá o tiro de partida com aquele que é um dos objectivos a médio/longo prazo. Mas não fica por aqui. “Encaramos este evento não apenas como um congresso de startups, mas como uma excelente oportunidade para colocar Lisboa na rota dos grandes eventos e trazendo à cidade vários empresários com grande potencial para futuros negócios”. Ainda que projecte o futuro, o presente é risonho, já que os hotéis apresentaram boas taxas de ocupação. “Contamos com dez empreendimentos turísticos em funcionamento na cidade e todos eles estão a sentir favoravelmente os efeitos do Web Summit, apresentando taxas de ocupação média acima dos 80%. Há, no entanto, unidades que, devido à sua localização, apresentaram taxas de ocupação mais elevadas do que outras, sendo que algumas esgotaram”. Bastante ligados à web, os visitantes recorreram a plataformas digitais para garantirem a sua dormida.
O airbnb, por exemplo, avançou alguns números: 15 mil hóspedes, que se traduziu num rendimento extra superior de 2,8 milhões de euros. Os anfitriões foram essencialmente residentes locais. Já os hóspedes vieram de França (2800), Reino Unido (1800), Alemanha (1500), Estados Unidos (1400), Holanda (870) e Brasil (860). Muita gente e de todo o lado.
E, não esquecer, há, pelo menos, mais duas edições confirmadas. Preparem-se, antecipem cenários.