“Sou feliz, vivo no interior de Portugal”
Leia a opinião de Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, na edição 1320, de 24 de Junho, do Jornal Publituris.
Patricia Afonso
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Em tempos escrevi um texto para o nosso Publituris onde defendi a necessidade de pensarmos “Portugal por inteiro”. Vem este pensamento a propósito da anunciada (e colocada no terreno) estratégia levada a cabo com a criação da Unidade de Missão para os Territórios da Baixa Densidade e valorização do nosso interior.
Trata-se, no fundo de, no domínio das políticas públicas e com o envolvimento de todos os agentes da cadeia de valor encontrarmos caminhos, ideias e implementação de medidas que ajudem a minimizar as assimetrias regionais e, criar riqueza que promova o desenvolvimento integrado do nosso País.
Para isso defendo duas medidas racionais e uma emocional.
A primeira: uma estratégia de planeamento, coordenação e implementação de redes regionais que trabalhem em conjunto as oportunidades dos territórios e minimizem os impactos negativos. Projetos inovadores e de estruturação de produto como as Aldeias Históricas, as Aldeias do Xisto ou as Aldeias de Montanha são exemplo disso mesmo. Do aproveitamento dos nossos recursos patrimoniais, vivências coletivas e culturais, a par do bom investimento público que, associado à iniciativa privada são, hoje, geradores de novas oportunidades para as comunidades locais, produtos e produtores e, catalisadores de uma nova procura turística alavancada em segmentos de procura mais exigentes e, disponíveis para estadias mais duradouras.
Cabe, por isso, papel essencial aos vários agentes do desenvolvimento. Às autarquias de coordenação, qualificação, ordenamento, mobilidade, acessibilidades, equipamentos urbanos, sinalética, iluminação pública, etc. Aos agentes privados a operação de comercialização e venda do produto, às universidades e politécnicos a introdução da inovação, conhecimento e tecnologia ao serviço destes desafios.
A segunda ideia: competitividade e coesão. Cada vez mais a ideia de que, embora muito importante, o Turismo não é a única actividade potenciadora dos recursos nem pode ser responsabilizado pelo desenvolvimento integrado das comunidades locais, em particular, dos territórios do interior do país. É uma “ferramenta poderosa” mas, uma interpares.
Importa, por isso, lembrar que a promoção da competitividade e, por consequência, da coesão para estes territórios com problemas graves que agudizam ao longo de décadas, passa por encontrar um conjunto de medidas integradas e“ correctivas dessas assimetrias” onde o custo da acessibilidade, as políticas fiscais, o povoamento, a diminuição do IRC, do IRS, do IMI, devem ser conjugadas com politicas nacionais publicas que promovam a fixação, a manutenção e retenção do investimento nestes territórios.
Finalmente, uma ideia emocional: a de que é possível ser feliz vivendo no interior de Portugal. De que devemos adoptar uma nova atitude perante elementos absolutamente qualificados como a paisagem, a diversidade gastronómica, os equipamentos disponíveis, culturais, desportivos, sociais que hoje o país tem um pouco por todo lado e que podem conferir novas oportunidades de vida para os portugueses fora dos grandes aglomerados urbanos.
Essa nova atitude pressupõe valorizarmos “o que é nosso”, os nossos produtos, às nossas vivências e, por consequência, maior qualidade de vida. Valorizando o que é nosso, acrescentamos valor económico, aumentamos a rentabilidade e criamos condições para novas oportunidades de emprego e, de fixação de novos residentes.
O interior do País, e a nossa ruralidade não têm um problema de desertificação. Tem sim, um problema de despovoamento e esse combate-se criando condições reais que promovam o emprego e, por consequência, fixem pessoas. O Turismo é seguramente, um aliado muito importante, nalguns territórios decisivo mas, “apenas um”.