A Europa desvaloriza incompatibilidade de Turismo, Cultura e Negócios com insegurança.
Leia a opinião de Humberto Ferreira. colaborado do Jornal Publituris.
Humberto Ferreira
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JUNHO 23: Os eleitores britânicos votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia, a favor do Brexit, sem haver planos das instituições europeias para enfrentar a primeira saída de um Estado Membro. E pouco li sobre a falta deste pilar: a segunda maior potência económica, marítima, e militar europeia.
JULHO 14: Num assalto terrorista nocturno na marginal de Nice – capital da Costa Azul – morreram dezenas de crianças, famílias, e turistas. Após o Euro de futebol, a França voltou a ser palco de atentados islamistas. E quantos países não são também afectados?
JULHO 15: Pelas 22 horas recebi a notícia: os voos para Istambul voltam para trás, evitando um golpe militar em curso. Ali morreram 250 pessoas. O golpe durou poucas horas, mas a Turquia, palco de recentes atentados, e que se preparava há uma década como potência do turismo mundial, pode continuar a descer nos rankings, quando ainda a 13 de Julho, a Turkish Airlines marcou o 7º lugar no ranking mundial Skytrax das empresas aéreas. Nota: a Azul está na 55ª e a TAP na 64ª posição.
EUFORIA E CALMARIA – Não há turismo sem segurança nas rotas dos principais destinos mundiais. Portugal, Espanha, e Croácia, por exemplo, têm beneficiado da instabilidade na Turquia, Egipto, Magrebe, Chipre, e Grécia, etc., mas isso não se deve prolongar.
A nossa época estival começou bem com o Europeu de Futebol em França, de 10 de Junho a 10 de Julho, quando Portugal regressou como campeão europeu até 2020. Mesmo assim ocorreram algumas violentas rixas entre adeptos russos e ingleses, em Marselha, Lyon, Nice, etc.
A continuar assim, a Europa, além da Turquia, torna-se território pouco apreciado por turistas asiáticos e americanos. E o que fazem os dirigentes de U E?
Passam semanas a debater as sanções a aplicar a Portugal e Espanha, por excesso de défices orçamentais, ignorando factos positivos: por exemplo, só as nossas vitórias em vários desportos podem gerar receitas acima de 600 milhões de euros. E convém avaliar as vantagens do clima de paz e padrões de tolerância, pluralismo, e livre circulação de pessoas e bens, do Atlântico e Báltico ao Mar Negro.
ALIANÇA HORIZONTAL – Por outro lado, o modelo europeu de associação vertical de Estados geridos por um directório, sem uma organização própria de defesa, está condenado. Em 2014 passou o centenário da 1ª Guerra Mundial sem despertar uma nova estratégia baseada numa estrutura horizontal, evitando sanções de 360 milhões e congelamentos de fundos comunitários a países descapitalizados, em vez de os incentivar a produzir mais e ampliar as qualidades de turismo, transportes, ensino, ciência, cuidados de saúde, artes, e intercâmbio comercial, tecnológico, e agrícola, como prioridades.
OPTIMISMO – Apesar dos imprevistos pela saída do Reino Unido, a ETC – Comissão Europeia de Turismo não poupa optimismo no relatório Janeiro-Maio 2016, na subida das entradas de turistas: mais 35% na Islândia, 24% na Eslováquia, 21% em Chipre, 17% na Irlanda, 16% na Roménia, 14% em Portugal, e 13% em Espanha.
EUROMONITOR – Entretanto, o Euromonitor divulga que a Europa pode perder milhões de turistas não apenas com os efeitos do Brexit e desvalorização da libra, como também com a continuação de ataques terroristas e a eventual saída de mais países.
Sabe-se que a baixa cambial de moedas provoca a redução de fluxos turísticos. O plano B de Portugal é atrair mais residentes ingleses, e franceses.
NEXIT – Surgiu na Holanda uma sondagem interna, em que 54% dos eleitores pedem um referendo sobre a permanência na União Europeia, e 48% votariam pela saída.
A Europa não pode ficar sujeita a tantos atentados nem ao fecho de fronteiras, que apenas provoca o isolamento dos povos. Aliás, é o inverso do projecto europeu. A eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU poderá, facilitar compromissos até aqui adiados.
E para que servem países em três patamares? Duas potências directivas, treze países industrializados, e doze sob a ameaça de resgates e sanções? Ora a «U E» tal como está, serve para cobrar IVA mais elevado do que nos EUA e Ásia,onde se praticam taxas abaixo de 10%.
PORTUGAL TRAVEL NEWS & EVENTS – A newsletter publiturispt, lançou nova secção em inglês com frequência mensal, para promover eventos turísticos com projecção internacional, como, por exemplo, a Tall Ships Race que atraiu este ano 50 veleiros, esperados em Lisboa em 22 de Julho, pela sétima vez, para celebrar o 60º aniversário desta regata quadrianual.
Esta associação de treino de vela foi criada em 1953 pelo velejador Bernard Morgan e pelo embaixador de Portugal Pedro Teotónio Pereira, que chegara nesse ano a Inglaterra a bordo do seu veleiro Bellatrix, contribuindo para o patrocínio da Tall Ships Race pelo Principe Filipe e Lorde Mountbatten, e o roteiro da primeira regata em 1956 partir do Noroeste de Inglaterra para Lisboa, tendo o N.E. SAGRES ganho a prova na classe «grandes veleiros». Não equivale a campeão europeu, mas não é menos importante.
Curiosidades: em 1956 integrei o conselho técnico da Federação Portuguesa de Vela e segui este evento de perto. Hoje recomendo a Exposição de Desportos Náuticos Tejo Acima e Abaixo, aberta até 30 de Setembro no Torreão Poente do Terreiro do Paço.